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    Ministro da Justiça instalará Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas

    O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nessa terça-feira (17) a criação, no âmbito da pasta, do Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas. A proposta foi levada ao ministro pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

    “Acolhendo o pedido das entidades sindicais dos jornalistas, vamos instalar no Ministério da Justiça o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, a fim de dialogar com o Poder Judiciário e demais instituições do sistema de justiça e segurança pública”, disse o ministro em postagem nas redes sociais.

    Dino se reuniu na segunda-feira (16) com a presidenta da entidade, Samira de Castro, e representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

    O anúncio ocorre pouco mais de uma semana depois dos atos golpistas dia 8 de dezembro, em Brasília. Na ocasião, foram reportados ao menos 16 casos de agressão contra profissionais de comunicação, segundo balanço do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF.

    “O objetivo do observatório é monitorar os casos de ataques à categoria, mobilizando os órgãos competentes para coibir as agressões e responsabilizar os agressores, além de acompanhar as investigações dos crimes cometidos para identificação e responsabilização dos autores”, explica Samira de Castro.

    A Fenaj sugere que o órgão seja composto por representantes dos ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, além de representantes da sociedade civil organizada, como a própria federação, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Abraji, a entidade representante de professores e pesquisadores de jornalismo, além de representações patronais, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

    Não se trata de uma proposta nova. A Fenaj e os sindicatos de jornalistas tentam instituir o mecanismo pelo menos desde as jornadas de junho de 2013, há quase 10 anos.

    “A violência contra a categoria atingiu níveis recordes nos últimos 4 anos e presenciamos um ataque organizado às sedes dos Três Poderes e à própria imprensa para conseguirmos, finalmente, debater essa iniciativa”, disse a presidenta da Fenaj.

    Canal exclusivo

    Outra reivindicação das entidades sindicais de jornalistas é a abertura de um canal exclusivo para que os profissionais possam denunciar os casos de agressão sofridos durante os atos golpistas.

    Segundo o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, a Direção-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal vai designar um delegado responsável especificamente pelos inquéritos envolvendo agressões a comunicadores. A ideia é resguardar a privacidade e garantir a segurança para que profissionais de imprensa exerçam suas funções sem risco de novas represálias.

    Agência Brasil

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    Mulheres que fizeram história no Jornalismo são homenageadas em campanha nas redes sociais

    Em uma ação para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres, a Comissão de Mulheres da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) produziu uma campanha virtual para homenagear algumas profissionais da categoria que foram pioneiras no feminismo, no Jornalismo, no sindicalismo e na luta por direitos.

    Por meio de oito cards, que começaram a ser veiculados nessa terça-feira (8), a intenção da Comissão de Mulheres é demonstrar para a categoria e para a sociedade que a luta das jornalistas não é recente e só se tornou possível pela atuação individual de mulheres muitas vezes invisibilizadas nas narrativas predominantemente masculinas.

    “Além disso, é uma maneira de promover um resgate histórico dessas companheiras e celebrar a memória das que vieram antes de nós, ajudando a construir o Jornalismo e a luta por igualdade de direitos entre homens e mulheres”, afirma Samira de Castro, segunda vice-presidenta da FENAJ e integrante da Comissão de Mulheres.

    A biografia que acompanha cada um dos cards foi pesquisada pela jornalista Dulce Tupy, representante do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro na Comissão de Mulheres da FENAJ. “Me dediquei a esse trabalho de pesquisa, que foi um desafio, porque algumas dessa mulheres, jornalistas, não têm muitos registros históricos. Fiz o trabalho como contribuição à Comissão de Mulheres que vem atuando com criatividade e competência na Fenaj, por sinal presidida por uma mulher”, manifesta Dulce.

    Conheça as homenageadas

    A primeira mulher a ilustrar a campanha é Nísia Floresta, que foi educadora, jornalista, escritora e poeta, além de defensora dos ideais abolicionistasrepublicanos e feministas. Pioneira do feminismo no Brasil, Nísia foi a primeira mulher a publicar textos em jornais no País.

    Josephina Álvares de Azevedo também foi jornalista, escritora, poeta e precursora do feminismo no Brasil. Em 1888 fundou o jornal A Família, um periódico que tinha como objetivo a educação e os direitos das mulheres, fazendo com que tivessem suas vozes representadas nas questões políticas.

    Júlia Medeiros lutou pela igualdade dos sexos, enfrentou barreiras  e, com uma longa carreira no magistério, Julia foi pioneira no  jornalismo, na educação e na política. Ela teve participação destacada na vida pública e na política do Rio Grande do Norte.

    Almerinda Farias Gama, jornalista e sindicalista, foi uma das primeiras mulheres negras a atuar no sindicalismo e na política, numa época em que o machismo e o racismo eram ainda mais gritantes na sociedade brasileira do que hoje. Ela também foi a única mulher a votar na eleição que escolheu deputados oriundos de sindicatos e associações profissionais para a Assembleia Constituinte de 1934.

    Antonieta de Barros, professora, jornalista e política, destacou-se pela coragem de expressar suas ideias em uma época que as mulheres não tinham liberdade de expressão. Ela foi a primeira deputada estadual negra eleita no Brasil e também, a primeira deputada mulher em Santa Catarina.

    Eneida de Moraes liderou greves e manifestações contra o capitalismo e as opressões do governo brasileiro. Jornalista profissional, atuou como repórter e cronista, e publicou 11 livros. Um deles, “História do carnaval carioca”, foi a primeira grande obra sobre o assunto – o que lhe rendeu homenagens de mais de uma escola de samba.

    Patrícia Galvão, a Pagu, além de musa do Modernismo, foi jornalista, romancista, poetisa, desenhista, militante política e produtora cultural. Uma mulher à frente do seu tempo, reconhecida por quebrar padrões, participou de greves e foi presa  por 23 vezes.

    Beatriz Nascimento, mulher negra, atuou na imprensa e no movimento negro, mas teve sua trajetória pessoal e profissional interrompida por um feminicídio. Divorciada e mãe de uma filha, colaborou com revistas e jornais, mas o seu trabalho de maior reconhecimento foi o documentário Ori, sobre movimentos negros no Brasil.