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    Ministro Flávio Dino diz que financiadores de vandalismo começam a ser identificados

    O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, confirmou, hoje (10), que os órgãos responsáveis pela investigação do ataque às sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) no último domingo (8), já identificaram alguns dos financiadores da ação que resultou na depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

    “Temos uma investigação em curso, que ainda vai ter muitos desdobramentos. Já foram identificados os primeiros financiadores, sobretudo em relação aos ônibus [que trouxeram os participantes dos atos à capital federal]: aqueles que organizaram o transporte, que contrataram os veículos. Estas pessoas já estão todas identificadas”, disse Dino a jornalistas que acompanharam a cerimônia de posse do novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, nesta manhã.

    Sem fornecer mais detalhes sobre as pessoas já identificadas, Dino informou que, entre os financiadores, há desde pequenos comerciantes até empresários do agronegócio e indivíduos ligados a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores.

    “Não é possível identificar um único segmento. O que posso afirmar é que a investigação está em curso; já foram feitas as primeiras individualizações [caracterizações da participação nos atos] e, com isso, haverá o prosseguimento que cabe: a aplicação das sanções previstas em lei”, acrescentou o ministro, que considerou o episódio do último domingo um “evento extremo, agressivo e violento”.

    Segundo o ministro, os primeiros financiadores identificados estão espalhados por dez unidades federativas e poderão responder por associação criminosa e prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito, tentando destituir um governo legitimamente eleito, entre outros delitos previstos no Código Penal brasileiro.

    “Todas as pessoas que ali estavam, estavam com este propósito: invadir, depredar, sitiar, depor o governo. Basta ver o slogan da manifestação. Logo, não há nenhuma dificuldade de [apontar as responsabilidades] individualização”, disse o ministro.

    Ontem (9), o Exército e a Polícia Militar do Distrito Federal desocuparam a área em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Centenas de pessoas que não aceitam o resultado das eleições presidenciais e defendem a adoção de medidas antidemocráticas, como intervenção militar que impeça o presidente Lula de permanecer no cargo, estavam acampadas no local desde os primeiros dias de novembro de 2022. Segundo a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, cerca de 1,5 mil pessoas foram detidas no local por envolvimento nos atos de vandalismo. O ministro Flávio Dino, contudo, disse que o número ainda não é definitivo.

    “Tivemos a apreensão de aproximadamente 1,5 mil pessoas, mas agora estamos tratando das individualizações. Trata-se da maior operação de polícia judiciária da história do Brasil, mas não se trata de uma prisão em massa. É preciso identificar cada pessoa e o que ela fez. Temos equipes trabalhando nisso, fazendo as oitivas, lavrando autos de apreensão e de prisão em flagrante. Além disso, houve algumas situações humanitárias que foram solucionadas ontem mesmo. Nossa expectativa é que, ainda hoje, à noite, tenhamos um número definitivo”, concluiu Dino.

    Agência Brasil – Foto: Marcelo Camargo ABr

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    Ricardo Stuckert publica vídeo sobre barbárie dos ataques terroristas ao Palácio do Planalto

    Fotógrafo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há vinte anos, Ricardo Stuckert postou nesta segunda-feira, 09, em sua conta no Twitter um vídeo mostrando a destruição causada pelo ataque de terroristas ao Palácio do Planalto nesse domingo.

    “Sou fotojornalista há mais de 30 anos e nunca vi tamanha barbárie. A destruição está por toda parte. Levaram minhas máquinas fotográficas, lentes, drone. Levaram parte do meu trabalho. Não são apenas objetos subtraídos e outros depredados. É a nossa história, a nossa memória”.

    Um áudio do presidente Lula sobre a invasão de golpistas bolsonaristas narra as imagens estarrecedoras.  

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    Iphan e Ibram vão recuperar obras de arte danificadas por terroristas

    No dia seguinte à depredação das sedes dos Três Poderes por terroristas, o governo convocou restauradores de obras de arte de todo o país para recuperar itens danificados. Nesta tarde, o Ministério da Cultura faz uma reunião para requisitar servidores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) com conhecimento em restauração.

    Segundo especialistas ligados ao Palácio do Planalto, a recuperação da maioria das obras é possível, mas existem casos em que a restauração será muito difícil.

    Ontem (8) à noite, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, determinou que o Iphan fizesse uma diligência para avaliar a destruição no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e nos demais espaços tombados.

    “O mundo assiste, estarrecido, à violência do terrorismo de extrema direita contra o estado democrático brasileiro. A dilapidação do patrimônio público e da consciência livre do nosso povo não será tolerada. Os culpados serão identificados e rigorosamente punidos na forma da lei”, postou a ministra na rede social Twitter.

    Hoje, o Palácio do Planalto divulgou a relação preliminar das obras vandalizadas pelos radicais. Segundo o Palácio, ainda não é possível avaliar todos os danos causados ao mobiliário e as pinturas, mas existem obras importantes danificadas no térreo, no segundo e no terceiro andar.

    As principais obras danificadas no Planalto são as seguintes:

    No andar térreo:
    •        Pintura Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, de 1995 — o quadro, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
    •        Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.

    No 2º andar:
    •        O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.

    No 3º andar:
    •        Obra As Mulatas, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até cinco vezes maior em leilões.
    •        Obra O Flautista, de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
    •        Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
    •        Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
    •        Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
    •        Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do século 17 foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.

    Segundo o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas, mas ele estima como “muito difícil” a restauração do relógio do século 17.

    Móveis e janelas danificados no Senado Federal.
    Móveis e janelas danificados no Senado Federal. – Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Congresso

    Na Câmara dos Deputados, uma reportagem realizada pela TV Câmara identificou que os danos às obras de arte foram menores que o previsto. Ao contrário das primeiras informações divulgadas, o vitral Araguaia, da artista plástica Marianne Peretti, está preservado, assim como o quadro Candangos, de Di Cavalcanti.

    Uma escultura de Alfredo Ceschiatti, um estudo para as estátuas dos anjos que decoram a Catedral de Brasília, não foi danificada. A estátua de Victor Brecheret, que desapareceu ontem (8) da Chapelaria (entrada inferior do Congresso) foi encontrada no chão, atrás de uma poltrona.

    Os maiores danos ocorreram na galeria de presentes de governos estrangeiros, exposta na entrada do Salão Verde. Diversos itens foram quebrados ou roubados, como vasos, ovos de avestruz e estátuas. Uma estátua chinesa foi arremessada contra os vidros e foi destruída.

    Os prejuízos provocados no Senado estão estimados entre 3 e 4 milhões de reais. Segundo a diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, os maiores prejuízos estão na troca das vidraças quebradas e do carpete, totalmente alagado e manchado. Essa será, inclusive, a prioridade para os próximos dias, visando a posse dos novos senadores, no dia 1º de fevereiro.

    Mas houve uma série de outros prejuízos. Obras de arte foram danificadas, um tapete de Burle Marx foi vandalizado pelos criminosos, que inclusive urinaram na peça. Móveis históricos, referentes à segunda sede do Senado Federal, no Palácio Monroe, no Rio de Janeiro, também foram alvo do ódio dos extremistas de direita. Uma mesa dessa época ficou tão danificada que talvez nem possa ser restaurada. Um tinteiro de bronze da época do império também foi vandalizado.

    Um painel de Athos Bulcão está avariado. Um quadro de 1890, da assinatura da Constituição também foi danificado. Tentaram derrubar o quadro, que é muito grande. Se penduraram nele, mas ele não cedeu, apesar de ter sido danificado na parte de baixo.

    Móveis e janelas danificados no Senado Federal.
    Móveis e janelas danificados no Senado Federal. – Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Levantamento

    Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que continua acompanhando as informações sobre os danos causados pelos terroristas. A pasta destacou que está dialogando com os outros Poderes para trocar informações sobre os autores das depredações e levantar os danos.

    O Ministério da Gestão informou que também está ajudando os demais ministérios em relação a contratos de manutenção predial para acelerar a realização dos reparos.

    Agência Brasil

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    RN anuncia que vai desocupar acampamentos bolsonaristas e envia policiais para o Distrito Federal

    Após ataques terroristas em Brasília, a governadora Fátima Bezerra se reuniu com os comandos das polícias do Rio Grande do Norte, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e inteligência do Exército Brasileiro na manhã desta segunda-feira (9) para planejar a desocupação e a dissolução total, em até 24 horas, de acampamentos bolsonaristas montados em áreas militares do estado.

    A medida cumpre decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes proferida na madrugada desta segunda-feira (9).

    “Estamos aqui para dar cumprimento efetivo à medida anunciada pelo ministro e o fazemos em diálogo com as demais forças de segurança para que possamos exercer o nosso dever constitucional, colaborando para a ordem e a paz”, declarou a governadora, compartilhando que, ainda no domingo (8), teve reunião com o Fórum de Governadores, com quem se encontrará presencialmente nesta segunda-feira (9) em Brasília.

    “Às 18h, os governadores vão se encontrar com o presidente Lula e chefes dos demais poderes para expressar ao povo brasileiro o nosso sentimento de união em defesa da democracia”, completou, ao nomear os atos de “golpistas, terroristas, vândalos, arruaceiros” por depredarem o patrimônio público, atingindo as instituições de maior representatividade no Brasil — Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal.

    Durante o encontro, que foi aberto à imprensa, o secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Coronel Francisco Araújo Silva, disse que a partir da determinação da governadora, fez contato com forças federais, estaduais e Prefeitura do Natal, que não compareceu.
    “Os policiais vão fazer a abordagem na frente do quartel, dizer que não podem ficar no local, explicar que existe a decisão judicial. Caso descumpram, serão detidos, inicialmente por desobediência”, detalhou o gestor, ao acrescentar que o Exército vai trabalhar em harmonia com o Estado.

    Outra medida do Governo do Estado contra os ataques terroristas foi o envio de 30 agentes da Polícia Militar do RN para compor o efetivo do Distrito Federal durante a intervenção federal. Assim, o Rio Grande do Norte se soma a outros 13 estados (quantitativo até às 10h desta segunda-feira) que também se colocaram à disposição para contribuir.

    Para o procurador-geral do Estado, Luiz Antônio Marinho, o momento é extremamente grave e requer reestabelecimento da ordem: “A determinação do STF é para que governadores e polícias militares de todo o país cumpram a ordem de desocupar a frente dos quartéis sob pena de responsabilidade. Ontem mesmo afastou o governador do DF por causa dos atos terroristas”.

    Foto: Elisa Elsie

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    Governo cria e-mail para receber informações sobre atos de domingo

    O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta segunda-feira (9) que além das investigações em andamento, a pasta criou o e-mail denuncia@mj.gov.br para receber informações sobre “atentados terroristas” ocorridos nesse domingo (8) em Brasília. 

    Ontem, após os atos que destruíram as sedes dos três Poderes da República, Dino já havia afirmado em nota que “não haverá conivência com o crime e que todos os responsáveis responderão na forma da lei”.

    Também nesse domingo, o secretário executivo da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Garcia Cappelli, foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como interventor federal no Distrito Federal. A medida tira o comando da área de segurança pública do governo local – polícias e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal -, que ficará até o dia 31 de janeiro sob o controle da União.

    O Congresso Nacional precisa votar a intervenção em até 24 horas. Uma reunião de líderes convocada para hoje vai discutir o assunto.

    Polícia Federal

    A Polícia Federal informou nesta segunda-feira que criou o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br para receber informações sobre os atos de terrorismo do último domingo.

    Agência Brasil

    foto: Marcelo Camargo – ABr

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    Ataque contra a democracia não deve ser perdoado

    Estarrecedor. Indefensável. Indesculpável.

    Assim foi a invasão por criminosos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com o resultado das eleições realizaram no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF), os Três Poderes.

    O ataque ao Estado Democrático de Direito e seus símbolos que o Brasil e o mundo assistiram horrorizados nesse domingo, 8 de janeiro de 2023, não deve ser esquecido. Nem perdoado.

    O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes ocupando a rampa e soltando foguetes. Depois eles quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa. 

    Após a depredação no Congresso, eles invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Quebraram vidros, móveis, saquearam presentes e obras de arte, depredaram, vandalizaram e atearam fogo em algumas áreas. Também agrediram policiais e animais da cavalaria. Torturaram, ameaçaram e roubaram jornalistas.

    O ato contra a democracia, contra a Constituição Federal, contra o patrimônio nacional e contra a maioria do povo brasileiro foi e está sendo lamentado, repudiado e abominado por autoridades, instituições e cidadãos do mundo inteiro.

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou a intervenção na área de segurança pública do governo do Distrito Federal (GDF) até 31 de janeiro de 2023.

    Nesta segunda-feira, 09, os presidentes dos Três Poderes da República divulgaram uma nota conjunta em defesa da democracia. No texto, eles dizem rejeitar os “atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas”.

    “Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras”, diz a nota, que foi publicada no perfil oficial do presidente Lula em redes socais. “Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz, e da democracia em nossa pátria”.

    Além de Lula, assinaram a nota o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente em exercício do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.

    Os atos terroristas desse 8 de janeiro comprovaram covardemente que os ditos ‘cidadãos de bem’ nunca respeitaram nem Deus, nem a Pátria e muitos menos milhões de famílias brasileiras.

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    Chega de Pesadelo!

    Compartilho aqui o texto “Chega de pesadelo!” escrito por mim para a revista digital Papangu na Rede. Afinal, neutro é sabonete infantil. A ilustração é de Túlio Ratto.

    Por Ana Paula Cadengue

    Amanhã, 30 de outubro de 2022, é a eleição mais importante da História do Brasil, quiçá do mundo. O que está em disputa não é a vitória de um partido sobre outro ou só o governo de um dos maiores países do planeta. O que está em jogo é muito mais do que isso. É sobre Humanidade, Respeito, Ciência. É sobre vida.

    A escolha que para muitos não é nada difícil, ainda tem parcela significativa da população que aposta no caos, na desordem, na desunião, no fim das instituições e da civilidade, numa terra arrasada que estamos nos tornando.

    A escolha nem um pouco difícil reúne de um lado um capitão do Exército e político profissional que nunca produziu nada em seus quase 30 anos como parlamentar e representa o que de mais asqueroso e atrasado existe, com exibições diárias e gratuitas de despreparo, prepotência, misoginia, aporofobia, racismo, homofobia, violência e falta de educação, num (des)governo que pratica o desmonte do Estado e a dilapidação do patrimônio brasileiro, rasgando leis, incentivado preconceitos, invasões, queimadas e destruição.

    Do outro lado, uma frente mais do que ampla, congregando ex-presidentes da República, políticos de todas as matizes, professores, intelectuais, artistas e a população mais humilde do país que traz o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva como o nome que representa a esperança do Brasil voltar a ser uma nação e ter direito a um futuro melhor e democrático.

    Amanhã, 30 de outubro de 2022, cada eleitor brasileiro tem em suas mãos o nosso destino e, de certa forma, o da humanidade também.

    Esta eleição que para muitos significa apenas quais e quantas são as vantagens pessoais e financeiras que se possa auferir, para o mundo é muito mais do isso. Bem mais.

    A prestigiosa revista científica “Nature” publicou edital na última terça-feira (25) afirmando que só há uma escolha na eleição do Brasil, e que um segundo mandato para o presidente Jair Bolsonaro (PL) representaria uma ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente.

    No texto de opinião que tem o título “There’s only one choice in Brazil’s election — for the country and the world”, a revista avalia que “o histórico de Bolsonaro é de arregalar os olhos” e cita que o meio ambiente foi devastado (desmatamento quase dobrou desde 2018) após o presidente retirar proteções legais e desrespeitar direitos indígenas.

    A “Nature” ainda lembra que Bolsonaro preferiu ignorar os alertas da ciência sobre a Covid-19, atuou contra a vacinação e diminuiu o financiamento para ciência e inovação.

    “Nenhum líder político chega perto de ser perfeito. Mas os últimos quatro anos do Brasil são um lembrete do que ocorre quando aqueles que elegemos desmantelam ativamente as instituições destinadas a reduzir a pobreza, proteger a saúde pública, impulsionar a ciência e o conhecimento, proteger o meio ambiente e defender a justiça e a integridade das evidências”, afirma a revista

    Na última quinta-feira (27), foi a vez do jornal norte-americano The New York Times publicar um vídeo opinativo no qual alerta para os riscos de uma eventual vitória de Jair Bolsonaro (PL) sobre Lula (PT) no segundo turno.

    A gravação, de autoria de Agnes Walton e Alessandra Orofino, conta com a participação da ativista indígena Txai Suruí, que denunciou a devastação ambiental da Amazônia durante o atual governo  na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia.

    “Para muitos brasileiros, esta é uma eleição dolorosa entre dois candidatos bastante falhos. Mas, para o futuro da vida humana neste planeta, há apenas uma escolha certa”, diz a publicação.

    A gravação lembra algumas das ocasiões em que Bolsonaro minimizou a importância de combater a devastação do meio ambiente e recorda a guerra deflagrada pelo ex-capitão contra órgãos de controle, como o Ibama e o ICMBio, e sua reiterada postura de ignorar os alertas de desmatamento.

    Mas, não são só os “gringos” que temem um eventual segundo governo Bolsonaro e suas terríveis consequências. A premiada jornalista Eliane Brum, vencedora do 44º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na categoria Livro-reportagem, com a obra Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo, alerta sobre as ameaças que a maior floresta tropical do mundo vem sofrendo e o quanto pode perder em uma possível reeleição de Jair Bolsonaro.

    “Eu quero dizer muito explicitamente que se Bolsonaro se reeleger no domingo a Amazônia vai acabar. Ele matou dois milhões de árvores em menos de quatro anos. A floresta já chegou em 20% de desmatamento em ponto sem retorno, previsto pelos cientistas entre 20 e 25%. Se a Amazônia acabar, as crianças de todos que estão aqui terão um futuro hostil. As crianças do outro lado do mundo terão um futuro hostil. Essa não é a eleição mais importante da vida dos brasileiros, é uma eleição crucial para o planeta”, afirma Brum.

    As jornalistas Elaíze Farias e Kátia Brasil, fundadoras da agência Amazônia Real, também alertam para o momento decisivo que estamos vivendo. “Na nossa região, as violações de direitos nunca cessaram, na verdade, só se agravaram. Todos estamos vivendo ataques violentos e sistemáticos. As consequências imediatas são para quem está na Amazônia, mas atingirá a todos, globalmente, nesta e nas próximas gerações”.

    A questão ambiental é um dos cernes dessa eleição. Nos últimos dias, a ‘Frente Ampla’ que apoia a candidatura do ex-presidente Lula à presidência, ganhou reforços de peso de lideranças de diferentes partes do mundo, além de artistas e músicos consagrados, como o primeiro-ministro da Espanha e líder do Partido Socialista Operário Espanhol, Pedro Sánchez.

    O chefe do governo português, António Costa também apoia o ex-presidente. “O mundo precisa de um Brasil forte, um Brasil que participe das grandes causas da humanidade, como combater a desigualdade, a luta pela saúde, para enfrentarmos as alterações climáticas. O Brasil e o mundo precisam de Lula da Silva.”

    O italiano Roberto Gualtieri, prefeito de Roma, foi mais um a afirmar sua torcida ao ex-presidente em vídeo. “Meu caro amigo Lula. Em Roma estamos torcendo para que você volte a guiar esse grande país amado por todos os italianos. Com sua volta para a presidência, o povo brasileiro retomará o caminho da justiça social, do desenvolvimento, do resgate que tanto merece”, disse.

    Um manifesto assinado em apoio ao candidato da Coligação Brasil da Esperança, assinado por vários ex-dirigentes europeus, como François Hollande, ex-presidente da França, foi divulgado ainda no primeiro turno. “Quando a democracia está em perigo, é preciso juntar os divergentes para vencer os antagônicos. É por isso que nós, ex-chefes de Estado e de governo de diversas tendências políticas, apoiamos a candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República”, dizia o documento.

    Líderes sul-americanos também apoiam a candidatura de Lula, como é o caso de Alberto Fernández, presidente da Argentina, dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; do México, Andrés López Obrador; da Bolívia, Luis Arce e do Peru, Pedro Castillo.

    Mas, o apoio a Lula e ao que ele representa não se restringe a políticos de todo o mundo. Além de juntar artistas de todas as artes e idades, de Fernanda Montenegro a Flor Gil, Luisa Sonza a Chico Buarque, Anita a Antonio Pitanga, Juliette a Marieta Severo, a campanha contra Bolsonaro conseguiu o que parecia improvável e reuniu os “Vingadores”.

    As mensagens enviadas para os brasileiros através das redes sociais pelos atores que deram e dão vida a personagens como o Homem de Ferro (Robert Downey Jr), Hulk (Mark Rufallo), Thor (Chris Hemsworth), Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Wong (Benedict Wong) ganharam até a aliança do Aquaman, herói DC interpretado pelo Jason Momoa.

    Toda essa atenção mostra que a campanha presidencial brasileira é importante para o mundo todo, mas a gente sabe que não diz respeito só ao futuro do planeta. Diz e fala bem mais para cada um de nós que mora e vive e sonha o Brasil. E, apesar de todas as distopias e teorias conspiratórias das tias e tios do zap, o que preocupa mesmo a população é a piora da economia e o aumento da inflação, como mostrou o último levantamento do instituto Genial/Quaest, divulgado na semana passada . O medo da volta da ditadura, de um golpe militar e do autoritarismo também são razões muito sérias para não se votar em Bolsonaro, segundo a pesquisa.

    A fome piorar foi o receio de 8%, o corte no direito dos trabalhadores é o medo de 4%. Outros itens citados foram a volta da violência, a educação piorar, desemprego e fim do Auxílio Brasil. As falas do candidato e a sua agressividade também são motivos para não votar no Messias, assim como a má administração, citada por 16%, e sua atuação durante a pandemia. Outros 7% dos entrevistados afirmaram que Bolsonaro é preconceituoso, racista e homofóbico, enquanto 5% responderam que é porque ele é corrupto e outros 4% porque ele é mentiroso.

    Amanhã, 30 de outubro de 2022, vamos ter que escolher quem a gente quer para iniciar a construção de um Brasil com oportunidades iguais para todos, inclusivo, livre da fome, com mais emprego e salário mínimo sempre acima da inflação, com saúde pública de qualidade e filhos estudando, da creche à universidade. Um país de fé, com respeito ao cidadão e suas crenças e religiões, com democracia e sem armas, onde o amor prevaleça sobre o ódio, de paz, união e alegria. Um país feliz de novo e onde a gente possa voltar a sonhar.  Chega de pesadelo!

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    Mossoró: Marcha Mundial das Mulheres realiza dia de atividades em defesa da vida

    Neste dia 08 de Março as mulheres estarão nas ruas mais uma vez, em mais um ato do Dia Internacional da Mulher, para lembrar que essa é uma data de lutas e de reivindicações. Em Mossoró, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) irá realizar um dia de atividades que se inicia às 8h da manhã, com uma ação política que terá Feira Feminista da Economia Solidária, música ao vivo, teatro, sarau feminista, intervenção do bloco Alô Frida e uma roda de conversan intitulada “Feminismo Popular e as lutas de 2022”, que terá a participação de Michela Calaça, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), e Isolda Dantas, deputada estadual (PT/RN), e será coordenada por Hilberlândia Andrade, da Comissão Pastoral da Terra (CPT).  A expectativa é que cerca de 150 mulheres da região oeste potiguar participem da atividade. 

    À tarde, a partir das 15h30 as mulheres se organizarão junto com outros movimentos que integram a Frente Brasil Popular para sair em caminhada até a Praça do Pax, onde acontecerá o ato unificado com o mote “Pela Vida das Mulheres: Bolsonaro Nunca Mais! Por um Brasil sem Machismo, Racismo e Fome”.

    Com a ofensiva do governo Bolsonaro à classe trabalhadora e à vida das mulheres, como o aumento do desemprego, do preço dos alimentos, do feminicídio, e o descaso com a pandemia do coronavírus, as mulheres têm a missão de radicalizar o feminismo e transformar o país: “Esse ano de 2022 será decisivo pro Brasil. Com as eleições presidenciais chegando, nós mulheres, que sempre estivemos nas trincheiras, temos a chance de derrotar Bolsonaro, e com isso, dizermos não ao machismo, ao neoliberalismo, ao negacionismo, e de construirmos o país que queremos, que coloque a sustentabilidade da vida como prioridade”, destaca Pluvia Oliveira, militante da Marcha Mundial das Mulheres.  

    Foto: Ellen Dias

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    Mulheres de Mossoró vão às ruas neste sábado (04) contra Bolsonaro

    Neste sábado, 04, mulheres de todo o país vão às ruas exigindo: “Bolsonaro nunca mais!”. Em Mossoró, o ato está sendo organizado por movimentos e organizações feministas, Frente Brasil Popular, sindicatos e movimento estudantil. O ato ocorrerá na Praça do Pax, a partir das 8h, com intervenções da batucada feminista, apresentação de artistas da cidade e diálogo com os trabalhadores e trabalhadoras no centro da cidade.

    Sob o governo Bolsonaro, o cenário econômico, social e sanitário atual apresenta crises e perdas profundas: a negligência na gestão da pandemia que acumula a morte de mais 600 mil pessoas, cortes das políticas de combate à pobreza e demais programas sociais, promove a precarização dos serviços públicos; a carestia e o desemprego, aumento significativo dos índices de violência contra a mulher, indígenas, ribeirinhos e população negra. Por estas e outras razões, mais uma vez, as mulheres protagonizam o embate.

    A reivindicação dos movimentos e organizações é pela continuidade das mobilizações iniciadas em 2018 com os atos “Ele Não!”, liderado por mulheres na busca de evitar que Bolsonaro chegasse ao poder e que reuniu milhares de pessoas nas ruas em todo o Brasil. “Nas eleições passadas nós, mulheres, dissemos “Ele não!” porque sabíamos que o projeto de país de Bolsonaro era contra o povo. E agora dizemos: “Nunca mais!” porque o nosso país precisa romper e não permitir a perpetuação da agenda política deste desgoverno”, é o que diz Plúvia Oliveira da Marcha Mundial das Mulheres.

    Michela Calaça, do Movimento de Mulheres Camponesas, reforça: “é muito importante terminar esse ano, que está marcado por perdas, por tanta dor e pela impunidade desse presidente que é responsável por tudo isso, com o recado das mulheres. Ainda queremos o impeachment, pois só assim Bolsonaro será jugado e condenado por seus crimes”.

    O ato deste 4 de dezembro pretende ocupar as ruas para demarcar uma agenda de reivindicações que inclui a derrubada de Bolsonaro, contra à feminização da pobreza, contra o racismo, contra a carestia e pelo amplo direito à saúde para toda a população.

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    Acesso à internet pública exige que aluno veja propaganda do governo Bolsonaro

    O programa do Wi-Fi Brasil, do projeto Conecta Brasil, sob responsabilidade do Ministério das Comunicações, tem a maior parte da verba do projeto destinada às regiões Norte e Nordeste, onde Bolsonaro teve pior desempenho nas Eleições 2018.

    Cada vez que alguém acessa a rede por qualquer motivo, as peças publicitárias do governo são reproduzidas.

    De acordo com estimativas do Ministério da Comunicação, pelo menos 26 milhões de brasileiros passaram a ter acesso à banda larga por meio do Conecta Brasil — o programa do governo tem um orçamento de R$ 2,7 bilhões, com 91% destinado a estados do Norte e Nordeste.

    No último mês de maio, durante a inauguração de um desses sinais públicos de Wi-Fi, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, destacou que a internet era uma fonte alternativa de informações ao que chamou de “notícias contra o presidente”.

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