Patrocinado pela Petrobras desde 2018, o projeto Vale Sustentável tem contribuído para mitigar as mudanças climáticas por meio do plantio de árvores. Elas absorvem dióxido de carbono, um dos gases de efeito estufa. De 2018 até 2022, o projeto reteve cerca de 1,2 milhão de quilos de carbono. O gás foi “capturado” por meio do replantio de 150 hectares de terra da caatinga com cerca de 127 mil mudas nativas, nos municípios de Assú e Guamaré, no Rio Grande do Norte.
Os dados constam de inventário realizado pela empresa Nordeste Reflore, que utilizou uma metodologia que considera as medições feitas na biomassa acima e abaixo do solo. Entram na conta os compartimentos denominados de biomassa viva localizada acima do solo, representada pelas folhas, galhos, cascas e lenhas; a serrapilheria, camada acima do solo partes vegetais caídas das árvores e a matéria orgânica do solo que incluem as partes já decompostas. Abaixo do solo são consideradas a biomassa subterrânea que compreende as raízes e a biomassa morta (necromassa), que é a matéria orgânica absorvida pelo solo. A expectativa é que essas mesmas árvores retenham mais carbono nos próximos 16 anos, e, para tanto ainda haverá um monitoramento dessa área. Outras duas mil mudas foram plantadas pelo Vale Sustentável em escolas e espaços públicos naquelas duas cidades.
Uma ação complementar foi a implantação de cinco meliponários (abrigos) de abelhas nativas sem ferrão, com um total de 75 colmeias. Esses meliponários implantados em novembro de 2021 dobraram de tamanho em 12 meses. As abelhas Jandaíra são responsáveis por 30% da polinização da caatinga. “Colocamos os meliponários em lugares estratégicos de forma que as abelhas pudessem polinizar tanto a reserva legal quanto os quintais produtivos onde são plantadas as hortas e as frutas”, explica Elisângelo Fernandes, coordenador do Vale Sustentável.
Os quintais produtivos são uma das ações que contribuem para a segurança alimentar, educação ambiental e promoção da cidadania. O Vale Sustentável distribuiu 80 kits com sementes, insumos e equipamentos, para implantação de hortas orgânicas em escolas públicas e comunidades rurais, além de dar suporte técnico agrícola. Mais de duas mil pessoas foram capacitadas em manejo de terra e em organização e fomento dos quintais.
Os produtos desses quintais – como feijão, abóboras, tomates, couve, mamão, entre outros – são utilizados para consumo das famílias e também para geração de renda por meio da comercialização. Os beneficiários do projeto foram ainda capacitados em associativismo e estimulados a formar grupos (associações ou cooperativas) para dar suporte ao negócio e também para empoderar mulheres, responsáveis por um número expressivo de quintais produtivos.
E pensando no futuro da caatinga, o Vale Sustentável foi à escola. Numa parceria com as Secretarias Municipais de Educação, o projeto promoveu ações de educação ambiental por meio das quais cerca de cem adolescentes se tornaram multiplicadores ambientais. Ao todo, as ações educacionais atenderam a pouco mais de cinco mil alunos, sendo a maior parte de crianças que tiveram acesso a professores e material didático. A ideia é fomentar o conhecimento sobre o bioma caatinga para esses jovens com potencial de serem os líderes dos próximos anos. A Associação Norte Rio-grandense de Engenheiros Agrícolas (ANEA), organização que executa o Vale Sustentável, já coleciona histórias de jovens que, tendo passado por projetos como esse, buscaram formação acadêmica agrícola e voltaram para as comunidades para fomentar o desenvolvimento local.
Ao minimizar os efeitos da mudança climática na caatinga, o projeto Vale Sustentável contribui para reduzir a desertificação desse bioma e a desregulação da temperatura no semiárido. Pelos resultados obtidos, o projeto, escolhido na Seleção Pública de 2018 do Programa Petrobras Socioambiental, está em fase aprovação de nova etapa do projeto. O apoio da Petrobras ao projeto Vale Sustentável reflete o compromisso da companhia com a transição justa para uma economia global de baixo carbono como imperativo ético e de competitividade.