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    Conselhos Nacional de Saúde e de Direitos Humanos entregam a relator da CPI da Pandemia denúncia-crime contra governo federal

    O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros, recebeu a denúncia internacional de violações de direitos humanos causada pelo governo brasileiro, sob comando do presidente da República, Jair Bolsonaro, no contexto da pandemia da Covid-19. O documento foi entregue, na noite da última terça-feira, pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, pelo presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Yuri Costa, e por representantes de entidades ligadas aos diretos humanos.

    Ao relator do colegiado, Pigatto explicou que o documento foi elaborado por um grupo de 30 especialistas de diferentes áreas. No começo do mês de novembro, haverá uma série de ações para a divulgação do relatório.

    O documento-denúncia apresentado traz uma análise das autoridades sanitárias e identifica múltiplas violações dos direitos à saúde e à vida de milhões de brasileiros. Segundo o texto, a omissão do Estado na condução do enfrentamento à pandemia resultou em uma mortalidade de 4 a 5 vezes maior do que a média mundial, o que significa que quatro a cada cinco mortes poderiam ter sido evitadas se o país estivesse na média mundial em termos de combate à doença.

    O presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Yuri Costa, afirmou que um dos objetivos do estudo é trazer uma contribuição para a CPI, sobretudo com relação à responsabilizações em relação à pandemia. Segundo o estudo, os danos causados pela Covid-19 atingiram grupos particularmente vulnerabilizados, como os profissionais da saúde, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, idosos, mulheres, em particular mulheres negras, afrodescendentes, em particular quilombolas, gays, lésbicas, trans, pessoas em situação de rua, comunidades urbanas carentes, trabalhadores rurais, população carcerária, entre outros.

    “A contribuição que pretendemos dar à CPI, por um lado, é da atenção a essa perspectiva da responsabilização, a exemplo de leituras científicas que estão sendo feitas, a exemplo do feminicídio. Entendemos que há muito a contribuir com a CPI”, disse, em referência ao aumento da violência contra mulheres durante a pandemia de Covid-19.

    O relator da CPI da Pandemia aproveitou a oportunidade para apresentar ao grupo o projeto de um memorial às vítimas da Covid-19 no Brasil, que será feito em frente ao Congresso Nacional. A ideia, segundo Renan Calheiros, é que o memorial seja inaugurado dia 19 de outubro, mas caso não haja tempo para a finalização do projeto, a data do lançamento será anunciada neste dia.

    O senador deve incluir partes do documento no relatório final da CPI, que será entregue no próximo dia 19. Segundo o senador, o documento vai pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. Desde o começo dos trabalhos da comissão, no final de abril, o CNS se mostrou favorável à atuação do colegiado. Em agosto, o Conselho e a Frente pela Vida fizeram a entrega do Manifesto em Defesa da Vida, do SUS e da Democracia, aos integrantes da CPI.

    Leia a íntegra do relatório aqui AMDH – DOC PARA CPI (1)

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    Conselho Nacional de Saúde denuncia governo brasileiro na ONU por violação dos Direitos Humanos

    O Conselho Nacional de Saúde (CNS) apresentou, nessa quinta (30/09), denúncia internacional de violações de direitos humanos causada pelo governo brasileiro, sob comando do presidente da República, Jair Bolsonaro, no contexto da pandemia da Covid-19. O documento foi apresentado durante a 48º Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), onde a Mesa Diretora e o presidente do CNS, Fernando Pigatto, participaram de forma remota.

    O documento-denúncia apresentado traz uma análise das autoridades sanitárias e identifica múltiplas violações dos direitos à saúde e à vida de milhões de brasileiros. A omissão do Estado na condução do enfrentamento à pandemia resultou em uma mortalidade de 4 a 5 vezes maior do que a média mundial, o que significa que quatro a cada cinco mortes poderiam ter sido evitadas se o país estivesse na média mundial em termos de combate à doença.

    Conforme consta na denúncia, “existem evidências que o governo federal tinha à sua disposição as informações e os recursos necessários para adotar uma postura de governança antecipatória e tomar todas as medidas para conter ao máximo a expansão da pandemia ao nível mais baixo possível, contendo a mortalidade. Ao contrário do esperado, o governo federal, sob a liderança explícita do presidente da República, não só ignorou a evidência gerada pelo que vinha ocorrendo em outros países, não adotando as medidas necessárias, bem como passou a questionar, contestar e criticar publicamente as informações produzidas pela comunidade científica nacional e internacional, endossadas pela OMS”.

    Ao mesmo tempo que o presidente da República desenvolveu uma campanha de desinformação, promoveu o uso de medicações não eficazes como principal forma de enfrentar a Covid-19 no Brasil, o que ocasionou inúmeros de óbitos.

    “Isso tem ficado cada vez mais evidente como uma ação orquestrada com instituições do ramo da saúde privada no nosso país, com orientação do presidente da República. Além disso, a CPI da Pandemia tem revelado grandes negociatas em adquirir vacina, enquanto o povo brasileiro ia a óbito. O CNS tem atuado para cobrar medidas adequadas e protetivas, tendo que enfrentar um governo negacionista, necrófilo e genocida”, afirma Pigatto.

    A diretora da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), Jimena Reyes, apontou análises jurídicas que responsabilizam o estado brasileiro na condução do enfrentamento à pandemia, conforme normas internacionais de direitos humanos. “Conforme pacto internacional de direitos civis e políticos o direito à vida é inerente à pessoa humana, é protegido pela lei e nada pode ser privado na vida arbitrariamente. É dever dos Estados protegerem a vida e tomarem medidas adequadas para isso”, aponta.

    O documento foi construído em parceria com o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e a Articulação para o Monitoramento de Direitos Humanos no Brasil (AMDH), que reúne Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Processo de Articulação e Diálogo (PAD), Fórum Ecumênico Act Brasil (FeAct), organizações parceiras de Misereor no Brasil e o Fórum Nacional de Defesa do Direito Humano à Saúde.