No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil mais de nove mil novos casos de câncer em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. No Rio Grande do Norte, a média de novos casos por ano é de 130, sendo que muitos pacientes ainda são encaminhados aos hospitais de referência com a doença em estágio avançado ou são subnotificados.
No RN, em 2020, foram diagnosticados 190 novos casos de câncer infantojuvenil e em 2021 até o mês de julho foram diagnosticados 60 casos novos. Segundo diagnóstico detalhado, em primeiro lugar está a leucemia linfóide. Em 2020 foram 28 casos. De 2015 até 2021 foram 160 casos de leucemia diagnosticados no estado. Em segundo lugar está a neoplasia maligna do sistema nervoso central. Entre 2015 a 2018, foram a óbito 214 crianças e adolescentes.
Como forma de lançar um olhar mais atencioso aos sintomas, o Setembro Dourado tem como proposta ampliar o debate sobre o assunto e chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença, que aumenta as chances de cura em até 80%. Além disso, quando diagnosticada em fase inicial, é possível um tratamento menos agressivo, preservando a qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com Anna Cláudia Sales Gomes Caldas, coordenadora da Rede de Atenção à Pessoa com Doença Crônica, o objetivo do Setembro Dourado é alertar profissionais da saúde, pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de se atentar aos sinais e sintomas sugestivos do câncer infantojuvenil, contribuindo com a sua detecção e tratamento precoce. Intensificar esse diagnóstico precoce, uma vez que quanto mais cedo, maiores são as chances de cura e ajuda ao paciente a ter uma vida saudável após o tratamento. “Alguns sintomas são comuns, parecidos aos de outras doenças pediátricas, por isso a importância também da capacitação de médicos e outros profissionais de saúde para auxiliar nesse diagnóstico, além de chamar atenção dos pais e responsáveis aos sinais e sintomas que possam surgir ou se mostrarem persistentes”, ressaltou a coordenadora.
Tumores mais frequentes na infância e na adolescência
Os tumores mais frequentes em crianças e adolescentes são: as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os tumores que atingem o sistema nervoso central, os linfomas (sistema linfático), o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), o tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), o tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), os osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles).