O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, é uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e lutar para que tenham as mesmas liberdades e oportunidades das outras pessoas. A data é reconhecida oficialmente pelas Nações Unidas desde 2012.
Uma das principais formas de garantir a inclusão para qualquer pessoa com necessidades especiais, principalmente no mercado de trabalho, é por meio de uma educação de qualidade. Por isso, o UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Natal faz questão de acolher esses estudantes, garantindo que as aulas sejam pensadas e executadas com base em estratégias que tornem o processo de aprendizagem favorável e compatível com as habilidades do aluno.
O curso de Gastronomia da UNINASSAU Natal é referência no RN na inclusão de pessoas com Síndrome de Down, tendo formado, no final do ano passado, pela primeira vez em todo estado, uma pessoa diagnosticada com a síndrome, o jovem Fred Carvalho Filho, Fredinho, como é carinhosamente chamado. Isso só foi possível por meio da adaptação das aulas, pensadas com todo cuidado e dedicação para que o aluno tivesse o total aproveitamento do curso. “As aulas tendem a ser mais dinâmicas. Nas aulas práticas, procuramos ter mais atenção a ele, além das provas serem adaptadas para a realidade dele. Com Fredinho, por exemplo, como ele é bastante expressivo e gosta de redes sociais, nas minhas provas eu procurava cobrar uma gravação de vídeo explicando, por exemplo, como é feito uma guacamole. Assim eu conseguia avaliar se o conhecimento foi adquirido de forma construtiva”, conta o professor Glauber Soares, gastrônomo e especialista em gastronomia regional brasileira.
O pai de Fredinho, o jornalista Fred Carvalho, conta que o desejo do filho de cursar Gastronomia veio desde o ensino fundamental, mas o processo de encontrar uma instituição que estivesse disposta a adaptar seus métodos para acolher um estudante com Síndrome de Down, no entanto, não foi simples. “Nós procuramos mais de uma instituição. Infelizmente, uma faculdade praticamente negou o acesso, fazendo um vestibular que não estava em condições de ser respondido por Fredinho. A UNINASSAU acolheu a família, dando todo o apoio e, mais ainda, se abrindo para achar soluções junto com a gente”, relembra o jornalista. “Todo o processo foi facilitado porque eu também decidi cursar gastronomia, e me formei na mesma turma que Fredinho”.
Ainda durante o curso, Fredinho fez história mais uma vez ao se inserir no mercado como profissional da área. Para isso, contou com a ajuda da mãe, Milena Araújo, sócia no “Du Fred Gastronomia”, empresa especializada na produção de molhos artesanais. Para o professor Glauber, essa conquista de Fredinho é um reflexo de como o apoio da família e da comunidade tem o poder de alavancar a vida profissional das pessoas com Síndrome de Down. “Um exemplo simples de como é possível termos um mercado de trabalho mais inclusivo, está na forma como Fredinho já concluiu o curso se apresentando como empreendedor. Nas cozinhas profissionais de um restaurante, podemos ter um auxiliar, cozinheiro ou chef com Síndrome de Down. Esse tabu tem que ser quebrado, pois a cozinha é um local mágico, onde, sem dúvida, esses novos alquimistas da Gastronomia podem trabalhar suas habilidades dando seu próprio show”.