No Brasil, cerca de 1,9% da população é formada por pessoas transgênero ou não binárias. Embora tenha seus direitos garantidos na teoria, essa população continua enfrentando desafios no âmbito nacional. Entre eles, estão o acesso efetivo aos serviços de proteção e promoção à saúde. Pensando na importância de discutir esse problema, a Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina do Brasil (IFMSA Brazil) UFRN, com a coordenação do docente Jose Jailson de Almeida Junior, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), promove, nesta quinta-feira, 10, o evento Atendimento à população trans e travesti: direitos humanos e o acesso à saúde.
O público-alvo são estudantes de Medicina e a transmissão acontece via Google Meet, das 19h às 21h. O evento traz ainda um segundo encontro presencial, dia 12 de fevereiro, no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN), voltado apenas aos associados do IFMSA Brazil UFRN e que contempla a carga horária total de 5 horas. A inscrição é feita por meio deste formulário, no qual os participantes devem especificar dados referentes ao curso de graduação e se vão ou não comparecer aos dois dias da atividade. Aos interessados em participar da ação presencial, a taxa é de R$ 13.
No primeiro dia, dois temas integram a discussão: Os direitos das pessoas trans e travestis: da política nacional à municipal e Acesso da pessoa trans e travesti ao Serviço de Saúde: serviços ofertados e barreiras para o cuidado integral. As responsáveis por embasar os debates são Emilly Mel Fernandes, psicóloga transgênero e especialista na temática de atendimento à população trans e não binária; e a jornalista Janaína de Lima, que vai focar nos conceitos de identidade de gênero e sexualidade e nos impasses para o atendimento pleno da população trans e travesti.
Para promover a aplicação dos aprendizados teóricos na sexta-feira, 12 de fevereiro, a programação apresenta o desenvolvimento de uma atividade prática. A dinâmica vai ser trabalhada por duas médicas: uma profissional de infectologia, que vai abordar fertilidade, reprodução, anticoncepção e prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) para pessoas transgênero, e uma médica da família e comunidade (MFC), que será a responsável por direcionar os discentes de Medicina à promoção de atendimentos integrais, humanizados e empáticos.
Hoje os direitos de acesso à saúde pública da população trans e travesti são guiados pela Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), que reconhece a vulnerabilidade e a descriminação a que esse público é submetido. A iniciativa está presente no Sistema Único de Saúde (SUS), que também promoveu, em 2008, o Processo Transexualizador (SUS), responsável por possibilitar a cirurgia de modificação corporal e genital e o acesso ao atendimento multiprofissional. A expectativa é de que a programação do evento possa resultar na absorção das múltiplas dimensões da saúde de trans e travestis e na compreensão do papel social do médico para a garantia dos direitos sanitários desse grupo.
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