Com expectativa um bom inverno este ano, agricultores do Rio Grande do Norte terão à disposição 818 toneladas de sementes para o plantio. O Governo do Estado distribui as sementes a partir de dois programas: o “Banco de Sementes”, da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), que oferta 779 toneladas de sementes de feijão, milho e sorgo à agricultura convencional de larga escala para 59.850 produtores rurais em 162 dos 167 municípios potiguares, e, também o programa de semente crioula, executado pela Secretaria do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), que está distribuindo 27 toneladas de sementes de milho, feijão, arroz vermelho, sorgo forrageiro e fava, e ainda 12 toneladas de sementes de algodão agroecológico a 1.118 famílias em 111 municípios.
O secretário estadual da Agricultura, Guilherme Saldanha, destacou o compromisso do Governo do Estado em avançar no apoio aos agricultores do Rio Grande do Norte: “mais um ano que o programa tem crescimento, isso reafirma o compromisso que a governadora Fátima Bezerra tem com a agricultura. São sementes saudáveis, que proporcionam uma colheita de qualidade.”
Saldanha reforçou que este ano o Governo está investindo R$ 13,2 milhões na distribuição de sementes, 34,7% a mais do que foi aplicado em 2022 (R$ 9,8 milhões). No ano passado, o Programa Banco de Sementes distribuiu 722 toneladas e beneficiou 55.592 agricultores cadastrados no Sistema de Informação e Gerenciamento do Campo (CERES) da Emater.
O secretário estadual da Agricultura Familiar, Alexandre de Oliveira Lima, explicou que, além do programa tradicional com a aquisição de sementes do agronegócio executado no âmbito da Sape, “tem o programa de sementes crioulas, mas este ano temos a inovação da distribuição de semente de algodão agroecológico”.
Alexandre Lima disse que a União das Cooperativas da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (Unicafes) atendeu à chamada pública da Sedraf com a entrega de 27 toneladas (a chamada era para 75 t), vez que devido as condições de inverno no ano anterior ou em virtude das vendas de sementes diretamente ao consumidor, reduziram o volume de oferta de sementes para o plantio agrícola no período invernoso de 2023.
Lima informou ainda que a Sedraf está investindo R$ 1,2 milhão no programa de distribuição de sementes crioulas – um tipo de semente produzido historicamente pela agricultura familiar -, conforme variedades locais que existem no Rio Grande do Norte, que, segundo ele, responde pelo maior programa de algodão agro sustentável do Brasil, com o plantio de 1.304 hectares.
O diretor geral do Instituto do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Cesar Oliveira, disse que o órgão executa a logística de distribuição pro intermédio dos dez escritórios regionais numa parceria com as prefeituras. “Já houve a distribuição e 400 toneladas de sementes e a previsão de que seja concluída até o fim de março”, avisou.
Segundo Oliveira, o que é animador é a previsão de chuvas acima do normal, de acordo com os meteorologistas. Ele explicou que no caso da agricultura familiar, a orientação é de que o plantio seja feito de forma consorciada, sendo 50% da área cultivada destinados ao plantio do algodão ecológico e a outra metade da área para cultivo das sementes crioulas de feijão, milho ou sorgo.
Alexandre Lima informou que o calendário de distribuição de semente começa em janeiro, “mas quem determina melhor o momento de plantar são as famílias de agricultores”, em virtude da variação da precipitação pluviométrica nas regiões do Estado. “O Governo coloca as sementes nas mãos das famílias, que decidem a hora de plantar”, acrescentou.
Lima disse que a semente crioula “é parte da cultura da agricultura familiar do Rio Grande do Norte e quando o governo reconhece e formula uma política para a semente crioula, está reafirmando a importância cultura da agricultura familiar”. Para ele, a importância estratégica desse material genético da semente crioula, “é que é extremamente adaptável à realidade de cada região, o governo compra sementes dos agricultores familiares do Trairi para distribuí-lo aos agricultores da mesma região onde tem variedades específicas. O governo procura respeitar a cultura alimentar e a tradição de plantar de cada território”, finalizou o secretário Alexandre Lima.