Escola trabalha inclusão de crianças neuroatípicas com a presença de calopsitas

Ilustração: Freepik

A Escola Ativa Rede de Ensino, situada no bairro Santa Tereza, em Parnamirim, tem inovado no processo de ensino com educação especial para trabalhar a inclusão com os seus alunos e de forma específica, com os alunos neuroatípicos – que possuem algum transtorno no funcionamento psíquico, como autismo, transtorno de coordenação, desenvolvimento, déficit de atenção ou hiperatividade. A escola tem utilizado a presença de aves calopsitas para fazer a adaptação desses alunos no processo de integração.

Tudo começou pela iniciativa do Diretor Administrativo da Rede de Ensino, Jeferson Andrade, que é o dono das aves e apaixonado pela educação especial – Jeferson em está concluindo o curso de Pedagogia e destinou o seu trabalho de conclusão a essa área, e quis inovar na intervenção pedagógica realizada na própria escola, onde atua também como diretor de marketing e social media.

Jeferson percebeu muita empolgação e alegria por parte dos alunos, quando postou stories com suas calopsitas e passou a levá-las a escola a pedido dos alunos, principalmente os autistas, que se interessaram muito pelas aves e se empolgaram quando ele sugeriu trazer as aves para a escola pela primeira vez.

A visita da ave, foi um sucesso, e a partir daí Jerrir (calopsita), passou a ter rotinas fixas na escola para o trabalho com os alunos autistas, que aguardam ansiosamente a visita do mais novo funcionário da escola, que ganhou um cantinho especial instituição e até fardamento personalizado.

A iniciativa tem o objetivo de trabalhar a integração e a socialização dos alunos, principalmente as crianças atípicas, já que a socialização e a integração com os demais colegas é um desafio maior para eles, Jerrir vai a escola de uma a duas vezes na semana e visita todas as salas da educação infantil e fundamental. Jerrir já foi domesticado e ensinado para não bicar as crianças e deixar que elas interajam naturalmente.

O brilho e a alegria dos alunos autistas são notórios e nesses momentos é oportuno trabalhar o abraço, a troca de afeto e o toque para que estes sintam-se incluídos no grupo. Cada aluno deve esperar a sua vez e com muita alegria e paciência Jerrir ganha o toque, o beijo e ombro de cada criança. Os autistas têm direito a um passeio maior pela escola com o Jerrir e devem voltar e entregá-lo a um colega que ele confie para cuidar do Jerrir e em seguida o abraçar e esperar o pássaro de volta e receber o abraço.

O projeto tem sido um grande sucesso e tem ajudado na integração e adaptação das crianças em geral, pois todas amam as aves. A demanda tem sido grande para Jerrir e Jeferson já está treinando o Tierry para ajudar o amigo Jerrir nas atividades escolares.

O diretor geral da escola, Telvano de Oliveira Lima, que é psicopedagogo e Mestre em Educação, relata que de imediato aprovou a iniciativa da intervenção pedagógica do seu diretor administrativo,  pois afirma que muitas vezes, o maior conforto em momentos de dificuldade vem de nossos animais de estimação. Seja com aquele olhar de quem nos entende, com uma festinha ou um ronronar, os pets são responsáveis em grande escala por fazer de seus donos, sua parceria de amor inabaláveis e pessoas mais felizes. É por isso que, muitas vezes, o auxílio dos bichinhos é procurado em momentos de depressão ou em ataques de fobia. Para crianças com autismo e necessidades especiais, cães, coelhos, calopsitas e outras espécies de melhores amigos do homem são coterapeutas na hora de estimular vínculos afetivos. Com os idosos, eles animam o ambiente e dão uma dose extra para os habitantes de casas de repouso e residenciais geriátricos pelo mundo afora e porque não na escola? “Jeferson trouxe essa iniciativa maravilhosa e os resultados têm sido incríveis, tanto na construção do vínculo dessas crianças na escola, na socialização com outras crianças e na confiança dos pais que se sentem mais seguros e felizes pela alegria dos filhos em estarem na escola”, destaca.

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