A experiência exitosa para impulsionar a produção de ostras nos municípios de Canguaretama e Tibau do Sul levou o Sebrae no Rio Grande do Norte e a Fundação Banco do Brasil a firmarem nova parceria para desenvolvimento de um projeto de ostreicultura em mais uma cidade potiguar, o município de Senador Georgino Avelino, distante 55 km de Natal. A iniciativa vai promover a inclusão produtiva para geração de renda por meio do cultivo de ostras de forma sustentável, minimizando o extrativismo predatório da espécie. O projeto beneficiará 45 famílias, podendo alcançar de forma indireta cerca de 200 produtores da região com capacitações, assistência técnica, acompanhamento e aplicação de tecnologias sociais.
A parceria entre Sebrae e Fundação Banco do Brasil vai investir R$ 1,2 milhão para o aumento da capacidade de produção das associações por meio da doação dos materiais específicos para o cultivo das ostras, a ampliação do acesso ao mercado e a formação continuada de micro produtores familiares nas regiões de estuários nos municípios de Senador Georgino Avelino, além de Canguaretama, Tibau do Sul.
A ação faz parte do Projeto de Desenvolvimento Setorial nos Territórios – Aquicultura Potiguar e beneficiará 45 famílias, podendo alcançar de forma indireta cerca de 200 produtores daquela região, ao longo de dois anos. Para o diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, a parceria representa um esforço conjunto para a consolidação da cadeia de produção da ostra no Rio Grande do Norte, por meio do aumento da capacidade de produção das associações produtoras, estabilidade no fornecimento de sementes e ampliação de mercados.
“Temos firmado parceria com a Fundação Banco do Brasil desde 2005 para atender várias cadeias produtivas ligadas ao agronegócio. Com esse novo projeto, queremos fomentar a geração de renda, inclusão produtiva, promover a sustentabilidade dessa atividade e estimular a adoção de tecnologias sociais, obtidas em experiências anteriores, e aplicá-las junto a esses ostreicultores”, diz o diretor. A produção das áreas acompanhadas é de aproximadamente 1 milhão de ostras por ano. Com o incremento previsto no projeto, espera-se chegar a 2 milhões, dobrando a capacidade atual.
De acordo com o gerente da Unidade de Desenvolvimento do Rural do Sebrae-RN, Angelo Baeta, os estuários do Rio Grande do Norte possuem um potencial ímpar para a produção de ostras nativas. A Lagoa de Guaraíras possui um dos melhores índices de crescimento de ostras nativas do país e o rio Curimataú, um extenso estuário para se produzir e com um grande estoque natural.
Além disso, o estado possui o único laboratório de produção de sementes de ostras nativas, que tende a funcionar regularmente com o projeto. Segundo Baeta, a posição geográfica do RN favorece o acesso a mercados consumidores vizinhos dos estados da Paraíba, Ceará e Pernambuco.
A cadeia de produção de ostras no estado estava em declínio e a atuação do Sebrae, a partir de 2012, deu um impulso à atividade. O trabalho foi decisivo para a regularização das áreas de produção, consolidação do fornecimento de sementes, implementação e ampliação dos cultivos, formação continuada dos produtores e acesso ao mercado.