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    “Dai-lhes vós mesmos de comer”: Assembleia Legislativa homenageia Campanha da Fraternidade 2023

    A Assembleia Legislativa do RN realizou Sessão Solene, na tarde desta quinta-feira (13), por iniciativa dos deputados Hermano Morais (PV) e Francisco do PT, com o objetivo de celebrar a Campanha da Fraternidade 2023. Este ano, o tema da ação é “Fraternidade e fome”, e o seu lema, “Dai-lhes vós mesmos de comer”.

    “A campanha deste ano traz, mais uma vez, um assunto de extrema importância a ser debatido na sociedade. A falta de acesso regular a uma alimentação adequada, por grande parte da população brasileira, tem sido um dos principais desafios enfrentados pelo País, ao longo dos últimos anos. De acordo com dados divulgados em meados de 2022, pela ONU, a quantidade de brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões de pessoas, ou seja, aproximadamente 1 em cada 3 cidadãos”, iniciou Francisco do PT.

    Segundo o parlamentar, “a fome voltou, e é preciso falar sobre isso”. “Então, eu deixo o meu mandato à disposição para que possamos contribuir com ações e iniciativas de combate a esse mal que atinge a nossa sociedade. Além disso, quero dizer que é uma honra poder compartilhar essa sessão com o deputado Hermano, a respeito de uma temática tão importante para a vida das pessoas, que é a insegurança alimentar”, finalizou.

    Em seguida, o deputado Hermano Morais deu início ao seu discurso lembrando que a Campanha da Fraternidade nasceu no RN, no distrito do Timbó, em Nísia Floresta.

    “Depois, a iniciativa ganhou dimensão nacional e internacional, tornando-se uma campanha ecumênica, com a participação de toda a sociedade, sempre tratando de temas relevantes. E o assunto deste ano é a fome. Dessa forma, nós todos fomos convocados a refletir sobre esse problema que assola muitas pessoas, infelizmente”, disse.

    Segundo o deputado, “nós temos fome de Deus, do seu amor, da sua misericórdia e da sua presença. Temos fome de paz, fraternidade e tudo mais que, de fato, nos humaniza. E, sobre a fome de comer, é algo tão simples, necessário e imprescindível aos seres humanos. Um problema tão antigo e infelizmente tão presente, que nos maltrata e nos empobrece, no sentido mais intrínseco que a palavra pode significar. O que ocorre quando o alimento não chega a todos os seres humanos? O que podemos fazer para amenizar esse problema? Essa é uma grande contradição para um País que produz e exporta alimentos para o mundo inteiro”, acrescentou.

    Hermano Morais ressaltou ainda que a fome é um dos resultados mais cruéis da desigualdade e um desafio que não podemos deixar de enfrentar, pois ela acaba refletindo em toda a população.

    “A Campanha da Fraternidade 2023 tem como objetivo geral sensibilizar a sociedade a combater a fome, por meio de compromissos que transformem essa realidade a partir do evangelho de Jesus Cristo. E alguns dos seus objetivos específicos são: revelar as causas estruturais da fome; acolher o imperativo da palavra de Deus, que nos conduz à corresponsabilidade fraterna; investir esforços concretos em iniciativas que levem à superação do problema; estimular iniciativas de agricultura familiar; e mobilizar a sociedade para que haja uma sólida política de alimentação, garantindo que todos tenham vida”, detalhou o deputado.

    Por fim, Hermano convocou todos a serem protagonistas na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna. “Como disse o nosso Papa Francisco, ‘não há democracia se existe fome’”, finalizou. 

    Na sequência, o presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar, Jean Pierre Câmara, exibiu o panorama da fome no Rio Grande do Norte. “A fome é uma crise sistêmica composta pelas dimensões ambiental, social, econômica, sanitária, enfim, é uma questão com diversas conexões. E ela vem nos lembrar de um direito constitucional, que é a alimentação adequada e saudável, gerando o conceito de segurança alimentar e nutricional”, explicou.

    De acordo com o presidente do conselho, a fome precisa estar dentro da agenda política do Brasil. “Hoje, muitos autores falam no ‘desmantelamento dos sistemas de proteção social e das políticas públicas’. Quando a gente tira o ‘Programa Nacional da Aquisição de Alimentos, ameaça o ‘Programa Nacional da Alimentação Escolar’ e reduz o número de cisternas, a gente está excluindo da agenda do governo o papel dele, que é garantir o bem-estar social”, destacou.

    Em seguida, Jean Pierre ressaltou que a pandemia da Covid-19 evidenciou as fragilidades do sistema de proteção social (saúde, previdência e assistência social), deixando boa parte da população sem amparo.

    “Além disso, a falta de universalização de atendimento de Saúde e a redução dos recursos do Fundo de Combate à Pobreza também alastram a problemática da segurança alimentar”, complementou.

    Sobre os dados estatísticos da segurança alimentar e nutricional, com referência em pesquisas do IBGE, ele ressaltou que, em 2004, havia 9,4% da população em situação de fome no Brasil. “Já no ano de 2014, nós conseguimos sair do mapa da fome, com 77,1% dos cidadãos em segurança alimentar, graças a um conjunto de políticas públicas que permitiram maior transferência de renda, acesso amplo à alimentação escolar, enfim, com o aumento de investimentos públicos no bem-estar da sociedade brasileira”, exemplificou.

    Outro dado trazido pelo presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar foi o de que as regiões Norte e Nordeste são as mais atingidas pela fome no País.

    “15,5% da população brasileira que passam fome. Dentre esses, 45,2% estão no Norte e 38,4% no Nordeste. Além disso, o problema da fome está mais presente nas áreas rurais. Já em relação ao gênero, é mais frequente entre as mulheres. E segundo critérios de cor da pele, percebe-se que a população autodeclarada negra tem o dobro de insegurança alimentar e nutricional em relação à branca”, concluiu Jean Pierre Câmara. 

    Dando continuidade aos discursos, o Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira, falando em nome dos homenageados, agradeceu a oportunidade e enfatizou a importância de dar visibilidade às ações de solidariedade. “Vejo na galeria tantas pessoas da nossa sociedade e da nossa igreja, tantos cidadãos que se preocupam e se dedicam a essas causas urgentes e necessárias. E esta sessão tem uma importância muito grande para nós, porque enquanto a sociedade ressaltar e der amplitude a todas as ações voltadas ao combate de situações graves do ponto de vista social – a exemplo da fome – sabemos que tudo pode melhorar”, disse.

    Para o arcebispo, a fome estarrece a todos e é uma vergonha no mundo de hoje. “Nós temos mais de 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil. E eu não vou nem falar dessa quantidade a nível mundial. Portanto, após tudo que já foi dito aqui, nós agradecemos, diante de Deus, por esta oportunidade, e pedimos que Ele fortaleça cada vez mais iniciativas como essa”, concluiu.

    Segundo o coordenador da Campanha da Fraternidade, Padre Robério Camilo Silva, a ação deste ano o fez lembrar que “só quem pode falar bem de fome é quem já passou fome”.

    “Eu passei fome na década de 70, e ela era bem diferente da fome de hoje, porque as perspectivas são outras, as causas são outras. A gente passou fome, mas era por causa da seca. E, naquele tempo, quando ainda não havia políticas públicas muito organizadas, o governo chegava junto com as Frentes de Emergência. Eles não davam dinheiro, mas trocavam por serviço. Lembro que meu pai tinha que trabalhar o dia todo para poder voltar com a garantia da alimentação. E é assim, de geração em geração, a gente vai convivendo com a fome”, exemplificou o padre. 

    De acordo com o coordenador da campanha, as pessoas precisam refletir sobre como vão acolher o tema.“Diante do faminto, como vamos nos comportar? Precisamos ter compaixão, que é diferente de pena. Quando sentimos pena, nada fazemos; mas quando sentimos compaixão, vamos lá e cuidamos. Precisamos colocar a centralidade no amor e enxergar o outro como um irmão. Esse é o sentido da Campanha da Fraternidade. Só se preocupa com a fome real, quem tem fome e sede de justiça. Se nós podemos fazer alguma coisa, então façamos. Que essa campanha não termine aqui. Eu deixo aqui o meu muito obrigado e os votos de que Deus continue tocando os corações de todos aqui presentes”, finalizou.

    Homenageados:
    Dom Jaime Vieira Rocha (Arcebispo Metropolitano)
    Padre Robério Camilo (Coordenador da Campanha da Fraternidade)
    Padre José Freitas Campos (Ex-coordenador da Campanha da Fraternidade – 2004 a 2010)
    Padre Alcimário Pereira de Oliveira (Ex-coordenador da Campanha da Fraternidade – 2011 a 2013)
    Maria Piedade (Missionária católica que presenciou o nascimento da campanha na comunidade de Timbó)
    Padre Antônio Murilo de Paiva (Rede SAR)
    Marcos Antônio Campos (Fraternidade de Leigos Toca de Assis)
    Jean Jeferson (Pastoral do Povo de Rua)
    Emanuelle Cristiane Cassiane de Moura (Igreja Vida-Videira Transforma Brasil)
    Edgar Smith (Armazém da Caridade)

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    Deputados estaduais tomam posse para a 63ª legislatura e Ezequiel é reeleito presidente da ALRN

    Numa Assembleia Legislativa absolutamente lotada, os 24 deputados estaduais eleitos no Rio Grande do Norte no pleito de 2022 para a 63ª legislatura tomaram posse nesta quarta-feira (1).  A 63ª legislatura vai de primeiro de fevereiro de 2023 a 31 de janeiro de 2027.
     
    A solenidade foi acompanhada pela governadora do RN, Fátima Bezerra (PT), autoridades estaduais, prefeitos e presidentes de câmaras municipais, além dos familiares e amigos convidados pelos parlamentares eleitos.
     
    A sessão preparatória, conduzida pelo atual presidente Ezequiel Ferreira (PSDB), iniciou com a abertura e composição da mesa com autoridades; leitura do compromisso constitucional; leitura dos Termos de Posse pelo primeiro secretário, juramento dos deputados e consequente assinatura pelos empossados.
     
    Deputados (2023-2027):
    Adjuto Dias (MDB)
    Coronel Azevedo (PL)
    Cristiane Dantas (SDD)
    Divaneide (PT)
    Dr. Bernardo (PSDB)
    Dr. Kerginaldo (PSDB)
    Eudiane Macedo (PV)
    Ezequiel Ferreira (PSDB)
    Francisco do PT (PT)
    Galeno Torquato (PSDB)
    George Soares (PV)
    Gustavo Carvalho (PSDB)
    Hermano Morais (PV)
    Isolda Dantas (PT)
    Ivanilson Oliveira (UNIÃO)
    José Dias (PSDB)
    Kleber Rodrigues (PSDB)
    Luiz Eduardo (SDD)
    Neilton Diógenes (PL)
    Nelter Queiroz (PSDB)
    Taveira Jr. (UNIÃO)
    Terezinha Maia (PL)
    Tomba Farias (PSDB)
    Ubaldo Fernandes (PSDB)

    Ezequiel é reeleito presidente da ALRN para os próximos quatro anos

    Logo após a solenidade, os parlamentares realizaram a primeira sessão destinada a eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB), foi reconduzido à Presidência da Casa pelos próximos dois biênios (2023-2025 e 2025-2027) com o apoio unânime dos parlamentares. As chapas eleitas para os demais cargos da Mesa também foram consensuais.

    Ezequiel agradeceu a confiança e o reconhecimento dos demais deputados. “Esta é uma casa plural, mas que mostra sua capacidade de diálogo e entendimento entre os seus pares, que se unem para fortalecer o Legislativo. Quero registrar e agradecer aos gestos de três deputados, George Soares, Kléber Rodrigues e Tomba Faria, que entenderam que essa Casa não pode ter fratura, tem que ter união. Respeitando as diferenças ideológicas. Estamos eleitos para defender bandeiras, pensamentos, mas esse poder demonstra o seu tamanho, seu engrandecimento ao longo dos anos”, disse.
    Exercendo o sexto mandato consecutivo o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira de Souza, também foi presidente da Casa nos últimos oito anos. Com a recondução para os próximos quatro anos, será o parlamentar a passar mais tempo no comando do Legislativo potiguar. Liderança política com forte atuação nas regiões do Seridó, Trairí, Agreste e na Grande Natal, o deputado recebeu 70,8 mil votos nas eleições de 2022.

    Confira abaixo a Mesa Diretora para o primeiro biênio (2023-2025)

    Presidente – Ezequiel Ferreira
    1º vice-presidente – Tomba Faria
    2º vice-presidente – George Soares
    1º Secretário – Kleber Rodrigues
    2º secretário – Gustavo Carvalho
    3º Secretária – Isolda Dantas
    4º Secretário – Adjuto Dias
     
     
    Confira abaixo a Mesa Diretoria para o biênio (2025-2027)

    Presidente – Ezequiel Ferreira
    1º vice-presidente – Kleber Rodrigues
    2º vice-presidente – George Soares
    1º secretário – Tomba Farias
    2º secretário – Galeno Torquato
    3º secretário – Francisco do PT
    4º secretário – Terezinha Maia

    Foto: João Gilberto
     

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    Hermano Morais defende criação de Centro de Referência para Doenças Raras no RN

    O deputado Hermano Morais (PV) destacou nessa quinta-feira (1º), em pronunciamento na sessão plenária da Assembleia Legislativa, requerimento encaminhado ao Governo do Estado em que solicita a criação de um Centro de Referência para Doenças Raras no Rio Grande do Norte. De acordo com dados citados pelo parlamentar, no Brasil vivem cerca de 13 milhões de pessoas com alguma enfermidade tida como rara.
     
    “A Organização Mundial da Saúde (OMS) define doença rara como aquela que acomete até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos. Existem entre cinco e oito mil doenças raras no mundo e são, geralmente, crônicas, progressivas, degenerativas e até incapacitantes. Cerca de 80% dessas doenças são causadas por mutações genéticas”, explica Hermano.
     
    Segundo o deputado, as manifestações clínicas para as doenças raras não são tão evidentes e muitas vezes se confunde com problemas de saúde comuns, se fazendo necessários mais estudos no Brasil para contribuir com o diagnóstico da enfermidade e, assim, proporcionar tratamento adequado. “O fato é que se conhece muito pouco sobre o tema e as poucas produções existentes não dão conta do universo que abriga as questões envolvidas. As doenças genéticas inspiram atendimento multidisciplinar que facilite a realização de atividades diárias e proporcione uma melhor adesão ao tratamento, como também de medidas paliativas”, justifica Hermano.
     
    De acordo com o documento encaminhado pelo deputado, o Centro de Reabilitação Infantil do RN (CRI) conta com um médico geneticista, médicos especialistas em diversas áreas, mas não dispõe de Serviço de Atendimento de Urgência e de Centro de Infusão – local destinado ao atendimento de pacientes com doenças raras. O Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), por sua vez, dispõe de especialistas, Serviço de Atendimento de Urgência e Centro de Infusão, mas não tem médico geneticista. Ao todo, o estado potiguar conta atualmente com nove centros de infusão, distribuídos por: Natal, Alto do Rodrigues, Baraúna, Mossoró, Apodi, Currais Novos, São Miguel e Pau dos Ferros.
     
    Para o parlamentar, faltam investimentos das mais diversas ordens para projetos de pesquisa que possibilitem conhecimento aprofundado sobre a manifestação das doenças raras e, sobretudo para o desenvolvimento de novas tecnologias que possibilitem tratamentos mais eficazes.
     
    “Por tudo isso, é de suma importância o atendimento deste requerimento para assim contribuir com a efetivação dos direitos das pessoas com doenças raras ofertando políticas que a assegurem, sobretudo, o respeito à vida, tão bem estabelecido na Constituição Federal”, aponta Hermano.

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    Drenagem e esgotamento sanitário de Ponta Negra e Pium são discutidos na ALRN

    A questão do esgotamento sanitário e da drenagem em Ponta Negra, que incomoda a população residente do bairro há muito tempo, foi objeto de audiência pública proposta pelos deputados estaduais Hermano Morais (PV) e Francisco do PT. Eles reuniram autoridades e representantes da sociedade civil, nesta sexta-feira (26), na sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, para debater sobre o tema “Esgotamento sanitário e drenagem urbana do bairro de Ponta Negra: desafios e perspectivas”. As mesmas questões também foram levantadas pelos representantes dos moradores de Pium, que também sofrem com a falta de ações efetivas.

    O parlamentar Hermano Morais abriu os debates ressaltando que na época de chuvas os problemas nesses lugares aumentam. “Estamos aqui unindo forças para atender os apelos dos moradores de Ponta Negra e de Pium. Os problemas têm se tornado mais graves no período chuvoso. Este ano estamos tendo um inverno mais intenso e os problemas surgem de forma mais evidente”, disse.

    Francisco do PT, parlamentar coautor da audiência pública, destacou que o tema é extremamente relevante. “Nós estamos dialogando com diversos aspectos. O tema do saneamento e da drenagem tem relação diretamente com saúde, qualidade de vida, com questão ambiental, econômica, especialmente com a questão do turismo. Por isso, nosso objetivo é fomentar o debate. Não trazemos as soluções prontas porque, se já tivéssemos, certamente não haveria necessidade de uma audiência pública. Com certeza, os moradores que convivem com o problema são capazes de apontar o que vivenciam no dia a dia, mas também cobrar perspectivas de soluções no curto, médio e longo prazo”, falou.

    A primeira convidada da mesa a falar foi Maria das Neves Valentim, do Fórum Vila em Movimento. Ela faz parte do núcleo das pessoas afetadas pelos alagamentos em Ponta Negra, e lembrou que, no bairro, existe uma lagoa que ela considerou ter sido construída em um lugar inadequado. “As consequências disso é que antes que a lagoa encha, temos outras ruas alagadas. Um lado da lagoa, que é o lado mais baixo, as pessoas abandonaram as casas porque era impossível morar ali”, narrou.

    Além disso, Maria das Neves contou que, no ano 2000, ficou pronto o sistema de esgotamento sanitário de Ponta Negra, que foi construído para preservar a qualidade da água no bairro. “Dentro da Lagoa de drenagem do Alagamar tem a última estação elevatória que recebe todo o esgoto produzido no bairro e bombeia para subir a ladeira e chegar na estação de tratamento da Rota do Sol”.

    “Nós que acompanhamos a lagoa e o sistema sanitário há mais de 20 anos temos plena convicção de que esses sistemas estão saturados. Por isso que estamos aqui, porque esses sistemas precisam ser redimensionados. Precisamos de investimentos para que possamos construir estruturas capazes de suportar todos os esgotos produzidos e precisamos de projetos de drenagem que respeitem a característica de Ponta Negra, de ser um espaço de dunas onde chove muito, para que a água não entre na casa das pessoas”, indicou.

    Já sobre a situação de Pium, a primeira a falar foi a representante dos moradores, Gelza Mastunae, que desabafou que só quem tem uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) perto da casa sabe o problema que ela acarreta. “Outras chuvas virão e quem sofre são as pessoas que moram no entorno. A gente fez uma luta sem igual para evitar que essa ETE fosse implantada, mas a ordem de serviço foi dada. A lagoa foi construída dentro de uma Área de Proteção Ambiental, no meio de 28 lagoas perenes de água mineral. O lençol freático com certeza a essa altura está contaminado. Tem pessoas que moram em torno da lagoa que está comprando água mineral para não ficar sem água potável, porque todos os poços daquela região provavelmente estão contaminados”, contou. Ela pediu à Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) que fizesse uma análise de poços das redondezas para as pessoas fiarem tranquilas com relação à qualidade da água.

    Gelza Matsunae narrou que a parede da ETE se rompeu e a água evadiu-se por dentro das residências. “A CAERN não sabe exatamente o que aconteceu e qual o tamanho do problema. Uma ETE dentro de um povoado é uma bomba que está sujeita a explodir a qualquer momento”, completou.

    Logo em seguida, o presidente em exercício da CAERN, George Marcos de Aquino, tratou dos dois assuntos. “Estamos muitos atentos às demandas da sociedade em si. Sobre o caso de Pium, a gente montou um comitê de crise exclusivamente para tratar do tema. É claro que a burocracia nos impõe certas limitações e cronogramas. Queremos dar resposta de imediato, e, por questões legais, não conseguimos atender as expectativas e as solicitações legítimas da população”.

    Sobre Ponta Negra, ele considerou que Maria das Neves tocou em um ponto muito importante. “Temos que ter em mente a segregação de competências. Ela menciona que a estrutura da ETE está funcionando. Pode não ser o melhor local para ter aquele equipamento e isso a gente consegue discutir. A gente está de pronto tentando resolver e planejar alternativas de solução viáveis para esse passivo herdado”. O representante da CAERN levou ao debate dois técnicos da concessionária para tratar melhor os assuntos.

    O gerente da Regional Natal Sul, o engenheiro Everton Siqueira, falou sobre Ponta Negra. Com relação a possibilidade de subdimensionamento das estruturas implantadas, ele respondeu que isso acarretaria o extravasamento de esgotos contínuos em toda a época do ano, sempre na ocorrência de chuva.

    Ele mencionou ainda o problema que ocasionou a interdição da Rota do Sol por vários dias por razão das chuvas que caíram em julho. “Nessas chuvas de julho, o sistema ficou sobrecarregado, porque a região ficou totalmente alagada e as bombas funcionaram mais de 10 dias sem parar. As bombas drenaram toda a região e começaram a quebrar, perdemos as 3 em menos de 24h, mas recuperamos as bombas ao longo dos dias, embora tenhamos tido dificuldade de acessar os poços porque as chuvas continuavam”, narrou.

    Ele complementou que a possibilidade de transferência do local da Estação apontada por Maria das Neves pode ser discutida, mas tirar a elevatória de esgoto de lá não resolveria o problema de alagamento. “Precisamos que o sistema de drenagem funcione. A CAERN está sendo vítima do problema de drenagem da região, também estamos sendo prejudicados por isso”, falou.

    Já o engenheiro Ricardo Barros, superintendente de operações que coordenou as ações sobre a Estação de Tratamento de Pium, relatou que a CAERN tomou conhecimento quando o esgoto transbordou e no dia seguinte iniciou toda a atuação na parte de recuperação do que foi rompido, recuperação das ruas, mapeamento dos moradores afetados e os danos.

    “Nos primeiros momentos focamos na recuperação das vias e recuperação da parte que rompeu. Hoje, estamos na fase final e finalização da impermeabilização do talude. Com relação à população afetada, fizemos há 15 dias um encontro com os moradores, apresentamos um termo de indenização para danos sofridos, quase todos concordaram, só dois ficaram pendentes. A assistência da população foi feita. Além disso, fizemos a coleta para saber se tinha sido afetado o rio e o solo e deu que não estava com alteração da qualidade”, informou.

    O secretário adjunto de conservação da Secretaria de Infraestrutura de Natal (SEINFRA), Diogo Alexandre Mendonça, falou em nome do Poder Executivo municipal. “A cidade se transforma com as chuvas. A drenagem urbana e o esgotamento sanitário precisam se adaptar e não existe obra definitiva. Como não há escoamento, as soluções de Natal são por lagoa de drenagem. A gente precisa tentar encarar o problema, estudar soluções e que a gente administre isso. A gente não vai conseguir nunca no fundo de bacia eliminar o risco do alagamento, então é gestão da coisa”, opinou.

    Ele falou em solução integrada para resolver os problemas. “A gente sabe que há contribuição do sistema da água de chuva para o esgoto, mas, também, o contrário”, explicou.

    Representando a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, o engenheiro sanitarista, Sérgio Pinheiro falou aos presentes. Ele que é especialista no assunto, participou em 2000, da implantação do projeto em Ponta Negra e atuou também em Pium.
    “Sobre o atendimento da rede esgoto da comunidade de Pium, quando eu estava à frente da CAERN, assumimos o compromisso de fazer o projeto de esgoto e da ligação do sistema de Pium com Ponta Negra e Guarapes”. Ele sugeriu que a CAERN estudasse essa solução: a eliminação da ETE de Pium e a interligação com os sistemas mencionados. “São soluções possíveis de trabalhar em médio e longo prazo e possíveis de serem implantadas”, acrescentou.

    Em relação a Alagamar, Sérgio Pinheiro opinou que só há soluções definitivas quando se consegue eliminar os bombeamentos. Ele tratou da possibilidade de interligar a drenagem daquela lagoa. “Se for possível, seria uma solução ótima. Em 2010, já tínhamos problema em relação a essa elevatória, porque se concentra tudo nela e o ideal era não passar por ela, diminuindo a quantidade de esgotos”.

    “É muito importante o trabalho conjunto e o diálogo permanente. Se a Prefeitura do Natal não toma essa responsabilidade de fazer ações conjuntas, nós sempre vamos ter esse tipo de problema. Só temos saneamento pleno quando as pessoas estão conectadas às redes. Isso não é só a CAERN que vai resolver, quem tem que capitanear isso é o município. É necessário fazer isso com urgência, não só em Ponta Negra, mas em toda Natal”, completou Sérgio Pinheiro.

    O analista de regulação da Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico de Natal (ARSBAN), Pedro Dantas Junior, reforçou que soluções para problemas de infraestrutura envolvem o chamamento da comunidade para participar da discussão. “Se eu não envolvo a população na hora da implantação de uma rede de esgoto, ela vai jogar água da drenagem em uma rede de esgoto e vice-versa”.

    E falou da questão de Alagamar, especificamente. “É uma região que há 20 anos sofre. Teve um crescimento populacional e o sistema sobrecarregou. Vale lembrar que o fluxo de esgoto muda com o aumento do turismo, inclusive. O período chuvoso de julho coincidiu com o crescimento do turismo neste período”. Ele também concordou que precisa haver diálogo, sem um tentar culpar o outro. É preciso sentar, conversar, fazer plano de trabalho e estabelecer metas a curto, médio e longo prazo. E o mais importante, definir orçamento para isso”.

    Para concluir, representantes do bairro de Ponta Negra reforçaram os apelos para que os problemas sejam resolvidos. O presidente da Associação dos moradores de Ponta Negra e Alagamar, Kinji Tanaka, lembrou que Ponta Negra é um bairro turístico que gera renda para o município e o estado. “Muitas vezes a praia está imprópria para banho. Temos um vazamento constante de esgoto. Eu peço aos órgãos competentes que estão aqui que tenham uma atenção maior ao bairro, à praia, que é um cartão postal da cidade, não só com estrutura para o turista, mas também para os moradores”.

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    Contingenciamento de verbas da UFRN e do IFRN é debatido na Comissão de Educação da ALRN

    O contingenciamento de R$ 3,2 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC), anunciado pelo governo federal foi debatido pelos membros da Comissão de Educação, ciência e tecnologia, desenvolvimento socioeconômico, meio ambiente e turismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. A reunião realizada nesta quinta-feira, 07, contou com a participação dos reitores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Daniel Diniz Melo e do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Arnóbio de Araújo Filho.
     
    “O principal objetivo dessa reunião é levar a sociedade o momento delicado que a UFRN e o IFRN passam com os cortes do orçamento e que compromete efetivamente o funcionamento dessas instituições tão essenciais para a nossa sociedade”, explicou o deputado Hermano Morais (PV), presidente da Comissão.
     
    De acordo com o reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, o orçamento vem sendo reduzido desde 2015 e em valores reais representa a diminuição de R$ 24 milhões por ano. “É preciso deixar claro que esses cortes ameaçam verdadeiramente o bom funcionamento da IFRN, inclusive em setores básicos como a manutenção do pagamento em dia das contas de água, energia e contratos”, disse.
     
    Para o deputado Francisco do PT os cortes representam ataques constantes do Governo Federal às universidades federais e institutos federais. “Os cortes vem prejudicando sistematicamente o funcionamento dessas instituições. São ações que objetivam destruir a educação pública. Não podemos nos calar diante desse cenário que ameaça a continuidade dos serviços oferecidos”, destacou Francisco.
     
    O reitor do IFRN Arnóbio de Araújo Filho foi enfático ao afirmar que, caso os cortes não sejam revertidos imediatamente, todo o trabalho desenvolvido nas instituições está comprometido. “Estamos trabalhando no limite. Se não houver uma mudança imediata nesse cenário, a situação pode ficar insustentável. O que estamos pedindo é que a educação nesse país seja vista como investimento e não como custo”, lamentou.
     
    Representando os técnicos da UFRN disse que todos os setores estão unidos na luta pela reversão dos cortes. “Quem mais é atacado com essas reduções são nossos alunos. Já o servidor, ao ver essa situação, fica desmotivado e sem incentivo para fazer seu trabalho”, ressaltou.
     
    A presidente do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior (Sintest-RN) conclamou a sociedade a se engajar na luta em defesa da UFRN e do IFRN. “Não podemos aceitar essa situação de desvalorização das universidades e dos institutos federais, que significa um retrocesso na educação pública do Brasil”, convocou.
     
    No final da reunião, os reitores entregaram à Comissão, um documento que será direcionado a autoridades, bancada federal, ministério da educação, ministério do desenvolvimento econômico, entre outros. “Não podemos nos calar e assistir de braços cruzados o desmonte das nossas instituições, principalmente quando se trata da UFRN e IFRN, tão importantes para o desenvolvimento da nossa sociedade. Esse documento será analisado na próxima reunião da comissão”, finalizou.

    Foto: João Gilberto

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    Programa Transcidadania é aprovado na ALRN no dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia

    Na data em que o mundo celebra o Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprova um projeto de lei, de autoria da deputada Eudiane Macedo (PV), que institui o Programa “Transcidadania” no Estado, destinado a promover  os  direitos  humanos,  o  acesso  à  cidadania,  e  a  qualificação  e humanização do atendimento prestado às pessoas transgêneros, travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social.

    “O dia 17 de maio é conhecido como o Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia, data que se tornou um marco na luta pelos direitos civis da população LGBTQIA+ e visa conscientizar a sociedade sobre o respeito e o enfrentamento à discriminação vivenciado por essa população. Nada mais justo que aprovar esse projeto nesta data”, disse a Eudiane Macedo.

    Outras duas matérias de autoria da deputada Eudiane Macedo foram aprovadas. Trata-se do projeto de lei nº 241/2020, que institui o Dia Estadual de Combate ao Preconceito contra as pessoas com nanismo no calendário oficial do Estado do Rio Grande do Norte e o projeto de lei nº 412/2019 que institui a campanha “Idoso órfão de filhos vivos”, que dispõe sobre a orientação e conscientização de cuidados aos idosos e as suas consequências.

    De iniciativa da deputada Cristiane Dantas (SDD), foram aprovadas à unanimidade três matérias. O projeto de lei nº 378/2021 que reconhece o município de Rodolfo Fernandes, localizado no Alto Oeste, como a “Capital do Feijão” no Estado do Rio Grande do Norte; o projeto de lei nº 338/2021 que cria o Dia Estadual da Mulher Empreendedora no Estado do Rio Grande Norte e o projeto de lei nº 257/2021, que dispõe sobre a capacitação e o treinamento das polícias Militar e Civil e do Instituto Técnico e Científico de Perícia do Estado do Rio Grande do Norte, para atuar nas ocorrências e medidas relacionadas à Lei Federal nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).

    “Essa capacitação é importante para as turmas que estão entrando nas corporações, como aos que já estão. Precisamos de uma polícia sensível e capacitada para aplicar uma conduta apropriada com essas mulheres vítimas de violência, inclusive durante o exame de corpo de delito”, disse Cristiane.

    Também foram apreciados e aprovados à unanimidade, dois projetos de lei de autoria do deputado Gustavo Carvalho (PSDB). O projeto de lei nº 380/2021, que altera a Lei 10.893 de 04 de maio de 2021, que denomina de Gelson Lima da Costa Neto o ginásio do Centro Estadual de educação profissional de Macaíba e o projeto de lei nº 285/2021 que dispõe sobre os débitos pretéritos decorrentes de contas de água, gás encanado e energia elétrica.

    “Uma lei que acaba com a injustiça contra novos locadores e compradores de imóveis, que hoje herdam dívidas dos que ali estiveram”, justificou Gustavo Carvalho.

    De inciativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, foram aprovados à unanimidade os projetos de lei nº8/2022, que promove alterações no art. 100 da Lei Complementar Estadual nº 643, de 21 de dezembro de 2018, que regula a divisão e a organização judiciárias do Estado do Rio Grande do Norte, transforma cargos efetivos e o projeto de lei nº 51/2022, que altera a lei complementar nº 242, de 10 de julho de 2002, para disciplinar a licença para tratamento médico de servidor exclusivamente comissionado no âmbito do Poder Judiciário no RN.

    “Esse projeto propõe assegurar ao ocupante do cargo comissionado o direito pleno à saúde, quando da necessidade de tratamento médico”, disse Hermano Morais, ao fazer o parecer oral da matéria, em substituição às comissões, visto que a matéria foi liberada em reunião de líderes.

    Também foi aprovado o projeto de lei nº 51/2022, de autoria da deputada Isolda Dantas (PT), que denomina “Rodovia Milton Marques de Medeiros”, a rodovia estadual RN-117, no trecho entre a rodovia federal BR-304, em Mossoró e o início da Zona Urbana do município de Governador Dix-sept Rosado.

    Também foram aprovados dois projetos de lei de autoria do deputado Jacó Jácome (PSD). Um que obriga a administração pública estadual a divulgar em seu site institucional a localização de todos os radares de fiscalização, e os respectivos limites de velocidade e o projeto de lei que determina a gratuidade em estacionamentos para doadores de sangue. “Os doadores fazem parte de um grupo de pessoas que salvam vidas e precisam ser incentivados, com uma lei que representa o apoio do poder público institucionalizado”, frisou Jacó Jácome.

    As matérias seguem para sanção da Governadora Fátima Bezerra.

    fotos: João Gilberto