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    Grupo Galpão chega a Natal com o novo espetáculo “Cabaré Coragem”

    Ao percorrer o universo do cabaré, de Brecht à contemporaneidade, o novo espetáculo do Grupo Galpão, que chega a Natal, apresenta uma trupe envelhecida e decadente que, apesar das intempéries e dos revezes, reafirma a arte como lugar de identidade e permanência. Ao mesclar um repertório de músicas interpretadas ao vivo com números de variedades e danças, fragmentos de textos da obra de Brecht e cenas de dramaturgia própria, o Cabaré Coragem convida o público a uma viagem sonora e visual.

    Fiel às suas origens de teatro popular e de rua, o Grupo Galpão busca, na nova montagem, a ocupação de espaços alternativos, ao romper, uma vez mais, com a relação entre palco e plateia, numa encenação que incorpora, radicalmente, a presença do público, sempre convidado a compartilhar da encenação. As apresentações serão realizadas nos dias 4 e 5 de novembro, sábado às 20h e domingo às 19h, no Espaço TECESOL. Os ingressos, a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), estão à venda na plataforma Sympla e na bilheteria do teatro, 1h antes da apresentação.

    A Turnê Nordeste do Grupo Galpão é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e da Petrobras.

    Com direção de um de seus integrantes, o ator e diretor Júlio Maciel, o espetáculo conta com direção musical, trilha e arranjos de Luiz Rocha, dramaturgia coletiva com supervisão de Vinicius de Souza, cenários e figurinos de Márcio Medina, iluminação de Rodrigo Marçal e, no elenco, os atores Antonio Edson, Eduardo Moreira, Inês Peixoto, Luiz Rocha, Lydia del Picchia, Simone Ordones e Teuda Bara.

    Júlio Maciel conta que “já se passaram muitos meses desde que nos sentamos ao redor de nossa mesa de trabalho na busca por um novo espetáculo. Como sempre, vieram muitas ideias, uma enxurrada de sonhos e vontades. Líamos Bertolt Brecht à procura de inspiração e para entender o caos político e social que vivíamos, enquanto uma persistente pandemia nos assombrava. Lembro-me de que, num desses encontros, às vezes acalorados, alguém disse a palavra ‘Cabaré’”. Naquele instante, conta o artista, os olhos se acenderam: “Logo depois, fomos inundados por indagações. Um Cabaré Brecht? Um Cabaré Brasileiro? Um Clássico? Jovem? Contemporâneo? Político? Feroz? Drag? Vedete? Teatro de Revista? E o teatro? O que diferencia o Cabaré do Teatro? Seria uma peça sobre um Cabaré de Beira de Estrada? Um Inferninho, com tipos excêntricos? Ou um show, uma festa de reencontro com o público?”.

    “Todos queriam tudo pois estávamos famintos de gente”, explica Júlio. “Queríamos juntar as pessoas, tínhamos saudade. A partir de desejos pessoais, começamos a preparar canções, números de variedades. Reativamos nossa banda e convidamos muitos amigos criadores, que, corajosamente, aceitaram embarcar nessa nau para o desconhecido”, diz. Tais artistas levaram o Grupo por diversas rotas, de forma a que conhecessem várias paisagens. “Entre tempestades e luares, criamos nosso show. Finalmente, chegamos aqui. As portas do nosso ‘Cabaré Coragem’ estão abertas. Divirtam-se”, convida.

    Responsável pela supervisão dramatúrgica, Vinicius de Souza explica que “Cabaré Coragem” – cujo nome faz menção à icônica personagem de Brecht, Mãe Coragem – é um espetáculo que, por meio da música e do humor, permite que as pessoas pensem no velho sistema em que vivem, no qual alguns poucos levam uma vida de privilégios, enquanto a maioria sente fome. “O espetáculo nasceu de uma série de experimentos cênicos realizados pelo Grupo Galpão nos últimos meses. Eles se deram a partir de pesquisa sobre a linguagem do cabaré – que mistura música, teatro, dança – e a obra poética e musical de Bertold Brecht, o famoso diretor teatral alemão”, destaca.

    A mistura de experimentos resultou em um divertido e irônico show de variedades. Os atores e atrizes encarnam figuras de um decadente cabaré, onde apresentam números de canto, dança, acrobacia e outros entretenimentos. “Todos eles misturados à plateia, que também é convidada a beber e a cantar. No entanto, ao modo das personagens de Brecht, as figuras desse cabaré são extremamente carentes, vítimas da guerra e da exploração, esquecidas ou marginalizadas, mas cheias de sonhos e pulsões de vida”, conta Vinicius.

    Para a atriz Inês Peixoto, “a estreia de Cabaré Coragem na turnê nordeste tem muitos motivos para ser festejada. Esse foi o nosso primeiro processo de criação presencial após a pandemia. Que alegria! Um processo que teve várias etapas de compartilhamento com o público, nos colocando num jogo vivo para borrar as fronteiras entre ator e espectador. Minha personagem, num certo momento da peça, diz: ‘Sejam bem-vindxs ao Cabaré Coragem, este buraco quente, onde nossas paixões e nossos tormentos são colocados sobre a mesa, temperados no caldo da ironia, do deboche, do delírio e da música! Ninguém sairá ileso daqui!’. Está feito o convite! Esperamos vocês!”, reforça Inês.

    OFICINAS PETROBRAS COM O GRUPO GALPÃO

    No dia 6 de novembro, das 13h às 17h, no DEART – Departamento de Artes da UFRN, em Natal (RN), será realizada a “Oficina Petrobras O Ator e o Trabalho em Grupo”, com o ator do Grupo Galpão, Júlio Maciel. Também no dia 6 de novembro, das 18h às 22h, no Grupo Estação de Teatro (TECESOL), será realizada a “Oficina Petrobras Tecnologia da Cena”, com Rodrigo Marçal e Beatriz Radicchi. As inscrições podem ser feitas pelo link: sympla.com.br/grupogalpao

    Oficina Petrobras O Ator e o Trabalho em Grupo, com Júlio Maciel
    Data: 6 de novembro, das 13h às 17h (segunda-feira)

    Sinopse: Esta oficina é um mergulho em algumas práticas de trabalho e experiências de criação desenvolvidas pelo Grupo Galpão junto a artistas e parceiros/criadores ao longo de 40 anos de trabalho. A busca da escuta coletiva, a ampliação da atenção e presença serão trabalhados através de exercícios em grupo, além da exposição de alguns encontros com diretores que foram fundamentais para a formação da história do Galpão.

    Carga horária: 4 horas
    Público-alvo: Atores, estudantes, educadores e pessoas interessadas em teatro.
    Vagas: 30
    Local: DEART – Departamento de Artes – UFRN (Curso de Licenciatura em Teatro) – Sala do Teatrinho
    Endereço: Av. Sen. Salgado Filho, 3.000 – Lagoa Nova

    Oficina Petrobrás Tecnologia da Cena, com Rodrigo Marçal e Beatriz Radicchi
    Data: 6 de novembro, das 18h às 22h (segunda-feira)

    Sinopse: A Oficina de Formação: Tecnologia da Cena é uma ação formativa que visa apresentar o universo dos bastidores do teatro através de quatro das inúmeras áreas que envolvem o backstage: iluminação, sonorização, cenotécnica e produção técnica. Ministrada pelo ator e iluminador Rodrigo Marçal e pela jornalista e produtora Beatriz Radicchi, o curso tem por objetivo apresentar elementos introdutórios e essenciais da prática profissional dos bastidores do teatro, a partir dos processos de trabalho desenvolvidos pelo Grupo Galpão.

    Carga Horária: 4 horas.
    Público-alvo: Artistas independentes, produtores, técnicos e público em geral, interessados nos processos internos de gestão do Grupo Galpão, aprimorados ao longo dos seus quase 40 anos de história.
    Vagas: 30
    Local: Grupo Estação de Teatro (TECESOL)
    Endereço: R. Gov. Valadares, S/N – Neópolis (portão lateral)

    SOBRE OS PATROCINADORES
    INSTITUTO CULTURAL VALE
    Desde 2021, o Instituto Cultural Vale aposta no trabalho do Grupo Galpão e contribui para que suas ações sejam amplamente acessadas, através do seu patrocínio de manutenção.

    O Instituto Cultural Vale acredita que viver a cultura possibilita às pessoas ampliar sua visão de mundo e criar novas perspectivas de futuro. Busca democratizar o acesso, fomentar a arte e a cultura; e contribuir para fortalecer a economia criativa.

    PETROBRAS
    Em 2023, a Petrobras retoma a parceria de mais de 20 anos com o Grupo Galpão, patrocínio que foi fundamental para a consolidação e expansão do trabalho do Grupo e seu amplo acesso, das capitais às pequenas cidades do interior.
    O Programa Petrobras Cultural faz acontecer projetos que emocionam, ressaltam nossa brasilidade, nossa diversidade e movem a economia criativa de norte a sul do país. Nos 70 anos da Petrobras e 40 anos do Grupo Galpão, celebramos as conquistas que essa energia transformadora nos traz.

    SOBRE O GRUPO GALPÃO

    Criado por cinco atores, em 1982, a partir do espetáculo “A alma boa de Setsuan”, montagem conduzida por diretores do “Teatro Livre de Munique”, da Alemanha, o Galpão se valeu dessa rica experiência para se lançar numa proposta de construção de um teatro de grupo, de pesquisa, e com raízes profundamente populares – ligada à tradição do teatro popular e de rua. Com 12 integrantes no elenco, o Grupo é formado por Antonio Edson, Arildo de Barros, Beto Franco, Chico Pelúcio, Eduardo Moreira, Fernanda Vianna, Inês Peixoto, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia, Paulo André, Simone Ordones e Teuda Bara.

    Há 40 anos, o Grupo desenvolve um teatro que alia rigor, pesquisa e investigação de linguagens, com montagem de peças com grande poder de comunicação com o público. Formado por atores que trabalham e trabalharam com diferentes diretores convidados – como Gabriel Villela, Cacá Carvalho, Paulo José, Yara de Novaes e Marcio Abreu (além dos próprios integrantes, que também já dirigiram espetáculos do Grupo) – o Galpão formou sua linguagem artística a partir desses encontros diversos, criando um teatro que dialoga com o popular e o erudito, a tradição e a contemporaneidade, o teatro de rua e o palco, o universal e o regional brasileiro.

    Galpão em números
    Fundação: novembro de 1982
    26 espetáculos
    aproximadamente 1.900.000 espectadores
    100 prêmios brasileiros

    • de 3.000 apresentações em + de 280 cidades
      Apresentações em 19 países diferentes
      67 festivais internacionais
      172 festivais nacionais
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    “Encontro: Cascudo e Mário” comemora os 100 anos da Semana de Arte Moderna

    As cartas trocadas entre Mário de Andrade e Câmara Cascudo revelam não só a bela amizade entre os dois, mas um pouco da formação da cultura brasileira. A reunião de 20 anos da história desses dois personagens não poderia ser desinteressante para a história da literatura do país. Por isso, o Núcleo de Arte e Cultura (NAC) realiza o encontro Cascudo e Mário – comemorações do aniversário de 100 anos da semana de arte moderna, que acontecerá no teatro laboratório Jesiel Figueiredo – Deart/UFRN, nos dias  20, 21 e 22 de setembro. O projeto modernista empreendido pelos escritores será o tema das discussões do evento, coordenado pela Professora Elisa Belém.

    Marcos Antonio de Moraes, professor de literatura brasileira e pesquisador do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), dedicou-se a organizar cartas escritas pelos dois autores brasileiros, dando vida à obra Câmara Cascudo e Mário de Andrade: Cartas, 1924-1944 (Global 2010). Andrade diz sentir-se “alegrão ao receber cartas de Cascudinho”, seu grande amigo, Luís da Câmara Cascudo. “Mano Mário”, por sua vez, era tão parceiro do autor que se tornou padrinho do seu filho Fernando Luís e foi carinhosamente chamado de padrinho Macunaíma. É certo que uma carta sempre vem coberta de sensações. Autor e leitor imprimem sentimentos profundos e reais, talvez por isso Maria Bethânia, referenciando o poeta Fernando Pessoa, canta que só as criaturas que nunca escreveram cartas é que são ridículas.

    Durante a análise das correspondências de Luís da Câmara Cascudo (Natal, RN: 1898 – 1986) e Mário de Andrade (São Paulo, SP: 1893 – 1945) nota-se que um grande evento para a construção da literatura nacional foi a Semana de Arte Moderna, que repercutiu durante décadas como um movimento que perpassou a arte e a literatura. É por meio das cartas que Mário de Andrade, inclusive, expõe seu interesse no Norte e Nordeste brasileiro. O autor de Macunaíma buscava pesquisar a arte e quaisquer manifestações culturais dessas regiões.

    Em 2022, a Semana de Arte Moderna completa cem anos. O encontro ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, e reuniu artistas e intelectuais, os quais apresentaram suas artes buscando novas formas de expressão. Tendo como referência o movimento das vanguardas artísticas europeias, escritores como Oswald de Andrade e Mário de Andrade, dentre outros, questionaram formas, cores, temas e estéticas para a elaboração e crítica da literatura e das obras de arte até aquele momento no Brasil.

    “Numa época em que havia uma série de limitações quando comparada à atualidade com o largo uso da Internet, suas cartas mostram-se como verdadeiras preciosidades. Nessas, os dois escritores compartilharam projetos, comentaram seus livros, buscaram fontes e dados para pesquisas e, sobretudo, revelaram um desejo de aproximação entre regiões, outrora tão distantes” afirma a coordenação. O evento é gratuito, mediante retirada de senhas com 30 minutos de antecedência no Teatro Laboratório Jesiel Figueiredo, DEART/UFRN.

    A programação do evento está descrita abaixo:

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    Departamento de Artes da UFRN oferece curso sobre danças urbanas e instruções ao breaking

    O Departamento de Artes (Deart) promove o curso Danças Urbanas: aspectos históricos e instruções do breaking, em que são apresentados e explicados os aspectos históricos delas, além de dar foco ao breaking. Com a proposta de compartilhar os conhecimentos sobre as origens das danças urbanas e o seu desenvolvimento até hoje, o curso vai dar uma introdução à modalidade do breaking, também conhecido como breakdance. O período de realização é do dia 29 de abril até o dia 29 de julho, acontecendo de forma híbrida. 

    Ao falar sobre os aspectos históricos das danças urbanas, Michael Stefferson, ministrante do curso e especialista em breaking, esclarecerá sobre o desenvolvimento delas e do hip hop, que também faz parte das modalidades. O estilo é um dos esportes nos Jogos Olímpicos da Juventude (JOJ), evento que reúne, desde 2010, jovens de 15 a 18 anos de idade. Além disso, o breakdance foi oficializado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2020 como modalidade estreante nas Olimpíadas de 2024, em Paris.

    Michael, além de bboy — termo utilizado para definir pessoas que dançam breaking — é professor na ONG Motivar e participa de uma crew, grupo no qual se reúnem dançarinos de breakdance que podem participar de disputas. O professor propõe expor o vocabulário e o modo de organização do breaking não só aos discentes de licenciatura em dança, mas também a todo o público externo que tenha interesse no estilo. 

    A programação do curso conta, primeiramente, com as instruções e treinamento do breaking, que serão feitas presencialmente no Deart, nas sextas-feiras das 14h às 16h, entre abril e julho. A parte em que se apresenta a história do estilo e os aspectos que o formaram serão realizadas remotamente, em encontros quinzenais aos sábados, a partir do dia 14 de maio até o dia 23 de julho, entre 15h e 17h. Mais informações sobre o curso estão presentes no Sigaa.