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    Especialistas mostram como prevenir a hipertensão arterial

    No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado nesta quarta-feira (26), especialistas lembram que esse tipo de doença crônica é silenciosa na fase inicial e não mostra sinais muito claros para levar o paciente a buscar ajuda médica. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a hipertensão arterial ou pressão alta é considerada uma das principais causas de mortes no Brasil, com registro de 400 óbitos por ano. A doença afeta 32% da população adulta no mundo, o que representa mais de 1 bilhão de pessoas.

    O diretor científico do Departamento de Hipertensão da Sociedade de Cardiologia do Estado de Rio de Janeiro (Socerj), Rachid Montenegro, destacou a importância da avaliação da pressão arterial, em razão do caráter silencioso da doença, que pode trazer complicações, entre elas infarto, acidente vascular cerebral (AVC), doença renal. O cardiologista Alexandre Scotti, responsável pelo setor no Hospital Badim, comentou que o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial serve de alerta para conscientizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce da doença. Ele observou que a hipertensão constitui um dos maiores fatores de risco para doenças cardiovasculares. Por isso, disse ser fundamental o paciente monitorar sua condição, sempre aferindo a pressão e mantendo os exames preventivos em dia.

    Montenegro informou que se o paciente tem a pressão normal, ele deve verificar sua pressão pelo menos uma vez por ano. É considerada pressão normal 12 por 8. “O critério é menor que 12 de pressão sistólica (menor que 120 milímetros de pressão sistólica) e menor que 80 de pressão diastólica (pressão mínima). Quanto mais abaixo de 120 por 80, melhor é”, assegurou o especialista. Para Montenegro, o primeiro passo na prevenção da hipertensão arterial é a identificação precoce. Alexandre Scotti chamou a atenção para o fato de que os sintomas iniciais da hipertensão são dor de cabeça frequente, tonturas, falta de ar, palpitações e alteração na visão.

    Hábitos

    O diretor argumentou que há uma questão genética que não se consegue mudar. Pessoas com pais, mães, irmãos, avós com hipertensão têm risco aumentado. “Existe uma carga genética relacionada com isso”. Alexandre Scotti orientou os pacientes com histórico familiar de doenças cardiovasculares que embora o indicado seja procurar o cardiologista a partir dos 40 anos, esse grupo de pacientes necessita iniciar o acompanhamento cardiológico mais cedo, a partir dos 30 anos.

    Congresso da Socerj, realizado na semana passada, trouxe a questão também dos chamados pré-hipertensos, cuja pressão sistólica varia entre 130 e 139 e a pressão diastólica entre 85 e 89. Para prevenir quem tem pressão normal e quem tem pré-hipertensão de desenvolver a hipertensão, Montenegro indicou que existe muita coisa relacionada a hábitos de vida que “podem e devem” ser modificados. A redução do consumo de sal é um deles.

    “Há políticas muito positivas do Ministério da Saúde reduzindo a adição de sódio nos alimentos industrializados. Então, a indicação é reduzir o sal na comida, o consumo de alimentos industrializados que são muito ricos em sódio, que é um agente colocado na maioria dos alimentos industrializados como conservante”, disse Montenegro.

    O cardiologista Alexandre Scotti acrescentou que, por ser a alimentação uma das mais importantes aliadas no combate à hipertensão, o tratamento da doença exige abordagem multidisciplinar. “Além do acompanhamento com um cardiologista, o paciente deve ser supervisionado por um nutricionista, que vai passar orientações para uma dieta adequada e balanceada”, comentou. Disse ainda que, em determinados casos, a ajuda psicológica também é bem-vinda e pode auxiliar muito no tratamento.

    Exercícios

    O diretor científico da Socerj lembrou também a importância da atividade física como aliada no combate à pressão alta. “Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, além da redução do peso, com uma dieta saudável, rica em frutas, legumes e verduras, menor quantidade de carne vermelha, de gordura e sal”. Ressaltou que o controle do peso reduz bastante a pressão arterial e diminui a chance de a pessoa desenvolver a hipertensão. Outro aliado na prevenção dessa doença crônica é não fumar, porque substâncias contidas no cigarro têm relação direta com o aumento da pressão. “Zerar o consumo de cigarro é muito importante”. Outra coisa importante é reduzir ao máximo o consumo de álcool, como medida de saúde cardiovascular, porque também há uma relação entre o consumo de álcool e o desenvolvimento de hipertensão.

    Rachid Montenegro destacou que se todos esses comportamentos forem seguidos, eles poderão reduzir em até 30% o desenvolvimento de hipertensão. “E consequentemente, lá na frente, isso reflete em redução de morte. O custo dessas medidas é muito baixo”.

    Aposentado

    O aposentado Paulo Alisson, de 79 anos, foi diagnosticado com pressão alta pelo cardiologista há oito anos, quando sentia cansaço ao subir escadas e carregar peso. Às vezes, tinha um pouco de tontura pela manhã. “O cardiologista diagnosticou que eu tinha pressão alta”, disse. Allison contou que sua maior dificuldade é na alimentação. “Sou um pouco glutão. Gosto muito de pão, biscoito, e tenho uma briga eterna contra a balança. Mas procuro caminhar bastante para contrabalançar, e meu peso atualmente é 78 quilos. Está tudo sob controle”.

    A partir do diagnóstico médico, Paulo toma um remédio de controle diariamente. “Eu me sinto perfeitamente bem. Nunca mais tive nenhum problema. Agora estou tranquilo”. Recomendou às pessoas que tenham diagnosticado esse problema que levem a sério, procurem tomar o remédio direitinho, fazer os exames correspondentes, “porque, assim, corre tudo bem”.

    Agência Brasil

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    Setembro Vermelho: conheça os fatores de risco e como prevenir doenças cardiovasculares

    O mês de setembro é nacionalmente conhecido por ser o mês de combate às doenças cardiovasculares e as ações de conscientização se tornam cada vez mais importantes, afinal, patologias relacionadas ao coração são as que mais matam no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estima que são mais de 1100 óbitos por dia no país, cerca de 46 por hora e 1 morte a cada 90 segundos.

    O Dr. José da Silva Leitão, cirurgião cardiovascular do Sistema Hapvida, afirma que é possível prevenir o aparecimento das doenças cardiovasculares com a adoção de hábitos saudáveis e que é preciso, sobretudo, atuar na prevenção.

    Entendendo os fatores de risco

    Doença cardiovascular é um termo genérico utilizado para designar patologias que afetam o coração e/ou os vasos sanguíneos. “Existem vários tipos de doenças cardiovasculares, mas as mais comuns são a hipertensão arterial sistêmica, o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a doença arterial obstrutiva periférica e a insuficiência cardíaca”, explica o médico.

    Os sintomas podem variar de acordo com cada paciente, mas os mais comuns são falta de ar, dor no peito, palpitações, tontura e cansaço excessivo sem causa aparente.

    A maioria das doenças, segundo o Dr. Leitão, pode ser prevenida. Para isso, é preciso ficar atento e conhecer os principais fatores de risco. “São eles: obesidade, sedentarismo, tabagismo, estresse e colesterol alto”.

    O médico também recomenda evitar o consumo de carboidratos e alimentos enlatados, com níveis elevados de sódio, e aumentar a ingestão de frutas e vegetais.

    O papel da genética

    O especialista alerta, também, para a genética, normalmente interligada ao histórico de morte súbita na família. “Neste caso, é preciso redobrar a atenção e ficar ainda mais atento, exigindo, mesmo em pessoas muito jovens ou em atletas, por exemplo, avaliação cardiológica periódica”.

    As principais doenças cardiovasculares de origem genética são as cardiomiopatias, condição que se refere ao desgaste progressivo da estrutura e das paredes musculares do coração; as arritmias, caracterizadas pela frequência cardíaca anormal; as doenças da aorta, como o aneurisma; e a hipercolesterolemia familiar, disfunção que causa a elevação significativa do colesterol.