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    Dia Nacional do Diabetes: especialista explica mitos e verdades acerca da doença

    O diabetes é uma doença crônica caracterizada pela hiperglicemia, que é o aumento do nível de açúcar no sangue, e afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, exigindo uma gestão cuidadosa e constante. No entanto, há muitas informações confusas que circulam a respeito do tratamento e convívio com a doença, gerando dúvidas e insegurança entre os pacientes. 

    Atualmente, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial entre os países com maior incidência da doença. De acordo com dados da Vigitel Brasil, Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, o diabetes acomete 10,2% da população brasileira. 

    André Guanabara, especialista em nutrologia, afirma que por mais que seja uma doença que atinge um grande percentual da população, algumas informações sobre a doença acabam causando bastante medo, sobretudo nos enfermos. 

    “Muitos pensam que todo paciente diabético precisa ser submetido a furos constantes, mas isso não é verdade. Hoje, principalmente para quem tem diabetes tipo 1, temos alternativas como os monitores contínuos de glicose, que permitem um controle sem a necessidade de furos nos dedos. Além disso, a insulina inalável oferece uma forma de administração sem injeções”, explica o especialista

    Já no outro tipo da doença, de acordo com o nutrólogo, as pessoas podem fazer o tratamento de maneira mais simples. “Para o diabetes tipo 2, as mudanças nos hábitos alimentares, combate à obesidade e medicamentos orais podem ser suficientes. A medicina tem avançado bastante, e é possível tratar o diabetes de maneira menos invasiva”, pontua.

    Outros mitos e verdades sobre o diabetes

    Obesidade pode ser uma das causas do diabetes – Verdade. O acúmulo excessivo de gordura corporal é responsável pelo aumento da produção de insulina no pâncreas, auxiliando a entrada de glicose nas células e reduzindo o nível de glicose no sangue.

    Diabetes tipo 2 pode ser prevenido com hábitos saudáveis no dia a dia – Verdade. Os hábitos saudáveis, sobretudo os que são ligados à alimentação e prática de atividades físicas (combate ao sedentarismo), são indicados tanto para o tratamento como para a prevenção de quem possui diabetes tipo 2.

    Diabetes é uma doença de idoso – Mito. O diabetes tem maior incidência em pessoas com idades mais avançadas, mas também pode afetar outras faixas etárias. Se os pais tiverem estilos de vida desregulados em alimentação e atividades físicas, muito provavelmente seus filhos seguirão os mesmos caminhos, aumentando as chances de adquirirem esse tipo de doença.

    Quem tem  diabetes não pode nunca comer açúcar – Mito. Pacientes diabéticos podem consumir açúcar, porém, sempre devem estar atentos às quantidades de ingestão. O açúcar é permitido, mas desde que esteja inserido de maneira equilibrada dentro da alimentação do paciente.

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    Diabetes é responsável por mais de 28 amputações por dia no Brasil

    O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, entre janeiro e agosto deste ano, 6.982 amputações de membros inferiores (pernas e pés) causadas por diabetes, o que equivale à média de mais de 28 ocorrências por dia.

    Os casos vêm crescendo ano a ano, conforme mostram os dados do Ministério da Saúde. O número de amputações em 2022 (10.168) foi 3,9% superior ao total de 2021 (9.781), o que representou média de 27,85 cirurgias por dia, no ano passado, em unidades públicas.

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença já figura como a principal causa de amputação não traumática em membros inferiores, no país. As amputações traumáticas são as que ocorrem, por exemplo, em acidentes de trânsito ou de trabalho.  

    “Hoje, nós temos um número de grande de amputações sem ser por acidente. E a principal causa é justamente o diabetes, além do cigarro. Então, a gente tem que combater esses males”, reforça o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Araújo, portador de diabetes tipo 1.

    A SBD aponta também que 13 milhões pessoas com diabetes têm úlceras nos pés, os chamados pés diabéticos, que podem resultar nestas amputações.

    Preocupada com o cenário, a Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) alerta para essa complicação que pode atingir tanto pacientes com diabetes mellitus do tipo 1, como do 2. O presidente da ABTPé Luiz Carlos Ribeiro Lara, dimensiona a situação.

    “Entre todas as suas complicações, o pé diabético é considerado um problema grave e com consequências, muitas vezes, devastadoras em razão das úlceras, que podem implicar em amputação de dedos, pés ou pernas.”

    O alerta sobre as complicações que afetam as pessoas com a doença ocorre no Dia Mundial do Diabetes, celebrado neste 14 de novembro. Em 2023, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu como tema da campanha: Educação para Proteger o Futuro. O objetivo é destacar a necessidade de melhorar o acesso à educação de qualidade sobre a doença a profissionais de saúde e pessoas com a doença.

    Pé diabético  

    A neuropatia periférica provocada pelo diabetes causa a perda das funções dos nervos do pé. Com isso, ficam prejudicados o tato e a sensibilidade para a dor. Essa redução da sensibilidade relacionada ao diabetes dificulta a percepção do paciente em notar lesões ou feridas.

    A diretora da ABTPé, a endocrinologista Jordanna Maria Pereira Bergamasco, relaciona a sensibilidade dos pés com um fator de proteção à pessoa com diabetes. “Esse pé não tem a sensibilidade protetora, então, sem perceber ocorrem feridas e infeccionam. O paciente não consegue resolver e estas acabam em amputações menores ou maiores, ou seja, desde uma pontinha de dedo até uma perna. Tudo por causa das feridas. E o número de ocorrências é grande.”

    Jordanna confirma também ser inevitável que, em até dez anos após o desenvolvimento do diabetes, comecem a surgir os sintomas da neuropatia periférica, mesmo com a doença controlada, esses pacientes vão ter algum grau de neuropatia. Porém, segundo ela, a saída é o controle da glicose no sangue, que pode adiar as alterações neurológicas, principalmente, dos membros inferiores, e consequentemente, evitar mutilações.

    “A doença leva à neuropatia, a gente não consegue evitar. O único jeito de conseguir postergar isso é com controle glicêmico. E para evitar as amputações é com cuidado”, conta a endócrino.

    Na família

    A professora de uma escola pública do ensino fundamental do Distrito Federal, Amanda Pereira, conhece bem várias das rotinas de prevenção às complicações do diabetes. Em dezembro de 2021, ela perdeu a mãe Marilena Pereira, aos 64 anos, devido a uma infecção generalizada que começou com uma ferida no pé e chegou a atingir o osso.  

    Amanda contou que a mãe ficou diabética em 2007, aos 40 anos, e se revoltou com as restrições na alimentação impostas pela doença. Marilena seguiu fazendo uso de bebidas alcoólicas, cigarros e refrigerantes. Continuou a ingerir doces desregradamente e se recursou a fazer atividades físicas.

    Até que, em 2015, a doença não perdoou as extravagâncias de Marilena que perdeu a visão do lado esquerdo e parte do lado direito. A consequência contribuiu para que a mãe de Amanda desenvolvesse depressão e não quisesse mais ir às consultas médicas.

    Em 2019, após fraturar o fêmur, em uma queda no banheiro, Marilena ainda perdeu a autonomia para se deslocar e, na sequência, teve uma trombose. “Tenho a impressão que minha mãe envelheceu 30 anos em seis. Ela desistiu de viver,” lamentou Amanda.

    Apesar dos cuidados dos familiares, o simples atrito dos pés da mãe no lençol da cama rendeu à Marilena a ferida derradeira no pé, que não cicatrizou e a levou a óbito. Hoje, aos 44 anos, Amanda voltou a sentir os assombros das consequências do diabetes: ela convive com o sogro e um aluno com acometidos pela doença. O sogro já está, gradativamente, perdendo a visão.

    As experiências negativas, no entanto, também lhe ensinaram sobre a doença. “O importante do diabetes é estar se cuidando, porque, com o tempo, vai consumindo o organismo da pessoa. A doença é silenciosa. Ela não avisa. Quando chega, já vem estragando tudo. Mas, se a pessoa vai cuidando, é mais difícil de acontecer algo, principalmente se ela é acompanhada por médicos, se tem uma alimentação saudável e pratica uma atividade física regular. A diabetes, para mim, é uma doença terrível”, conclui a professora. 

    Cuidados

    Jordanna explica que os pés de pessoas com diabetes exigem cuidados especiais:

    • Exame visual periódico dos pés pela própria pessoa, familiar ou profissional de saúde;
    • vestir meias brancas ou de cor clara, principalmente de algodão, para observar possíveis manchas de sangue no tecido;
    • em situações de baixa mobilidade ou sobrepeso, usar um espelho para verificar a sola dos pés;
    • evitar calçados apertados, duros, de plástico, de couro sintético, com bicos finos, saltos altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos;
    • escolher sapatos confortáveis;  
    • não usar calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios;
    • evitar andar descalço para não se machucar em batidas e topadas;
    • cortar as unhas dos pés com um profissional e não retirar calos ou cutículas;
    • manter os pés sempre aquecidos;  
    • verificar a temperatura da água com o cotovelo antes de colocar os pés;
    • não usar bolsas de água quente;
    • hidratar os pés para evitar rachaduras que podem servir de acesso a infecções oportunista;
    • enxugar a umidade entre os dedos para evitar frieiras;
    • não andar descalço no chão quente para evitar queimaduras; e
    • em caso de lesões, procurar um médico.

    Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que desenvolve estratégias para promover a saúde e prevenir as condições crônicas que decorrem do diabetes. Entre as ações listadas estão o acompanhamento nutricional e alimentar, estímulo à adoção de hábitos saudáveis, além dos guias alimentares para a população brasileira:

    “A pasta também credenciou novos polos da Academia da Saúde, espaços próprios para a prática de atividade física, essencial para um estilo de vida mais saudável”

    O Ministério da Saúde informou ainda que, em 2023, investiu mais de R$ 870 milhões no custeio de equipes multiprofissionais, compostas por especialistas de diferentes áreas da saúde – entre elas nutrição e educação física, para atuar na Atenção Primária à Saúde, considerada a porta de entrada da saúde pública no Brasil.

    Agência Brasil

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    CCJ aprova programa de conscientização e controle do diabetes nas escolas estaduais

    A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) aprovou, na manhã desta terça-feira (5), na Assembleia Legislativa do RN, projetos de lei relativos a Saúde, Educação, bem como à proteção aos ciclistas no trânsito e aos animais em adestramento, no âmbito do Estado.

    Com relação à pasta da Saúde Pública, foi aprovado o Projeto de Lei nº 428/2021, de iniciativa do deputado José Dias (PSDB), que dispõe sobre o Programa de Conscientização e Controle do Diabetes na rede pública estadual de ensino. 

    “O projeto é claramente constitucional, e no que concerne ao campo material inexiste impedimento ao disciplinamento do assunto pelo Estado, já que o objetivo é de conscientização da população. Quanto à técnica legislativa, verificou-se a necessidade de emendas redacionais e supressivas, para adequar a matéria às normas legais”, justificou o relator, Subtenente Eliabe (SDD), votando favorável e sendo acompanhado pelos colegas.

    Segundo Francisco do PT, “a matéria é bastante meritória e importante, por tratar da conscientização e controle de diabetes na rede pública de ensino. Por isso, meu voto é pela sua admissibilidade”.

    Para Jacó Jácome (PSD), a iniciativa é muito pertinente, e a conscientização sobre o diabetes deve ser feita de berço.

    “Tirando o diabetes 1, que é congênito, percebe-se que os riscos à doença são gradativos, pois o diabetes 2 é adquirido durante a vida. É muito importante falar sobre isso nas escolas públicas, porque muitas dessas crianças têm alimentação inadequada e podem vir a conviver com a doença mais para frente, o que seria um prejuízo enorme em suas vidas”, acrescentou o parlamentar.     

    A respeito da proteção às pessoas utilizando bicicletas no trânsito do Rio Grande do Norte, foi apreciado o Projeto de Lei nº 134/2022, proposto por Kleber Rodrigues (PSDB), que dispõe sobre a instalação de placas de sinalização, alertando os motoristas quanto à presença de ciclistas nas vias.

    “A matéria em estudo é constitucional, considerando que o objetivo da proposta é a educação no trânsito, de natureza administrativa comum. O código de trânsito atribui aos estados a competência para regulamentar e operar o trânsito na sua circunscrição. Por isso, após todas as análises, eu voto pela admissibilidade da matéria, com substitutivo de alterações textuais, a fim de melhorar a compreensão dos seus artigos”, afirmou Ubaldo Fernandes (PSDB), relator do projeto, que foi aprovado à unanimidade. 

    Finalmente, acerca da matéria de proteção aos animais, foi aprovado o Projeto de Lei nº 139/2022, de proposição do deputado Kelps Lima (SDD), que proíbe a fabricação, a comercialização e o uso de coleiras anti-latido com impulso eletrônico, bem como das coleiras com impulso eletrônico, para fins de adestramento, no Rio Grande do Norte.

    “O requisito constitucional está totalmente atendido, visto que a competência para proteger a fauna e a flora é realmente estadual. A proposição pretende estabelecer mecanismos de proteção aos animais, por meio da proibição das coleiras de choque, daí a sua relevância. Portanto, após analisar todos os aspectos, eu voto favorável à matéria”, afirmou o relator Subtenente Eliabe, sendo o projeto aprovado à unanimidade.

    Compareceu também à reunião o deputado Souza (PSB). Ao final, o presidente George Soares (PV) convocou um novo encontro para a próxima terça-feira (12), no horário regimental.

    Foto: Eduardo Maia