Dados divulgados nessa quinta (2) pela FAO, agência das Nações Unidas para alimentação, apontam para uma realidade em que 1 a cada 4 brasileiros está vivendo em segurança alimentar moderada ou grave. Ou seja, não sabe o que será e quando será sua próxima refeição.
Mais de um milhão de potiguares , cerca de ⅓ da população do Estado, vivem em situação de extrema pobreza, com até R$ 89 por mês. O dado é do Cadastro Único (CadÚnico), mas pode ser confirmado em uma volta pelas ruas da capital potiguar. “Tem muita gente na rua, pedindo, porque não há outra opção para elas. A pandemia agravou o desemprego, e consequentemente, a fome”.
A constatação é da jornalista Ludmilla Lacerda, que em abril desse ano, fundou com amigos o Coletivo Amigos Contra a Fome. O grupo já distribuiu mais de 8 toneladas de alimentos a famílias pobres de Natal e Região Metropolitana, e agora, é uma das parceiras da Campanha Natal sem Fome.
Essa é a edição de número 27. O Natal sem Fome chegou a ser suspenso, quando o Brasil saiu do Mapa da Fome, da ONU. “Mas a pobreza, que já vinha voltando no nosso país, deu um salto alarmante com a pandemia”, diz ⁷Carlos Freire, diretor da ONG Avoante e coordenador da Campanha no RN. “Essas pessoas precisam com urgência da nossa ajuda, e nós, como sociedade, precisamos colocar em pauta a questão da fome no Brasil”, completa.
A Campanha Natal sem Fome é nacional. Idealizada pelo sociólogo Herbert de Souza, Betinho, em 1993, tem como principais objetivos debater o tema, e paralelamente, arrecadar alimentos a serem distribuídos às pessoas em situação de insegurança alimentar, para que, ao menos na época do Natal, tenham comida à mesa.
Desde o início da pandemia, a ONG Avoante em parceria com a Ação da Cidadania já entregou 18 mil cestas básicas – o que equivale a 180 toneladas de alimentos, em todo Estado. A meta estabelecida pela Ação da Cidadania para a Campanha Natal sem Fome 2021 é de 600 mil cestas básicas em todo Brasil. No RN, a estimativa é entregar no mês de dezembro 4.100 cestas básicas ou 41 toneladas de alimentos. “Em novembro, distribuímos 11 toneladas, que foram doadas pelo Assaí Atacadista. A participação de grandes e pequenas empresas é fundamental para somarmos forças nessa arrecadação. Então, deixo aqui o pedido para que todos se engajem nessa luta”, conclama Carlos.
“Dezembro chegou, e esse é um mês em que as pessoas tendem a ficar mais solidárias. A campanha Natal sem Fome fala sobre a fábula do beija-flor, que tenta apagar um incêndio na floresta levando água no bico. Se cada um de nós virar um beija-flor, a gente consegue ao menos dar um Natal digno a muitas famílias potiguares”, explica Ludmilla.
As doações podem ser feitas durante o ano inteiro pelo site: www.natalsemfome.org.br.
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