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    RN desenvolve clone de cajueiro de alto rendimento e adaptado às condições climáticas potiguares

    Nos esforços para revitalizar o potencial da cajucultura e renovação dos pomares com maior produtividade, o Rio Grande do Norte conseguiu desenvolver uma variedade específica da planta de alto rendimento e inteiramente adaptada às condições edafoclimaticas potiguares, sobretudo as de regiões com altitudes mais elevadas. A variedade em questão é o clone do cajueiro-anão BRS 555, que vinha sendo pesquisado e desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroindústria Tropical na Serra de Santana, na região do Seridó. O diferencial está na capacidade de produção. A árvore chega a produzir mais de 3 mil quilos de castanha por hectare a partir do nono ano.

    Trata-se de um clone que a Emprapa está lançando e que foi desenvolvido especialmente no estado. O BRS 555 já vinha sendo pesquisado há muito tempo. Imagine o tempo que leva para manipular e adaptar o material genético de uma espécie”, deduz o gestor do projeto de Fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho.

    Para o gestor, os resultados têm sido satisfatórios, já a variedade apresentou alto podrr de produção. “É um desempenho muito bom e, devido â capacidade de produção, apresenta excelentes perspectivas para os cajucultores do estado”.

    A variedade potiguar do cajueiro-anão está sendo apresentada aos produtores do estado durante a Frut & Tec Oeste – Caravana Caju 2022, uma série de eventos promovidos pelo Sebrae no Rio Grande do Norte em parceria com a Embrapa, Prefeitura de Apodi, Serra do Mel, Porto do Mangue, FAERN/SENAR, IFRN, BNB, EMATER, para transmissão de novos conhecimentos e inovação tecnológica voltadas para a cajucultura. A caravana começou no dia 23, em Apodi, passando por Porto do Mangue, encerrado na última sexta-feira (25), em Serra do Mel.

    Caravana Caju

    A ação faz parte das estratégias do projeto de Fruticultura do Sebrae-RN, que tem centrado na capacitação e difusão de tecnologia na fruticultura irrigada e diversificada para aumentar os níveis de produção e competitividade daqueles que produzem frutas. “A Caravana Caju é resultado dessa parceria com a Embrapa, prefeituras e outros parceiros para levar informações sobre produção, processamento e inovação tecnológica na área do caju. Ou seja, como gerar oportunidade e agregação de valor à produção”, explica Franco Marinho.

    Processamento entrou na pauta do evento. Foto: Moraes Neto

    Perspectivas

    O diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, tem participado dos eventos e comenta sobre a ação. “O evento, além de fazer uma avaliação sobre o que desenvolvemos, seus erros e acertos, conhecer novas tecnologias e soluções para as cadeia produtiva, nos permite (com os parceiros) planejar as próximas ações e iniciativas para a atividade econômica”, pondera o diretor.

    Na avaliação de João Hélio, a cajucultura potiguar vive um novo momento. “Após a longa estiagem e os efeitos provocados pela mesma, ocasionando a morte de milhares e cajueiros, a infestação de pragas, perda de qualidade e indisponibilidade de produtos para atender contratos firmados com fornecedores, estamos conseguindo superar essas dificuldades, buscando e aplicando novas tecnologias sociais, melhoramento genético e Assistência Técnica continuada. Com a vontade da mudança e determinação dos produtores, a Embrapa, Prefeituras, Emater e outros parceiros, iniciamos um novo momento na cajucultura potiguar”.

    O diretor também adiantou que os investimentos e metas para 2023 seguem no fortalecimento e disseminação e uso de tecnologias sociais, substituição de cajueiros improdutivos, controle de pragas, obtenção do selo de indicação geográfica, fortalecimento do associativismo/cooperativismo, acesso a novos mercados e crédito, além da ampliação do número de produtores a serem beneficiados no estado.

    Agência Sebrae – Foto: Moraes Neto

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    Sebrae e Embrapa traçam plano para revitalizar a cajucultura no RN

    A estiagem e o envelhecimento dos pomares foram preponderantes para a redução da produtividade de caju no Rio Grande do Norte. Em duas décadas, a produção do fruto e da amêndoa caiu drasticamente e atualmente as áreas produtoras somam pouco mais de 50 mil hectares, posicionando o estado em terceiro lugar no ranking de produção nacional, atrás do Piauí e do Ceará. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a colheita do pedúnculo (popularmente conhecido como a fruta) chega a 10.877 toneladas por ano e a de castanhas gira em torno de 5 mil toneladas anuais. Para se ter uma noção da queda, no início da década de 1990, a produção média anual da amêndoa no RN chegava a ultrapassar as 51 mil toneladas.

    A revitalização da cultura dos cajueiros está no centro das atenções do Sebrae no Rio Grande do Norte e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As duas instituições pretendem desenvolver ações ao longo deste ano para fortalecer a atividade e ampliar a produtividade em território potiguar. Na próxima segunda-feira (21), o chefe geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Gustavo Saavedra, vai se reunir com o gestor do Projeto de Fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho, e com técnicos da instituição, em Mossoró, para planejar ações a serem implementadas ainda em 2022, com o objetivo de reverter o quadro, aumentar a produtividade das áreas de plantio e ampliar a competitividade dos produtores.

    “Durante a Expofruit, tivemos uma conversa prévia para montar estratégias para revitalizar a cajucultura no Nordeste. Nesse encontro, vamos discutir um formato de parceria, capaz de levar soluções de inovação tecnológica desenvolvidas pela Embrapa aos pequenos produtores do estado”, adianta Franco Marinho.  Segundo o gestor, a ideia é traçar uma linha de ações a serem executadas a partir deste ano. Entre as propostas, estão a criação de novos viveiros para a recuperação dos cajueiros antigos, adoção de clones mais produtivos e compatíveis com as condições edafoclimáticas do Rio Grande do Norte e o estabelecimento de um cronograma de capacitação, consultorias, transferência de tecnologias e de missões técnicas para os cajucultores potiguares.

    Outro ponto a ser trabalhado é o processamento da castanha e, sobretudo, do pedúnculo, que ainda detém um alto índice de desperdício. Estima-se que 70% dos pedúnculos colhidos no Nordeste brasileiro, onde está concentrada a produção nacional da espécie, ainda são desperdiçados. “Muito desses cajus após a retirada da castanha são jogados fora. Por isso, queremos viabilizar um melhor aproveitamento, como na utilização para produção de cajuína, por exemplo, e para sucos. Além disso, vamos analisar novas formas de agregar valor aos produtos da cajucultura”.

    As maiores áreas de produção de caju no Rio Grande do Norte estão no município de Serra do Mel, que concentra pelo menos 13 mil hectares voltados somente para a produção de castanhas. Em todo o estado, dez municípios respondem pelas áreas principais de cultivo. “Temos uma perspectiva muito boa de trabalhar junto a produtores de três regiões: Seridó, Mato Grande e Oeste Potiguar. Há regiões em que a produtividade ainda é muito baixa, em torno de 350 quilos por hectare. Queremos ampliar essa média para mais de mil quilos por hectare”, estima Franco Marinho, que aponta a experiência do município de Severiano Melo, que passou a ser referência no Nordeste na produção. Apesar de não ter extensas áreas de cultivo, pequenos produtores locais conseguem produzir caju o ano inteiro.