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    Edital vai apoiar cientistas negros e indígenas no pós-doutorado

    O Instituto Serrapilheira lançou a segunda edição do edital exclusivo para cientistas negros e indígenas. O foco são pesquisadores que tenham projetos na área de ecologia e que desejam obter, a médio prazo, uma posição formal como professor ou pesquisador. 

    Segundo o Instituto, o objetivo é aumentar a participação desses grupos sub-representados na carreira científica.

    Podem participar pesquisadores que tenham concluído o doutorado entre janeiro de 2013 e junho de 2024, prazo que se estende em até dois anos no caso de mulheres com filhos. Os interessados não devem ter vínculo formal com nenhuma instituição de ciência e tecnologia no momento da assinatura do contrato.

    Serão selecionados até 12 candidatos. Os aprovados vão fazer pós-doutorado em grupos de pesquisa nos quais não tenham se formado nem atuado antes, nos estados das fundações parceiras do edital: Mato Grosso do Sul (Fundect), Pará (Fapespa) e Rio de Janeiro (Faperj).

    Além de bolsa mensal de R$ 8 mil, os selecionados vão receber entre R$ 550 mil e R$ 700 mil para o financiamento da pesquisa durante três anos, renováveis por mais dois anos. O pagamento das bolsas virá das fundações. Já o auxílio à pesquisa será custeado por essas entidades em parceria com o Serrapilheira.

    “Em nossa primeira chamada exclusiva para grupos sub-representados na ciência, lançada em parceria com a Faperj, selecionamos 12 cientistas negros e indígenas de excelência, e outros tantos ficaram de fora. Ficamos felizes em repetir a experiência, agora com mais FAPs parceiras e incorporando nosso aprendizado ao longo do processo”, disse, em nota, Cristina Caldas, diretora de Ciência do Instituto Serrapilheira. “Se não mudarmos a forma de seleção, cientistas negros e indígenas de excelência seguirão sendo excluídos do fazer científico, e todos os candidatos continuarão parecidos.”

    As inscrições vão de 4 de janeiro a 25 de janeiro de 2024. O Instituto Serrapilheira é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que promove a ciência no Brasil. 

    Cientistas com vínculo

    Além do edital para cientistas negros e indígenas, o Serrapilheira lançou hoje outra chamada voltada a cientistas com vínculo permanente em instituições de ensino e pesquisa e com projetos nas áreas de ciências naturais, matemática e ciência da computação.

    Ao todo, serão selecionados até 42 pesquisadores nos dois editais, que ocorrem em parceria com FAPs (fundações de amparo à pesquisa) de diferentes estados.

    Juntas, as iniciativas preveem investimento de no mínimo R$ 21 milhões, entre pagamento de bolsas e financiamento de pesquisas. O valor total, que deve crescer, dependerá da quantidade de recursos que cada FAP disponibilizará – o que, por sua vez, só será definido depois que a seleção dos candidatos estiver concluída e os estados dos escolhidos forem conhecidos.

    O objetivo dos dois editais é criar condições para jovens cientistas do Brasil desenvolverem suas pesquisas com recursos financeiros e autonomia na escolha dos projetos.

    Os editais completos podem ser acessados no site do Serrapilheira.

    Agência Brasil

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    Explorador da National Geographic promove palestra “Ecologia digital: trazendo o campo até você”

    Nesta sexta-feira, dia 07 de outubro, será realizada uma palestra na área de Conservação da Natureza, com o explorador atuante na National Geographic, Thiago Sanna. A palestra “Ecologia digital: trazendo o campo até você” acontecerá no Anfiteatro das Aves, no Centro de Biociências-CB, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), às 15h.

    Nessa palestra, o profissional ambiental introduzirá o que chama de “Ecologia digital”, onde a fusão entre o conhecimento ecológico e tecnologias modernas pode trazer imensos ganhos em custo, cobertura, frequência e continuidade da obtenção de dados e monitoramento em campo. “De satélites à micro sensores, mostrarei as possibilidades trazidas por avanços tecnológicos recentes e pela democratização e inclusão digital, permitindo que possamos criar verdadeiros e-cossistemas virtuais”, comentou.

    Thiago Sanna fala que a obtenção de dados em campo é integral à ecologia, biologia e demais ciências naturais, e o monitoramento direto é essencial para gestão e manejo de áreas protegidas e recursos naturais. Contudo, o famoso “trabalho de campo” é quase sempre caro, difícil e algumas vezes até perigoso, impondo fortes limitações sobre a quantidade, continuidade e qualidade de dados de observação direta.

    Facilitada pela gestora do Parque Estadual Mata da Pipa (PEMP) e membro do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do Idema, Mariana Gondim, a palestra é livre para todos os interessados no tema e, para participar, não é necessária inscrição prévia.

    “Ele mora na Inglaterra, está aqui no Brasil para uma missão na Amazônia e em visita aos familiares que moram em Natal, entramos em contato. Pensamos em aproveitar a oportunidade de troca de informações sobre pesquisa e tudo o que envolve a ecologia na sociedade atual, pois sem dúvida, será um momento riquíssimo de aprendizado”, disse Mariana Gondim.

    Thiago foi estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e hoje faz pesquisa para a National Geographic. Sua pesquisa combina partes iguais de ecologia, geociências e ciências da informação, utilizando tecnologias recentes para compreender o funcionamento dos ecossistemas e suas respostas às mudanças globais.

    Currículo:

    Thiago Sanna F. Silva é formado em Biologia pela UFRN (1998-2002), mestre em Sensoriamento Remoto pelo INPE (2002-2003) e Doutor em Geografia Física pela Universidade de Victoria, no Canadá (2003-2009). Entre 2012 e 2019, foi professor do Depto. de Geografia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Rio Claro, e desde 2019 é professor no Departamento de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade de Stirling, no Reino Unido.

    SERVIÇO

    Palestra: “Ecologia digital: trazendo o campo até você”

    Data: 07 de outubro (sexta-feira)

    Horário: 15h

    Local: Anfiteatro das Aves, no Centro de Biociências da UFRN

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    UFRN: Podcast evidencia a voz de mulheres na ciência

    Promover o diálogo entre cientistas e a sociedade, disseminar informações sobre a desigualdade de gênero na ciência e propor soluções para essa problemática. Essas são as premissas que movem o podcast She’Science, uma ação de extensão interdisciplinar vinculada ao Departamento de Ecologia (Decol) do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte  (CB/UFRN). O projeto, que trabalha com múltiplas abordagens de divulgação científica,  inicia em 2022 uma nova fase.

    A ideia, surgida em 2019, foi idealizada por Iohara Quirino e Mery Alencar, respectivamente mestre e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO/UFRN). Durante as aulas de uma disciplina, as estudantes notaram uma lacuna de representatividade feminina na área da Ecologia. “Nós não víamos as mulheres na ecologia, não víamos professores ou materiais de estudo falando sobre isso. Todos os considerados ícones da área mostrados no nosso aprendizado eram homens”, explica Iohara. O problema, observa, não pertence unicamente à Ecologia, mas à ciência em geral. 

    O projeto é estabelecido em duas frentes, o podcast em si e o perfil no Instagram. Neste, são feitas postagens elaboradas com temáticas relacionadas ao último episódio lançado. Iohara ressalta que a equipe faz uma pesquisa detalhada de cada tema, a fim de informar o público alvo da forma mais correta possível. Já o podcast segue uma estrutura de quadros, com atualmente três em produção. O Rapidinhas, episódios curtos de cinco a dez minutos traz assuntos rápidos que permitem a participação de convidadas. O She’Science Analisa contém discussões entre as podcasters sobre assuntos científicos urgentes ou em evidência na mídia. 

    Por fim, os episódios lançados em temporadas narrativas são o carro-chefe do projeto e trazem a história de mulheres cientistas em espaços de liderança. O quadro busca também sanar uma dificuldade encontrada pelas organizadoras de fazer a divulgação científica no Nordeste com um público alvo específico de mulheres. Por isso, existe um foco maior em entrevistar mulheres do RN, para trazer a força e importância das pesquisadoras locais. Atualmente o quadro lança sua Temporada Zero, com a expectativa de 4 a 5 episódios lançados esse semestre.

    She’Science é uma força tarefa e movimenta um processo de pesquisa de conteúdo e apuração de possíveis fontes, roteirização e entrevista. Para essa produção, a equipe conta com cinco participantes, evidenciando a autonomia dos envolvidos e a interdisciplinaridade nas etapas de produção. Adicionalmente, a longo prazo, o projeto pretende ser muito mais que um podcast. A meta, conta Iohara, é criar um espaço seguro para mulheres em cursos e ambientes predominantemente masculinos. 

    O projeto almeja estabelecer, por exemplo, uma plataforma que envie para mulheres oportunidades na área, principalmente de cunho internacional. Outro objetivo específico é escrever um artigo científico sobre a mulher na ciência no Brasil, sumarizando o que foi aprendido no She’Science e divulgando esse aprendizado para a comunidade acadêmica. “Sei que é difícil, e as mulheres têm dificuldades maiores por causa do gênero, mas uma mensagem que gostaria de repassar é: não desistam. O She’Science está aberto para todas as mulheres, sendo da Ecologia ou não. O que queremos é criar e fortalecer uma rede de apoio para mulheres que querem fazer ciência”, completa Iohara sobre o impacto que a equipe espera atingir.