Bandeirinhas, fogueira, balões e fogos são alguns dos elementos das festividades juninas que trazem um clima de devoção e de diversão. E é nessa época que se registra um aumento de casos de queimaduras em crianças. A médica pediatra do Hospital Universitário Ana Bezerra (Huab-UFRN), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Ana Cláudia Correia Santos das Chagas, destaca as principais medidas que devem ser tomadas para evitar os acidentes nessa época envolvendo crianças.
A profissional explica que na época junina é comum o registro de queimaduras de 1° grau, alergias, crises de asma e broncoespasmo em crianças, e alerta: “o principal cuidado com uma criança neste período de festas juninas, é evitar que elas soltem fogos sozinha. Caso permita, sempre um adulto presente para auxiliar. Sempre orientar a criança a não segurar por muito tempo os foguinhos nas mãos, não esperar estourar, nem tentar reacender caso não funcione na primeira tentativa e não pisar em brasas da fogueira”.
Em caso de queimadura, deve ser procurado o atendimento médico de urgência. “Muitas vezes, a queimadura de 1º grau pode ser sim avaliada numa UBS, feito a limpeza com soro fisiológico e curativo adequado. Queimaduras de 2º e 3º grau precisam de uma assistência maior, além das queimaduras extensas, seja qual for a classificação. É importante que nesses casos a avaliação especializada seja acionada; no nosso estado, é por meio da regulação de urgências”, explica Ana Cláudia.
Não usar em casos de queimaduras
Não colocar produto em cima da queimadura, a exemplo pó de café, casca de banana, óleo de coco, etc. A área da queimadura deve ser lavada com soro e protegida, caso haja o aparecimento de bolhas, não estourar.
Graus de queimadura
Ana Cláudia explica que são três os graus de queimadura, conforme for aprofundado na pele. A queimadura de 1º grau é a mais comum e menos agressiva em comparação aos demais graus. “Acomete a região mais superficial da pele, conforme aumenta o grau, significa que a queimadura atinge camadas mais internas”.
Em muitos casos, é necessário realizar a internação para que sejam feitos curativos diários por uma equipe especializada em queimaduras. “Pode acarretar, a depender do local, em cicatrizes importantes e sequelas na função motora quando atinge articulações. Além do trauma psicológico que fica em qualquer criança ou adulto”, destaca Ana Cláudia.
De acordo com o médico pediatra e chefe da Divisão Médica do Huab, Ricardo Luiz Oliveira Alves, o Hospital realiza atendimento pediátrico e internação, porém não recebe, em geral, pacientes com queimaduras.
Ações de prevenção
Ana Cláudia destaca que os pais e responsáveis devem estar em alerta com a segurança das crianças. “O São João é uma época de muita diversão e de muitas festas entre famílias. Não precisamos impedir que nossas crianças participem desses festejos e guardem lembranças, o que precisamos, como responsáveis, é manter a segurança delas. Então, ter cuidados com as fogueiras, lavar a região da fogueira para que a criança não queime seus pés, por exemplo, e não deixar elas soltarem fogos sozinhas, já são grandes ações de prevenção”.