Saí de Natal no início da manhã desse domingo, 03, bastante assustada com a chuva intensa que caiu incessantemente durante todo nosso deslocamento até Assú. As notícias, assim como as imagens, que chegavam da capital eram terríveis. Não me lembro de ter vivenciado algo parecido no tempo em que moro na cidade. As chuvas também causaram transtornos e prejuízos em Parnamirim, Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba e São Miguel do Gostoso. Nordestino gosta de inverno, mas esse veio mesmo pra ‘torar’. Muito triste ver os prejuízos causados por tanta água.
Em Natal, a chuva deste final de semana quase superou a média esperada para todo o mês de julho. Enquanto o Sistema de Monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) registrou um acumulado de 235mm na capital, a média para todo o mês era de 245mm.
“Outra chuva como essa em Natal, ocorreu 30 de julho de 1998 quando em um só dia choveu 253,2mm“, comentou Gilmar Bristot, chefe da unidade Instrumental de Meteorologia da Emparn.
Em virtude das fortes chuvas que caíram sobre Natal, a prefeitura do município decretou Estado de Calamidade Pública. O decreto assinado pelo prefeito Álvaro Dias foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial do Município (DOM) que saiu ainda na madrugada desta segunda-feira (04).
Com a adoção da medida, todos os órgãos da esfera pública municipal estão autorizados a executar ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução, sendo coordenados pela secretaria municipal de Governo (SMG). Além disso, em virtude do estado de calamidade, ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos, contados a partir da caracterização do desastre, vedada a prorrogação dos contratos.
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Pelo menos três famílias foram removidas de suas casas que apresentam riscos na Zona Norte da cidade, na rua Tarauacá, no conjunto Santarém. Elas estão abrigadas na Escola Municipal Nossa Senhora da Apresentação, uma das três estruturas montadas pela Prefeitura de Natal para abrigar as pessoas que tenham deixado suas casas, devido às chuvas dos últimos dias na cidade e na região metropolitana. Segundo relataram, a água subiu rapidamente e chegou a atingir cerca de dois metros. Eles foram levados para a escola ainda na noite do domingo.
Segundo a Defesa Civil, foram interditadas 25 casas no bairro de Felipe Camarão. A equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), também ligada à Semtas, visitou todos os moradores que tiveram seus imóveis interditados, que afirmaram não necessitar de abrigo, pois preferiram ficar na casa de familiares. A essas pessoas foram doados cinco colchões e duas cestas básicas.
Saiba o que fazer nas emergências
O primeiro equipamento a ser contatado é a Defesa Civil, no número 190. Assim, é verificado através de respaldos técnicos se o imóvel se encontra em estado de interdição, ou seja, se é necessário a pessoa sair imediatamente do local. Quando isso acontece, o Serviço de Proteção em Calamidades Públicas e Emergências, da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Semtas), é acionado para verificar a situação das vítimas, se há desalojados ou desabrigados, e tomar as devidas providências. Além disso, o serviço permite acesso de alguns benefícios eventuais como cestas básicas, colchões, materiais de higiene e limpeza, além do acompanhamento psicossocial com as famílias atingidas.
* Com informações da Prefeitura do Natal, Agência Brasil e Saiba Mais