Dedicada à memória de Abraham Palatnik, Moacy Cirne e Anchieta Fernandes e dando continuidade à trajetória e reconhecendo a importância de todos os que contribuíram para construção da nossa modernidade, no ano do centenário da Semana de Arte Moderna de 22, Falves Silva e J. Candido apresentam a exposição “Espaços”, neste sábado, 3 de dezembro, a partir das 9h30, na Galeria Engenho de Arte, no Mercado de Petrópolis.
Segundo o Prof. Edrisi Fernandes, através dos objetos expostos “Pode-se evocar os ‘poemas espaciais’ experimentais de Ferreira Gullar (1959), mas também a ‘Sala Proun’ de El-Lissitzky (Berlim, 1923), e talvez a forma mais completa de ver as assemblages, seja dispondo-as como expressões possíveis das paredes de um espaço proun – tridimensionalização de questões estéticas suscitadas por Kazímir Malévich a partir de 1915 e ainda hoje não esgotadas [uma configuração em altar, como no caso do “Bólide B33 Caixa 18 – Homenagem a Cara de Cavalo” (1965), de Hélio Oiticica, poderia ser uma opção]”.
“São de certo modo poemas processuais em aberto, não-ready made – cabe ao observador processá-los e dar-lhes um fim (ou recomeço, como no caso dos ‘transobjetos’ de Hélio Oiticica) – poderiam constituir instigantes mensagens para viajantes extraterrestres (mais no estilo dos planits suprematistas que naquele do ‘disco dourado’ lançado ao espaço em 1977 na nave Voyager), ou excelentes ‘cápsulas do tempo’ para a humanidade do futuro”, explica Edrisi.
O poeta espanhol Gerardo Diego (1896-1987) dizia que “Crear lo que nunca veremos/ Eso es la poesia”. Como na “lata do poeta” no poema e letra musical “Metáfora”, de Gilberto Gil (1982), “nas assemblages de Falves e João cabe o incontível e o incabível, mas que se faz idealizável e metaforicamente contável enquanto um nada que é tudo, ou pode ser muita coisa, a depender da ressignificação que se lhe dê”, conclui o professor.
SERVIÇO:
Exposição ESPAÇOS, de Falves Silva e J. Candido
Dia 03 de dezembro – 9h30
Galeria Engenhos de Arte – Mercado de Petrópolis
