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    Projeto Barca dos Céus programa evento para observação coletiva do eclipse anelar do sol

    O Rio Grande do Norte terá vista privilegiada do fenômeno astronômico mais aguardado deste ano: o eclipse anelar. No dia 14 de outubro, um sábado, será possível ver o exato momento em que a Lua ficará inteira em frente ao Sol, cobrindo-o quase em sua totalidade. Nesse evento raro de se repetir para um mesmo local, será vista uma borda fina da estrela, chamada de anel de fogo, ao redor da silhueta lunar.

    Preparando as pessoas para este momento, o projeto de extensão Barca dos Céus está organizando uma uma observação coletiva do eclipse em tempo real no Parque da Cidade. A programação. que faz parte das celebrações dos 50 anos do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET), atividades pedagógicas, científicas e culturais. A entrada ao local é gratuita, e não é necessário agendar a participação. No entanto, os pesquisadores alertam que não se deve olhar diretamente para o Sol ou qualquer fração dele (caso do eclipse anelar) sem proteger os olhos. Entre os métodos seguros mais acessíveis, é sugerido utilizar como filtro da luz solar um vidro de máscara de soldador número 14 ou, ainda, outros métodos de projeção do Sol.

    NUNCA UTILIZE PARA VER O SOL: óculos escuros, chapas de raio-x, negativos de filmes antigos, filtros polarizados ou de densidade neutra ou variável; vidros escuros; ou ainda, através de câmeras digitais, binóculos ou telescópios sem filtros adequados na objetiva ou abertura desses equipamentos.

    Barca dos Céus

    O Barca dos Céus aborda temas relacionados ao céu e à relação com a Terra desde 2013. O projeto tem um planetário móvel no qual vem sendo realizadas exibições com a temática dos eclipses. Uma cúpula móvel e inflável em formato de gota d’água está montada no Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE) da UFRN. Dentro dela, a sessão é mediada pela equipe, enquanto o público olha para cima a projeção do céu. Durante o ano de 2023, toda a exposição foi pensada para explicar sobre os eclipses solares, desde as imagens exibidas dentro do planetário móvel, até as observações do Sol com métodos adequados, e as dinâmicas são realizadas com os visitantes do lado de fora, usando materiais produzidos manualmente pelos membros do Barca. As sessões voltadas para turmas escolares acontecem quinzenalmente, às segundas-feiras, com visitação de escolas. Também acontecem eventos mensais abertos, dentro e fora da Universidade, para o público geral. 

    A professora do Departamento de Física Teórica e Experimental e atual coordenadora da Barca dos Céus, Auta Stella, vê a astronomia com encantamento e compartilha os conhecimentos das observações para os visitantes. “Queremos sensibilizar as pessoas para voltar a olhar para o céu e para o ambiente à sua volta, além de provocar uma percepção das conexões que há entre o planeta e os céus”, explica Auta. Em anos anteriores, o projeto também já abordou temas como relações entre o céu e o mar e a participação das mulheres na ciência.

    O nome do projeto de extensão também incentiva a olhar para cima. A expressão Barca dos céus faz referência a uma constelação no hemisfério norte, possível de visualizar no céu do RN. Esse conjunto de estrelas foi adotado principalmente pelos conhecedores tradicionais do estado, grupos de pessoas que vivem em conexão com a natureza e que desenvolveram conhecimentos específicos para sobreviver ao longo de gerações. São indígenas, pescadores e agricultores que vivem de forma sustentável e em certo grau de isolamento da cultura urbana. Esses povos estabeleceram padrões no céu com os astros para se orientar durante a navegação e a caça, além de delimitar o tempo e auxiliar em outras atividades do dia a dia. 

    “A Barca é muito conhecida no nosso estado. Temos constelações oficiais que a União Astronômica Internacional adota. Porém, há outros padrões que identificamos e reconhecemos no céu, que uma determinada cultura usa para se localizar, marcar tempo e são igualmente importantes. Esses padrões, no caso de alguns grupos, não são construídos só com estrelas. Os indígenas Guarani, por exemplo, usam também manchas escuras e claras no céu em seu reconhecimento do mesmo”, explica a professora. 

    Atualmente, a academia adota como constelações oficiais 88 áreas do céu, denominadas de acordo com algumas das constelações ocidentais. “A Barca não é uma oficial, mas está no nosso estado. É uma constelação com um conjunto de estrelas que aparenta o formato de uma barca e tem até uma que eles (os conhecedores tradicionais) dizem que é um ‘peixinho’ a acompanhando”, complementa Auta. Essas estrelas são identificadas nas constelações gregas como partes da constelação Ursa Maior.

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    Planetário Barca dos Céus abre vagas para bolsistas e voluntários

    O Planetário Digital Móvel Barca dos Céus, projeto do grupo de pesquisa em ensino de física e astronomia do Departamento de Física Teórica e Experimental da UFRN (DFTE/UFRN), está com inscrições abertas para bolsistas e voluntários. As vagas são destinadas a alunos de graduação de qualquer curso da UFRN interessados em obter treinamento para uso dos equipamentos do projeto, participar de discussões semanais e vivências sobre os temas relacionados ao projeto, produzir material didático e conteúdo para as redes sociais, além de interagir com o público do planetário.

    A professora do DFTE e coordenadora do projeto, Auta Stella, explica que, além dessas oportunidades de experiência, os estudantes terão instruções para as ações presenciais do projeto. “Nossa perspectiva é preparar esses novos membros para o trabalho presencial em paralelo ao trabalho virtual, que já vem sendo desenvolvido nos últimos semestres, visando a um retorno totalmente presencial somente em 2023. Contudo, abrimos a possibilidade de, próximo ao final do ano, algumas das mostras agendadas previamente para o formato virtual serem realizadas em formato presencial”, pontua a professora.

    O Planetário Móvel da UFRN desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão que visam, particularmente, popularizar e apoiar o ensino formal da Astronomia e de conhecimentos afins, em perspectivas que possam contribuir para uma maior sensibilização e compreensão do meio ambiente local e planetário. Entre os objetivos da ação de extensão, estão: estimular o contato com o céu real, não somente com o planetário; resgatar e contribuir para a valorização de conhecimentos tradicionais sobre o céu; unir conhecimentos do passado com as indagações que nos guiam para o conhecimento futuro sobre o cosmos.

    As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o dia 30 de março. Os interessados em concorrer às bolsas deverão demonstrar interesse por meio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), seguindo o caminho: Bolsas > Oportunidade de Bolsas > Bolsas de Extensão, além de enviar um e-mail com histórico escolar, para a coordenação do projeto, e estar inscrito no Cadastro Único da UFRN como discente prioritário. Aqueles que forem selecionados para as vagas remuneradas terão jornada semanal de 20 horas, de segunda a sexta-feira. Já os voluntários irão trabalhar conforme acordo junto à coordenação do projeto.

    No dia 31 de março, cada inscrito receberá um e-mail informando se foi selecionado para a entrevista de seleção dos bolsistas ou se poderá seguir na seleção como voluntário. Para mais informações, acesse o site ou o Instagram do projeto, ou entre em contato pelo endereço  planetariobarcadosceus@fisica.ufrn.br