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    Encontro Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana será dias 22 e 23 na UFRN

    A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), realiza o Encontro Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana Apoiada na Agroecologia e na Economia Solidária, nos dias 22 e 23 de fevereiro. O evento tem como objetivo contribuir com o processo de reflexão e com intercâmbio de ideias e experiências em torno do tema Agricultura Urbana e Periurbana (AUP). 

    O encontro será aberto ao público apenas na sexta-feira, 23, a partir das 10h, quando ocorrerá o lançamento e a apresentação pública do Projeto de agricultura urbana e periurbana apoiada na agroecologia e na economia solidária. Trata-se de uma parceria celebrada entre a UFRN e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Segundo os organizadores, o objetivo é “contribuir com a promoção da segurança e soberania alimentar e nutricional de famílias em situação de vulnerabilidade social em nove estados, por meio da sistematização, aperfeiçoamento e disseminação de práticas de agricultura urbana e periurbana, orientadas pelos princípios da agroecologia e da economia popular solidária”. 

    As atividades acontecem no auditório do Complexo Tecnológico de Engenharia (CTEC/UFRN), com credenciamento a partir das 9h30. Como parte da programação, a cerimônia de abertura conta com uma apresentação da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), seguida de pronunciamentos de representantes da UFRN, do MDA, de autoridades governamentais estaduais e municipais; além de parlamentares e representantes de organizações da sociedade civil. 

    Segundo o professor do Departamento de Geografia (DGE/CCHLA) e coordenador do projeto, Celso Locatel, a Organização das Nações Unidas (ONU) vem fazendo alertas sobre os impactos do crescimento populacional e o aumento da urbanização como parte dos principais desafios que se apresentam à humanidade. “Estima-se que 55% da população mundial vive em áreas urbanizadas e esse número deve crescer mais ainda nas próximas décadas”, explica.

    “Tal realidade exige soluções sustentáveis de acesso à alimentação, moradia, saneamento, mobilidade, entre outros bens e serviços. Essas soluções são necessárias diante do aumento das demandas e, sobretudo, no enfrentamento de déficits acumulados decorrentes dos processos de crescimento urbano injusto e desigual com a segregação social e territorial da população mais vulnerável”, conta.

    Celso Locatel explica que um dos principais desafios do processo de urbanização desordenada no Brasil é a situação de pobreza, sendo a fome a expressão mais nefasta da desigualdade social, pois se trata do limiar da sobrevivência humana.

    “A mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE de 2017/2018, aponta que nas áreas urbanas, 57,8% da população se encontrava em situação de insegurança alimentar e nutricional, sendo 27,9% leve, 14,9% moderada e 15% grave. São 105,6 milhões de pessoas. Neste contexto, considera-se que a promoção da agricultura urbana e periurbana (AUP) vem se constituindo como uma das estratégias para o enfrentamento do grave problema alimentar e nutricional nos grandes centros urbanos no mundo e no Brasil “, comenta.

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    15% da população brasileira não tem o que comer

    Não é só um número, por trás dele existem 33 milhões de pessoas que convivem cotidianamente com a fome. Na casa de Carmem Braz, moradora da periferia de Natal, os pratos não estão vazios graças à solidariedade. “Vem ajudar as pessoas do bairro, mas principalmente as crianças que os pais estão desempregados, que é o meu caso.Nós temos a alimentação, que é o básico, mas a gente tem todos os dias na mesa. Obrigada a essa galera que faz essa ação”, agradece.

    Carmem é uma das milhares de famílias beneficiadas com as campanhas constantes da Ação da Cidadania. A Ong foi criada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1993, quando 32 milhões de pessoas passavam fome no país. Na época, 30 milhões de voluntários se mobilizaram para combater a fome. A indignação que moveu Betinho e o Brasil inteiro em 93 é a mesma quase 30 anos depois, quando o Brasil retorna ao Mapa da Fome, da ONU.

    Independente de ideologia, religião ou partido, a fome é inaceitável. E se você não passa fome, tem que ser parte da solução. Esse é o slogan da campanha 15 por 15, em alusão ao percentual de brasileiros que não têm o direito básico à alimentação, garantido pela nossa Constituição desde 2010. A campanha convoca a população a doar: 15 centavos, 15 reais, 15 milhões, 15 segundos, minutos ou porcentagem de vendas. Todo mundo tem 15 de alguma coisa para doar. E para 15% dos Brasileiros, esta é a única esperança. Na plataforma digital 15por15.org, o cidadão encontra várias formas de participar do combate à fome.

    “Estivemos envolvidos com a questão da fome nos últimos 20 anos. Nesse período melhoramos e com políticas públicas adequadas saímos do Mapa da Fome. Mas houve o desmonte dessas políticas e o resultado está aí: 33 milhões de brasileiros com fome, 165 milhões em situação de insegurança alimentar. Precisamos olhar por eles, pelo menos para que tenham fôlego para esperar pelas políticas públicas que virão a partir de janeiro de 2023”, diz Carlos Freire, coordenador da ONG Avoante, parceira da Ação da Cidadania no RN.

    Kiko Afonso, diretor executivo da Ação da Cidadania, deixa o recado: “Quem tem fome tem pressa. É preciso entender que a frase do Betinho fazia exatamente menção a isso. A gente precisa agir todos os dias por política pública pra resolução do problema de forma definitiva. Mas precisa também agir todos os dias para não deixar uma pessoa sofrer com fome hoje”.

    INSEGURANÇA ALIMENTAR

    A insegurança alimentar ocorre quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos. Ela é classificada em três níveis:

    LEVE (28% dos brasileiros) Incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação já está comprometida;
    MODERADA (15,2% dos brasileiros) Quantidade insuficiente de alimentos;
    GRAVE (15,5% dos brasileiros) Privação no consumo de alimentos e fome.

    SERVIÇO:
    Campanha 15 por 15
    Doe: 15por15.org

    Com informações da Ação da Cidadania (acaodacidadania.org.br) e Olhe para a Fome (olheparaafome.com.br)