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    UFRN lança edital para mães pesquisadoras

    A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq), lançou o primeiro edital voltado às mães pesquisadoras, para apoio a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A iniciativa tem o intuito de garantir oportunidades para a progressão e permanência das mães na carreira científica, cuja trajetória sofre impactos nos anos seguintes ao nascimento ou à adoção dos filhos. A submissão de projetos está disponível até o dia 30 de abril, por meio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa).

    “A maternidade é uma das experiências mais transformadoras da vida, mas pode se tornar um obstáculo na trajetória acadêmica e científica de uma mulher”, afirma a pró-reitora de Pesquisa da UFRN, Silvana Langassner, que acompanha esse tema há anos, inclusive o movimento Parent in Science, que tem se comprometido com a causa da equidade de gênero na academia e na ciência. De acordo com a pró-reitora, a sub-representação feminina na academia é um fenômeno amplamente documentado e persistente, que reflete desigualdades estruturais enraizadas em muitas áreas da academia, em especial em campos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

    Na UFRN, o levantamento mais recente revelou que 65% dos bolsistas de produtividade são homens, enquanto os 35% restantes representam as mulheres. Diante desse contexto, Silvana Langassner propôs à equipe da Propesq o lançamento de um edital para apoiar as mães pesquisadoras, ideia que foi acolhida e abraçada pelos servidores e bolsistas da pró-reitoria. A participação no edital é voltada às docentes da UFRN que sejam mães de crianças de até 12 anos de idade, ou de filho(a) com deficiência sem limite de idade. 

    Os auxílios serão financiados com recursos do Fundo de Pesquisa da UFRN, no valor global de R$ 300 mil. As propostas aprovadas receberão financiamento individual de R$ 30 mil. De acordo com Silvana Langassner, a iniciativa se consolida como o primeiro passo para novas ações institucionais voltadas à igualdade de gênero nas atividades acadêmicas. 

    “Como mãe e pesquisadora, eu senti muito o impacto depois que meus filhos nasceram. Foi difícil dar continuidade à vida de pesquisadora e conciliar a maternidade com a vida profissional. Por isso, precisamos de ações públicas para reconhecer o trabalho invisível que há por trás das mães e como isso vai impactar na carreira. Se não tivermos ações para impulsionar mães e pais solo, que entram na mesma categoria, sempre teremos desigualdade de gênero na academia”, defende a pró-reitora.

    Outras informações sobre a seleção estão disponíveis no edital, que pode ser acessado aqui.

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    Pesquisadores da UFRN patenteiam tecnologia que pode ser usada como veias artificiais

    A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) receberam no último dia 16 o patenteamento de nova tecnologia que pode ser empregada no desenvolvimento de próteses para implantes ósseos, neurais (sistema nervoso periférico) e vasculares, com boa capacidade de promover a regeneração de vasos sanguíneos, angiogênese e adaptação biomecânica aos tecidos nativos. Esses possíveis componentes artificiais, após promoverem o crescimento e proliferação celular do tecido local, são substituídos totalmente pelo tecido nativo com a reconstituição e simultânea decomposição em ambiente biológico no corpo do paciente. O grupo de autores da descoberta é formado por Rógerson Rodrigues Freire Ramos, José Daniel Diniz Melo e Eliton Souto de Medeiros.

    Rógerson esclarece que o dispositivo criado trata de componentes empregados no processo de fabricação de nanofibras por meio da técnica de fiação por sopro em solução. “A patente não é a prótese nem o implante, que fique claro. O objeto da concessão é um processo capaz de conformar nanofibras em túbulos, como canudinhos, fabricados com materiais bioreabsorvíveis que podem vir a ser utilizados como veias artificiais. Então, você está com algum problema vascular, uma veia entupida no coração, ao invés de tirar a ponte de safena da perna, utiliza-se esse tubinho, que pode se adequar às dimensões de qualquer componente do sistema vascular, reduzindo o número de intervenções cirúrgicas necessárias para o tratamento do paciente, que teria o vaso sanguíneo reconstituído totalmente com o crescimento celular do tecido natural, e decomposição in situ da prótese”, explica Rógerson Ramos.

    O pesquisador pontua que, durante o estudo, foi feita a análise mecânica dos canudinhos, que puderam ser produzidos com uma variedade de dimensões, capazes de se encaixar em qualquer componente do sistema vascular. Hoje professor do Departamento de Engenharia Têxtil da UFRN, Ramos pontua que foram desenvolvidos uma matriz de fiação, com múltiplos bicos de alimentação e um coletor intermediário de formato cônico. As estruturas são criadas a partir daí, com movimentos de rotação para que se adquira a forma helicoidal das nanofibras ao longo da estrutura tubular. 

    “Esses dispositivos, aliados a etapas posteriores de extração e tratamento térmico, proporcionam a obtenção de estruturas tridimensionais com boa estabilidade mecânica e capacidade de adaptação morfológica. Isso significa que, ao fim do processo, a prótese é degradada totalmente e eliminada por rotas metabólicas sem que haja prejuízo ao paciente, permanecendo o tecido natural reconstituído”, relata Rógerson. Na época em que aconteceu o depósito do pedido de patente, em 2017, o professor era doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFRN, enquanto que os testes ocorreram no Laboratório de Materiais e Biossistemas, vinculado à Pós-Graduação em Engenharia de Materiais da UFPB.

    Orientador da pesquisa, José Daniel Diniz Melo situa a importância do dispositivo pela sua capacidade de produzir materiais nanoestruturados, tridimensionais, com boa estabilidade dimensional e controle morfológico refinado. Esse domínio é baseado numa disposição fractal, ou seja, que se repete desde as interconexões nanométricas entre as fibras, passando pela microestrutura até o aspecto visual macro, perceptível a olho nu. 

    Atualmente reitor da UFRN, Daniel Diniz acredita que a busca pelo patenteamento dentro do âmbito acadêmico estimula nas instituições de ensino e pesquisa o desenvolvimento de novas tecnologias por meio da proteção à propriedade intelectual, “o que vai fomentar o interesse dos alunos por investigações científicas e contribuir para o desenvolvimento tecnológico nacional, a formação intelectual e a capacitação profissional da população acadêmica”, cita.

    Pesquisa que não para

    Nessa perspectiva, atualmente estão sendo desenvolvidos, no Laboratório de Nanofibras (Lanan), do Departamento de Engenharia Têxtil da UFRN, novos dispositivos para produção de materiais nanoestruturados com diversas aplicações envolvendo a área médica. Entre esses está a produção de scaffolds para reconstituição celular de tecidos biológicos e curativos com liberação controlada de fármacos, além da área tecnológica, como filtros para tratamento de efluentes com capacidade de adsorção de corantes e metais pesados.

    “Desse ativo de que estamos recebendo o patenteamento definitivo agora, existe um protótipo que hoje é utilizado como base para o estudo de novas tecnologias em fabricação de materiais nanoestruturados, além da sequência e melhoria das estruturas tubulares obtidas até aqui”, descreve Rógerson. Ele acrescenta ainda a possibilidade de incorporação de fármacos para liberação controlada como antibióticos e anti-inflamatórios, além de óleos e extratos essenciais, ampliando assim a capacidade terapêutica e o universo de aplicação desses produtos.

    Patenteamento

    A concessão recebida por Rógerson Ramos, Eliton Medeiros e Daniel Diniz recebeu o nome de Sistema de produção de mantas tubulares não tecidas a partir de micro e nanofibras obtidas por fiação por sopro em solução. Patente é um direito exclusivo sobre uma invenção ou criação industrializável, concedido por órgão público oficial – no caso do Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). 

    A concessão da patente significa que o Instituto reconheceu o ineditismo da pesquisa, bem como sua aplicação industrial e atividade inventiva. Ter a patente de uma nova tecnologia significa ter o direito de impedir terceiros de a produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar o produto objeto de patente ou processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado sem o seu consentimento.

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    Carnaval em Natal movimenta R$ 126 milhões na economia local

    Natalenses e turistas colocaram em circulação R$ 126,8 milhões durante o Carnaval na capital potiguar em 2023. Desse total, R$ 65,2 milhões foram oriundos dos participantes residentes em Natal e R$ 61,6 milhões provenientes dos visitantes e turistas. Os números foram apresentados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do norte (Fecomércio RN) ao prefeito de Natal, Álvaro Dias, e gestores municipais nesta terça-feira, 28.  

    A pesquisa, realizada pelo Instituto Fecomércio RN, traçou o Perfil de Participantes e Percepção dos Empresários durante o período carnavalesco. A reunião contou com a presença de técnicos da Federação, autoridades e poder público, ocorreu na sede da Prefeitura.   

    Somando a avaliação de participantes residentes e turistas, o Carnaval em Natal obteve uma média geral de 8,7 de aprovação. De acordo com o levantamento, 88,6% do público participante pretende voltar na próxima edição do evento.   

    A pesquisa também apurou que fatores como acesso ao local dos eventos (93,5%), organização (92,8%), espaço físico/estrutura do evento (92,7%) e segurança (92,6%) foram os itens mais relevantes observados pelos foliões.  

    Os lugares mais frequentados, dentro da programação oferecida pelo evento, foram shows musicais (78,6%), blocos de rua (45,4%), praias (28%), marchinhas (11,1%). A pesquisa ouviu 700 pessoas, no período de 16 a 21 de fevereiro.  

    Para o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, os dados entregues hoje revelam a força e a pujança do carnaval na cultura e, sobretudo, na economia de Natal. “Os investimentos realizados pela Prefeitura são válidos, não só pela tradição cultural que a festa representa, mas também como fonte geradora de emprego e renda, além de fazer circular a economia do nosso estado. É importante se debruçar sobre a pesquisa para analisar quais pontos foram apontados pelos entrevistados que precisam de melhorias e verificar aqueles bem avaliados como aprimorar ainda mais”, afirmou o dirigente da Federação.   

    Por ser uma data festiva que conta com uma programação variada e em diversos polos da cidade, a maioria dos entrevistados respondeu que as atrações musicais (36,4%) é o principal motivo apontado pelo folião para ir ao Carnaval de Natal. Em seguida, fatores como gratuidade (29,7%), tradição (18,6%), amigos/familiares (16,3%), comodidade/localização (13,3%), também foram levados em consideração pelos foliões.  

    O prefeito de Natal, Álvaro Dias, ressaltou parceria com a Fecomércio RN e a importância dos dados da pesquisa como diretriz para melhorias nas próximas edições do evento. “Vamos continuar trabalhando nesse sentido e agradeço a todos que se empenharam para realização desses eventos com muito sucesso, atuando de forma integrada”, disse o chefe do executivo municipal.  

    Percepção dos comerciantes  

    A pesquisa do Instituo Fecomércio RN também revelou que 73,3% dos comerciantes apontaram impacto positivo da realização do evento para o comércio em geral, e 77,3% dos empresários afirmaram que a expectativas quanto a movimentação de clientes foram atendidas. O faturamento médio total das empresas e estabelecimentos comerciais durante os dias de festa foi de R$ 5.764,15.  

    No que se refere a investimentos, 31% dos comerciantes contrataram mais pessoas em função do carnaval. Das empresas que realizaram contratações, a maioria são empresas de médio e grande porte (38,7%), seguido pelas micro empresas (33,8%) e informais (31,7%).     

    Já os setores do Comércio e de Serviços que foram mais impactados durante o período carnavalesco foram bares e restaurantes (23,7%), vestuário (16,3%), lanchonetes (11,7%), fantasias e adereços (7,3%), artesanatos (6,3%), ambulantes em geral (5,7%), conveniência (4,7%), distribuidora (4,7%), salão de beleza/barbearia (3,7%), padaria e confeitaria (2,7%).  

    A pesquisa ouviu 300 empreendedores (formais e informais), e 700 pessoas, no período de 16 a 22 de fevereiro. O índice de confiança é de 95% com margem de erro de três pontos percentuais. 

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    Cresce o apoio à democracia, aponta DataSenado

    O apoio à democracia aumentou no Brasil. Pelo menos sete em cada dez brasileiros (73%) consideravam em novembro de 2022, logo após as eleições, que a democracia é sempre a melhor forma de governo. Em 2019, 58% dos brasileiros tinham essa opinião. Para 11% um governo autoritário é melhor em algumas situações, enquanto que para 9% tanto faz ter um governo democrático ou autoritário. Outros 6% não sabiam ou não responderam. Os dados estão na 20ª edição da pesquisa Panorama Político do DataSenado.

    Realizada de 8 a 26 de novembro de 2022, a pesquisa ouviu, por telefone, 2.007 cidadãos de 16 anos de idade ou mais, em amostra representativa da população para avaliar a opinião dos brasileiros sobre uma série de temas, entre eles democracia, atuação do Senado Federal, fake news e algumas das principais questões em debate no país durante o último ciclo eleitoral, como a manutenção de benefícios sociais, a redução da maioridade penal e a criação de imposto sobre grandes fortunas. 

    O material serve de subsídio para os senadores neste período de reinício dos trabalhos legislativos. Ao longo da semana a Agência Senado vai destrinchar alguns desses números.

    Democracia

    Em comparação com edições anteriores da pesquisa, houve também uma redução do índice de insatisfação com a democracia. O levantamento revela que o número de pessoas muito satisfeitas em relação à democracia cresceu de 10%, no final de 2021, para 18%, em 2022. A explicação está na queda de 9 pontos percentuais daqueles que se declaram pouco satisfeitos e que agora representam 49% dos brasileiros. Já o grupo que não está nada satisfeito com a democracia no Brasil se manteve constante e corresponde a 28% da população. A informação da elevação do patamar daqueles que apoiam a democracia incondicionalmente foi recebida como um alento por senadores. 

    — Em 2019, 58% dos brasileiros consideravam que a democracia era a melhor forma de governo. Esse patamar evoluiu para 67%, em 2021, e 73%, em 2022. Isso consolida a ideia de que estamos defendendo um regime capaz de promover inclusão, capaz de garantir a livre expressão e o respeito à institucionalidade. É um dado que eu julgo muito importante — disse a senadora Teresa Leitão (PT-PE).

    Avaliação semelhante tem Paulo Paim (PT-RS). A pesquisa, apontou o senador, evidencia que a maioria apoia o estado democrático de direito. 

    — O país está no caminho certo. A cada eleição a nossa democracia e as instituições públicas se fortalecem.

    Efraim Filho (União-PB) e Eliziane Gama (PSD-MA) destacaram que os dados coletados pelo DataSenado servem de apoio para o exercício de seus mandatos e podem embasar a apresentação de projetos e o trabalho de fiscalização de políticas públicas.

    — Ser um representante do povo é saber ouvir suas necessidades e reivindicações e levá-las ao Legislativo na forma de luta por melhorias. As pesquisas do DataSenado nos auxiliam a exercer na prática o real sentido da democracia: trabalhar pelo povo e para o povo — afirmou Efraim.

    Eliziane Gama (PSD-MA) acrescentou que o Panorama Político é “um retrato de como pensa a nossa sociedade”.

    — Pesquisas como essa têm um valor imenso, pois nos ajudam a construir políticas públicas que se alinham aos anseios da população. O estudo do DataSenado é precioso — disse.

    Politização

    A maior politização da população foi identificada pelo DataSenado. Em 2021, 55% dos brasileiros não se consideravam nem de esquerda, nem de direita ou de centro. Em 2022, esse índice caiu para 38%, já que mais brasileiros se posicionaram como sendo de esquerda (17%) ou de direita (31%).  E a politização veio com maior polarização, segundo o DataSenado. O grupo que se posicionou à direita aumentou em 10 pontos percentuais enquanto que aquele que se identificou com a esquerda foi ampliado em 6 pontos percentuais. O grupo de pessoas que se consideram de centro (9%) manteve-se igual em 2021 e 2022.

    De acordo com o coordenador da Pesquisa, José Henrique Varanda, as eleições de outubro de 2022 impactaram de maneira significativa a opinião pública.

    — A pesquisa se deu em um contexto pós-eleitoral, momento este que teve impacto no levantamento. Isso fica evidenciado na politização da população brasileira nesse momento. Nota-se também uma maior polarização política. Isso pode ser evidenciado pelo posicionamento político dos entrevistados. A gente notou uma queda de 17 pontos percentuais naqueles que não acreditam estar posicionados nem à esquerda, nem à direita e nem ao centro. As pessoas estão engajadas e efetivamente assumiram lados — argumentou Varanda.

    Senado

    Em relação ao papel do Senado de elaborar leis que ajudem o país, 50% dos brasileiros consideram que o Senado cumpre mais ou menos esse papel e 10% avaliam que cumpre bem esse papel, representando um aumento de 11 pontos percentuais desses dois itens somados, em relação ao ano anterior. 

    A mesma dinâmica de melhoria na avaliação do Senado se observa em relação ao papel de fiscalizar as ações do governo federal. Cerca de 30% declaram que acompanham as atividades do Senado com alguma regularidade, o que reforça, segundo o DataSenado, a importância e a demanda pelos instrumentos de transparência e comunicação social disponibilizados pela Casa. Desses, 9% afirmam acompanhar o trabalho do Senado todos os dias. 

    Urnas

    A maioria dos brasileiros, 58%, concorda com a afirmação de que “o resultado das urnas eletrônicas em eleições é confiável”. Houve queda de oito pontos percentuais nesse nível de concordância e aumento no nível de discordância.

    Quase a totalidade, 93%, dos brasileiros que se declaram à esquerda na política concordam com a afirmação, bem como 75% dos posicionados ao centro e 69% dos que não se identificam com nenhuma das posições políticas. Em contraste, 78% daqueles que se posicionam mais à direita não confiam nas urnas eletrônicas. 

    Fake news

    A pesquisa investigou ainda a percepção sobre notícias falsas relacionadas ao tema “política”. Praticamente nove entre dez brasileiros (89% dos entrevistados) acreditam ter recebido fake news pelas redes sociais.

    Aplicada desde 2008, a pesquisa Panorama Político já entrevistou 34.668 cidadãos ao longo dos anos. 

    Agência Senado

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    Habitat Marte convoca novos astronautas análogos para missão de simulação espacial

    A estação de pesquisa Habitat Marte está convocando os interessados em participar da missão de simulação espacial que acontece entre os dias 23 e 25 de janeiro. As atividades acontecem na sede do projeto, que fica na zona rural do município de Caiçara do Rio do Vento, no semiárido potiguar.

    Esta será a missão número 113 da estação. Desde dezembro de 2017, o Habitat Marte desenvolveu mais de 100 protocolos que simulam uma estação espacial e como os seres humanos poderiam sobreviver em condições extremas em um outro planeta. O projeto desenvolveu estufas, centrais de saneamento, engenharia, saúde, eletricidade e lançamento de foguetes. 

    Ao longo de cinco anos, mais de 600 voluntários de 39 nacionalidades foram treinados como astronautas análogos, prontos para desenvolver atividades diversas, tais como manutenção dos sistemas de estufa e aquaponia, recolhimento de amostras de solo e minerais, avaliação comportamental dos integrantes da missão e melhoria dos sistemas de suporte a vida no local. Não há riscos envolvidos, mas todos os participantes interagem como se estivessem realmente em solo marciano, usando, inclusive, roupas e capacetes de astronautas.

    Os candidatos podem ser estudantes ou pesquisadores de todas as áreas do conhecimento. A inscrição pode ser feita na página do Habitat Marte, onde o interessado deve responder questões sobre habilidades, motivação e experiências prévias.

    Mais informações, com o professor Julio Rezende, coordenador do projeto, pelo WhatsApp 84 99981-8160.

    Foto: Julio Rezende

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    Censo 2022 já contou 64,4% da população do RN

    Censo Demográfico 2022 contou 2.295.102 pessoas no Rio Grande do Norte em dois meses nas ruas. Esse número representa 64,4% da população estimada para o Rio Grande do Norte no ano de 2021: 3.560.903. Os dados fazem parte do segundo balanço sobre a execução da pesquisa, realizado esta semana pelo IBGE.

    Em todo o Brasil, mais de 104 milhões de pessoas foram recenseadas. Nacionalmente, o Instituto mudou o prazo para finalizar a coleta do Censo 2022. Até o início de dezembro toda a população brasileira deve estar coberta pela pesquisa.

    No Rio Grande do Norte, o objetivo ainda é concluir a coleta de dados até 31 de outubro. Com 79,6% dos setores em andamento, o estado potiguar é o segundo mais avançado do Brasil. Isso significa que dos 5.972 setores censitários do Rio Grande do Norte, o Censo foi iniciado em 4.759. Essa proporção está acima da média nacional (62,5%) e só é maior em Sergipe (80,7%). Os setores censitários são uma divisão do território, usada pelo IBGE, para facilitar o trabalho de pesquisa.

    Do total da população norte-rio-grandense recenseada, 1.193.354 são mulheres e 1.101.748, homens. Dos 785.540 domicílios visitados, em 780.979 as entrevistas para a pesquisa foram presenciais. Em 1.705 lares, a opção foi responder por telefone. A resposta pela internet ocorreu em 1.661 residências. Para responder por telefone ou internet, o morador necessariamente deve ter contato prévio com o recenseador.

              Os recenseadores também realizaram a pesquisa em 813 domicílios improvisados (tendas, barracas, galpões e outros) e 382 domicílios coletivos (orfanatos, casas de repouso, presídios e outros).

    Serra de São Bento

                Com 13 setores censitários e cinco recenseadores, o município de Serra de São Bento foi o primeiro a finalizar o Censo 2022 no Rio Grande do Norte. Outros três municípios estão com mais de 90% dos setores concluídos: Bento Fernandes (92,3%), Serra Caiada (92%) e São João do Sabugi (90,9%).

    Quilombolas e indígenas

    A população quilombola recenseada nos dois primeiros meses do Censo 2022 é de 12.814 pessoas no Rio Grande do Norte. Neste segundo balanço, os povos indígenas chegaram a 7.866 pessoas.

    As comunidades quilombolas já eram recenseadas anteriormente, mas não havia a distinção em relação à população em geral. Por isso, este ano o questionário do Censo pergunta: “você se considera quilombola?”. O quesito é aberto nos dispositivos dos recenseadores que realizam a pesquisa nessas comunidades. Dessa forma, será possível traçar um perfil social e econômico desse recorte da população pela primeira vez.

                Para os povos indígenas, a maior novidade é o questionário de abordagem com perguntas sobre infraestrutura, educação, saúde e hábitos e práticas tradicionais. Esse questionário deve ser respondido pela liderança local. Os demais integrantes da comunidade respondem o questionário desenvolvido para os domicílios com particularidades para indígenas. No Rio Grande do Norte, o IBGE preparou 38 profissionais para recensear os povos e comunidades tradicionais.

    Recusas

    Com dois meses de pesquisa, o percentual de recusas em responder Censo 2022 no Rio Grande do Norte está em 1,2%. Isso significa que dos 861.835 domicílios visitados, em 10.754 residências os moradores se negaram a responder. No Censo Demográfico, uma só pessoa da casa pode responder pelos demais moradores.

    O percentual de recusas no RN é menor do que a média do Nordeste (1,5%) e do Brasil (2,2%). Para convencer a população da importância de responder o Censo 2022, os recenseadores estão orientados a retornar, pelo menos, três vezes aos domicílios resistentes. Caso o morador não seja convencido a dar a entrevista, o supervisor fará uma visita. Em último caso, o morador resistente receberá uma carta sobre a obrigatoriedade da prestação de informações estatísticas conforme a Lei Federal 5.534/68.

    Os três retornos do recenseador também devem ocorrer nos casos de domicílios com moradores ausentes até conseguir a entrevista ou a confirmação de que ninguém mora no local. Conforme o balanço do dia 02 de outubro, em 63.773 residências não havia uma pessoa para responder no momento da visita do recenseador.

    Por que fazer o Censo 2022?

    O Censo Demográfico é a única pesquisa que vai à casa de todos os brasileiros. O objetivo não é apenas a contagem da população, mas coletar dados essenciais sobre educação, condições de moradia, cor ou raça, trabalho e renda e outros temas. Os resultados são apresentados, por exemplo, em nível municipal e de bairro. Dessa forma, é possível observar como o perfil da população e as suas necessidades mudam no decorrer do tempo. 

    Os resultados podem orientar gestores de políticas públicas, guiar a tomada de decisão em negócios e servir de instrumento para o exercício da cidadania por qualquer brasileiro (a). Além disso, o Censo é fundamental para calibrar as amostras das demais pesquisas domiciliares do IBGE e fornecer insumos a institutos de pesquisa independentes e a acadêmicos.

    2º Balanço do Censo 2022 no RN*

    *até 02/10/22

    2.295.102 pessoas recenseadas

    1.193.354 mulheres

    1.101.748 homens

    785.540 domicílios recenseados

    7.866 pessoas indígenas

    12.814 pessoas quilombolas

    79,6% dos setores trabalhados

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    Primeiros testes de vacina brasileira contra Covid-19 terão 432 voluntários

    Os testes clínicos da vacina SpiN-TEC contra covid-19, desenvolvida por pesquisadores do CT Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vão começar com um grupo de 432 voluntários, segundo detalhes divulgados ontem (3), após a aprovação dos experimentos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  

    Segundo a Fiocruz, os ensaios clínicos começam assim que a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) revalidar a aprovação concedida anteriormente, o que é necessário para contemplar as recomendações apresentadas no parecer da Anvisa.

    Os testes clínicos, ou seja, os testes de uma vacina em humanos, incluem três fases antes de os desenvolvedores solicitarem o registro dos resultados às agências reguladoras. Na fase 1, é avaliada a segurança da vacina em um grupo pequeno de voluntários. Na fase 2, os pesquisadores aumentam o número de voluntários e testam também a resposta imunológica da vacina proposta. Por último, na fase 3, o número de voluntários é ainda maior, para que seja testada a eficácia da vacina na comparação com um grupo controle. 

    No caso dos testes da SpiN-TEC, os pesquisadores realizarão a fase 1 em 72 voluntários, para verificar possíveis efeitos colaterais da vacina, como dor de cabeça, dor local, febre, náusea, entre outros. Os voluntários serão observados durante um ano, mas a fase 2 poderá começar caso não haja problemas dentro de quatro a seis meses após o início da fase 1.  

    Na fase 2, o estudo contará com 360 voluntários. Além da segurança, os pesquisadores vão observar nessa etapa o nível de anticorpos gerados e a resposta dos linfócitos, estruturas que, juntas, poderão garantir a proteção do organismo contra o vírus SARS-CoV-2.

    Segundo a Fiocruz, nas duas etapas, os voluntários serão divididos em dois grupos: um com participantes com idade entre 18 e 54 anos, que passará pelos testes primeiro; e outro, com pessoas com idade entre 55 e 85 anos. Os cientistas querem entender se a faixa etária pode interferir na resposta imunológica e também na segurança da vacina.

    O lote clínico de vacinas que serão aplicadas nos 432 voluntários durante as fases 1 e 2 já está pronto. Segundo o pesquisador Ricardo Gazzinelli, coordenador do projeto, depois do desenvolvimento do processo de produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) no CT-Vacinas (Fiocruz/UFMG), o insumo foi transferido para a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, onde ocorreu a fabricação do lote. O envase, por sua vez, foi realizado no Complexo Industrial Farmacêutico Cristália, em São Paulo.

    Além de se provar eficaz, a SpiN-TEC precisará igualar ou superar a eficácia das vacinas já existentes no mercado, para que sua aprovação seja concedida, uma vez que a maioria da população já está imunizada e a vacina será usada como dose de reforço. 

    Caso seja aprovada nas primeiras duas fases, o imunizante ainda passará pela fase 3 de testes que deve envolver cerca de 4 mil voluntários, e a produção das vacinas que serão utilizadas contará com uma parceria que já foi firmada com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), laboratório central do estado de Minas Gerais, para a fabricação do IFA. O envase deve ser feito por uma empresa brasileira do setor privado que já manifestou interesse na comercialização da SpiN-TEC em caso de confirmação de sua segurança e eficácia, segundo a Fiocruz.  

    Os testes laboratoriais realizados, até o momento, mostram que a vacina confere proteção contra o agravamento de casos de covid-19 sem causar efeitos colaterais relevantes em camundongos e primatas não humanos. 

    Nova tecnologia

    A vacina SpiN-TEC tem tecnologia diferente das quatro vacinas contra covid-19 usadas até agora no Brasil: CoronaVac, AstraZeneca/Fiocruz, Pfizer e Janssen. Ela usa a fusão de duas proteínas do SARS-CoV-2, S e N, para formar uma proteína “quimera”. Segundo os desenvolvedores, essa associação confere à SpiN-TEC um diferencial em relação aos demais imunizantes, que miram apenas a proteína S, por ser aquela que o vírus utiliza para invadir as células humanas.

    O problema de atacar apenas a proteína S é que ela também é a que mais acumulou mutações ao longo da evolução do novo coronavírus, o que deu às novas variantes mais eficiência contra os anticorpos neutralizantes. A proteína N, por outro lado, é menos sujeita às mutações que geraram novas variantes.

    Além da segurança da vacina, o estudo em humanos quer provar que, por conter a quimera com as duas proteínas, a SpiN-TEC poderá oferecer proteção contra o coronavírus e suas variantes, sem dar a elas maior chance de escape.

    Agência Brasil

    Foto: UFMG

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    Projeto de pesquisa da UFRN promove I Mostra Cinema e Democracia

    O projeto de pesquisa Epistemologias e Práticas Transformadoras em Comunicação, Mídias e Cultura (Ecomsul), junto ao Observatório Latino-Americano de Comunicação, Mídias e Direitos Humanos (Amaru), realiza a I Mostra Cinema e Democracia: “do sonho às coisas”. Organizada pelas professoras Mônica Mourão e Aline Lucena, o evento acontece de 27 a 29 de setembro, das 18h30 às 21h30, no auditório D do CCHLA, com entrada gratuita.

    Mônica Mourão, professora do Departamento de Comunicação (Decom/UFRN) e uma das organizadoras da mostra, relata a importância e o papel do cinema no cenário político atual. “Estamos vivendo uma época muito tensa da nossa democracia e, como somos professoras do departamento de comunicação de uma universidade pública, temos a obrigação de trazer para dentro da UFRN os debates e conversas sobre o que está acontecendo no momento”, pontuou. 

    Os filmes exibidos abrangem e discutem questões relacionadas à democracia e a períodos autoritários no país, incluindo as consequências da ditadura militar no Brasil contemporâneo, como a presença da violência política e policial. A amostra enfatiza a população negra, periférica, mulheres e povos indígenas. Entre filmes inéditos e históricos, conta também com produções locais e com a presença das realizadoras.

    As obras expostas são: Um domingo para nunca mais (Hadija Chalupe e Mônica Mourão, 2022); Auto da resistência (Natasha Neri e Lula Carvalho, 2018); Chão de fábrica (Nina Kopko, 2021); Quando chegar o momento (Luiz Alberto Sanz e Lars Säfstrom, 1978); Não foi acidente, mataram meu pai (Jana Sá, 2022); e A última floresta (Luiz Bolognesi, 2021).

    Para conferir a programação completa, acesse o perfil de Instagram do Decom. A mostra é aberta a toda a comunidade e, caso o aluno deseje receber o certificado de participação de atividade de extensão, basta assinar o nome na lista de presença entregue nos dias de evento.

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    Astrofísico da UFRN integra equipe que descobriu exoplaneta coberto por água

    Um grupo internacional de astrofísicos anunciou, neste mês, a descoberta de um exoplaneta coberto de água e distante o suficiente de sua estrela que até permite supor a existência de vida nele. Localizado a 100 mil anos-luz de onde estamos, o TOI-1452b está sendo chamado de “super-Terra” ou “planeta-oceano” devido às suas características. Para o astrônomo José-Dias do Nascimento, representante da UFRN no estudo que resultou no achado, descobertas como essas representam um importante passo no entendimento da diversidade cósmica e ensinam quão raro podem ser os parâmetros vitais encontrados aqui na Terra.

    Líder do Grupo de Estrutura, Evolução Estelar e Exoplanetas (Ge3), do Departamento Física Teórica e Experimental (DFTE/UFRN), e pesquisador do Center for Astrophysics, de Harvard (EUA), Dias explica que o TOI-1452b tem 1.67 vez o raio da Terra e uma órbita de 11 dias em torno de uma estrela anã M. A descoberta foi possível graças ao SPIRou, instrumento caçador de novos mundos que utiliza a luz no infravermelho do Telescópio Canadá – França – Havaí Telescope (CFHT), instalado no cume da montanha Maunakea, no Havaí (EUA). O trabalho e as especificações desse corpo celeste foram publicados no centenário periódico The Astronomical Journal.

    “O TOI-1452b é provavelmente um planeta rochoso como a Terra, mas seu raio, massa e densidade sugerem um mundo diferente do nosso”, disse José-Dias. De acordo com o astrônomo, a água pode representar 22% de sua massa, uma proporção semelhante à das luas de Júpiter – Ganimedes e Calisto – e das luas de Saturno – Titã e Encélado.

    José-Dias do Nascimento, pesquisador representante da UFRN na descoberta – Foto: Arquivo pessoal

    Por outras vezes chamado de “mundo da água”, o TOI-1452b já é considerado um dos alvos principais para a caracterização atmosférica futura com o James Webb Space Telescope (JWST) e para análise através de espectroscopia de transmissão. O sistema está localizado próximo da zona de observação contínua do JWST, o que significa que pode ser seguido em praticamente qualquer momento do ano. “O TOI-1452b é ainda um sistema único quando se estuda exoplanetas na transição entre super-Terras e mini-Netunos”, conta José-Dias.

    O astrônomo da UFRN e seu time (Ge3), que estudam a evolução das estrelas, sua estrutura e exoplanetas, têm trabalhado na caça de planetas extra solares, entre outros temas, e possuem várias descobertas publicadas nos últimos anos. O novo achado soma-se aos anteriores, descobertos pelo grupo, como o TOI-257b (HD 19916) e o Saturno quente TOI 197b.

    “Esta é uma descoberta importante para nosso grupo na UFRN, pois, em pouco menos de três anos, estamos anunciando o quarto exoplaneta com nossa participação. O anterior foi o TOI-257b, que é um exemplo do que chamamos de ‘sub-Saturnos’, planetas maiores que Netuno e menores que Saturno. Agora estamos revelando uma super-Terra. Esses astros são ausentes na arquitetura do nosso Sistema Solar, apesar de possíveis”, disse José-Dias.

    Em lições aprendidas com os exoplanetas, José-Dias do Nascimento afirma que o universo é um lugar peculiar e diverso, com muitos tipos de corpos celestes. “Existem os sub-Saturnos, as super-Terras e os mini-Netunos. Esses não existem no nosso quintal, o Sistema Solar, e descobertas assim revelam a diversidade cósmica residual”, reforça. O pesquisador da UFRN adianta que dados mostram ainda resultados que devem seguir nos próximos artigos, já que o instrumento SPIRou é único no mundo que vai além de um caçador de exoplanetas, pois é também um caracterizador do magnetismo estelar.

    As super-Terras

    Uma super-Terra é um planeta extra-solar com uma massa maior do que a da Terra, mas substancialmente inferior à massa dos gigantes de gelo do Sistema Solar: Urano e Netuno. Podem ser feitos de gás, rocha ou uma combinação de ambos. Eles têm entre o dobro do tamanho do nosso astro e até 10 vezes a sua massa. 

    O termo “super-Terra” refere-se apenas à massa do planeta e, portanto, não implica nada sobre as condições de habitabilidade. Esses rochosos são abundantes em nossa Galáxia e são ainda os mais prováveis ​​de serem habitáveis. Entender melhor sobre sua estrutura interior tem ajudado a prever, por exemplo, se diferentes planetas são capazes de gerar campos magnéticos – considerados fundamentais para a sobrevivência.

    SPIRou: o caçador de Exoplanetas 

    SPIRou (InfraRed SpectroPolarimeter) é um instrumento astronômico especializado em observações no infravermelho próximo e projetado para detectar e caracterizar sistemas exoplanetários vizinhos do nosso Sistema Solar, além de observar o nascimento de estrelas e planetas. Instalado no Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT) desde o início de 2018, já realizou muitas detecções. 

    Outros instrumentos em construção devem aparecer após o SPIRou, embora este tenha sido o primeiro a observar e utilizar a espectroscopia no infravermelho para “ver” mais longe. O projeto intitulado Exploração dos Novos Mundos é parte das ações do Observatório Midi Pyrenees, da Universidade Toulouse III – Paul Sabatier, com colaboração da UFRN.

    O SPIRou é gerido no âmbito de um consórcio internacional liderado pela França, associado ao CFHT, Canadá, Suíça, Brasil, Taiwan e Portugal. Localizado em um dos melhores sites astronômicos do mundo, o instrumento saiu na frente e mostra o caminho para outros telescópios. “O SPIRou é hoje um instrumento-chave em funcionamento e deve continuar mostrando a rota por mais uma década”, complementa o pesquisador José-Dias.

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    Pesquisa da UFRN desenvolve antígeno contra a Toxoplasmose 

    10 milhões de anos – esse é o tempo de existência do protozoário Toxoplasma gondii, parasita que infecta diversos animais e também os seres humanos, causando a toxoplasmose, doença que atinge principalmente populações em situação de vulnerabilidade social. Analisando esse cenário e as lacunas na prevenção e tratamento para essa enfermidade, o projeto multidisciplinar financiado pelo Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (Nuplam/UFRN), utiliza a biotecnologia industrial para a produção, em larga escala, de uma proteína que poderá ser utilizada como vacinas e testes diagnósticos para a toxoplasmose. 

    Esse projeto, que visa à produção da proteína, também chamada de antígeno, substância que introduzida no organismo provoca a formação de anticorpos, é longo e complexo. Por essa razão, uma equipe interdisciplinar composta por pesquisadores da UFRN das áreas de Biologia Celular, Genética, Farmácia e Engenharia Química foi necessária para a realização das diferentes etapas da pesquisa.

    Inicialmente, a professora do Departamento de Biologia Celular e Genética Daniella Martins, em parceria com o Instituto de Medicina Tropical, coordenou uma pesquisa que envolveu o mapeamento e a seleção de diferentes antígenos de Toxoplasma gondii, protozoário causador da toxoplasmose, e os agrupou na bactéria Escherichia coli, formando uma proteína, chamada multiantigênica.

    “Nessa pesquisa inicial, um estudo in vitro com o soro de pacientes com toxoplasmose mostrou que a proteína produzida foi capaz de reagir com células de defesa e estimulou a produção de citocinas em cultura de células, as quais são importantes para a proteção do hospedeiro contra a infecção. Assim, temos indícios de que essa proteína pode ser uma possível candidata para o desenvolvimento de uma vacina. Outras análises ainda devem ser realizadas”, ressalta Daniella.

    Para promover a produção em larga escala do composto produzido pela professora, o coordenador da segunda fase do projeto, Francisco Sousa, utilizou conhecimentos da biotecnologia industrial. “Para aumentarmos a produção, realizamos diversos testes, com o objetivo de determinar a melhor composição do meio e a temperatura para crescimento e expressão da proteína”, explica o professor.

    Atualmente, a pesquisa, que é realizada em parceria com Everaldo Silvino, professor do Departamento de Engenharia Química, conseguiu avançar na produção de maior quantidade do antígeno. “A proteína, que inicialmente era expressa em miligramas, quantidade considerada baixa, conseguimos obter na ordem de gramas. Avançamos e cumprimos, de forma satisfatória, essa fase”, destaca o pesquisador. A próxima etapa será realizada em equipamentos de maior escala, chamados biorreatores, em que a equipe conseguirá avançar no controle e otimização dos parâmetros de produção.

    O esperado é que a pesquisa consiga aumentar o nível de expressão da proteína para, então, haver a separação do antígeno de outros componentes da bactéria. “Utilizaremos estratégias de purificação para removermos outras proteínas e componentes celulares, assim ficaremos apenas com a nossa proteína multiantigênica isolada, na qual temos interesse para produção dos testes de diagnóstico e vacinas”, explica o coordenador da pesquisa.

    Transmissão, riscos e tratamentos 

    Transmitida por diversos animais, pela ingestão de alimentos contaminados, de mãe para filho e tendo como vetor principal os gatos, a toxoplasmose, infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii, é responsável por causar ao paciente contaminado diferentes sintomas, como dor de cabeça e garganta, manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo, febre, confusão mental, perda da coordenação motora, aumento do fígado e do baço e convulsões.

    “Uma parte da população é exposta ao parasita, mas produz anticorpos sem desenvolver a doença. Os casos mais graves no sistema nervoso central são infecções no cérebro e infecção ocular, podendo levar à cegueira, principalmente nos pacientes imunossuprimidos. No entanto, tem se observado que parcela da população que não tem imunossupressão também pode apresentar quadros graves”, alerta o professor Francisco.

    O pesquisador explica que no Brasil não existem dados amplos sobre a disseminação da doença, mas estudos recentes mostram grande prevalência da enfermidade no país. “Mesmo com a falta de dados específicos, estudos soroepidemiológicos, que colhem o sangue e observam a presença de anticorpos, indicam que 80% da população já foi exposta ao parasita Toxoplasma gondii em algum momento”, relata.

    Apesar da elevada prevalência, não existe vacina nem tratamento coeso para a toxoplasmose. A doença é categorizada como negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser infecto parasitária e por estar relacionada a problemas urbanos e de higiene sanitária, atingindo, principalmente, a população de regiões periféricas e em situação de vulnerabilidade social. Em razão dessas circunstâncias, o tratamento e a produção de vacinas não despertam o interesse das indústrias farmacêuticas, por isso existem poucas opções terapêuticas. “Grande parte das indústrias farmacêuticas não se interessa pela produção de vacinas para essas doenças”, afirma Francisco.

    “Além disso, o tratamento da doença é realizado com medicamentos que podem causar toxicidade e os testes diagnósticos disponíveis atualmente não são conclusivos, porque eles avaliam se o indivíduo já teve contato com o parasita, mas não conseguem informar se ele está curado. Essas são as lacunas que tentamos preencher com o projeto”, complementa o pesquisador.

    Avanço no estudo das doenças negligenciadas

    Durante esse processo de desenvolvimento de um possível material-base para a produção de vacinas ou testes diagnósticos para a Toxoplasmose, inúmeros conhecimentos e aprendizados são relatados pelos pesquisadores envolvidos. 

    Stephanie Matias, doutoranda em Engenharia Química, explica que participar da pesquisa contribuiu para a construção da sua carreira acadêmica, já que, para o desenvolvimento do estudo, foi preciso compreender diferentes parâmetros da biotecnologia industrial. “Pretendo ampliar o estudo da produção em larga escala e participar do processo de purificação para que, assim, seja avaliada a produção de testes diagnósticos e vacinas com base no material produzido por nossa equipe”, destaca a pesquisadora.

    Para que essa pesquisa fosse realizada, ela teve apoio e fomento do edital Nº 03/2018 do Nuplam, que contemplou quatro projetos relacionados à inovação e formulação em medicamentos, desenvolvimento de métodos analíticos e aprimoramento de processos produtivos de medicamentos ligados a doenças negligenciadas.

    O professor Francisco evidencia a importância da parceria e o fomento do Nuplam para a realização do projeto. “Uma indústria farmacêutica financiar projetos científicos relacionados a doenças negligenciadas desenvolvidos na universidade é um aspecto importante para o desenvolvimento do projeto, já que estamos estudando uma forma de melhorar o acesso à saúde da população em situação de vulnerabilidade social por meio da pesquisa científica”, ressalta.

    O Gerente de Ensino, Pesquisa, Inovação e Extensão do Nuplam, Fernando Nogueira, explica que a promoção de editais de Pesquisa e Desenvolvimento são essenciais para o avanço da indústria farmacêutica. “A importância desse edital é ter uma fonte alternativa de financiamento da pesquisa científica na UFRN. É essencial que o Nuplam financie projetos que sejam do seu interesse para que ocorra o desenvolvimento da produção científica e para termos a possibilidade de oferecer os produtos destas pesquisas ao Ministério da Saúde (MS) e a empresas parceiras”, finaliza o gerente de ensino.

    Informações da Agecom/UFRN

    Foto: Cícero Oliveira

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    Pesquisa da Uern mapeia atendimento de saúde a vítimas de violência doméstica em Mossoró

    Durante a fase de isolamento social ocasionado pela Covid-19, os casos de violências contra a mulher cresceram 258,7% no Rio Grande do Norte, somente no ano de 2020, segundo dados da Rede e Instituto Óbvio de Pesquisa.

    De acordo com o Atlas da violência de 2021, contudo, esses crimes não cresceram apenas no período pandêmico, mas desde 2009 tem registrado alta no estado. Ao mesmo tempo em que a violência doméstica aumenta, os profissionais da área da saúde apresentaram dificuldades em lidar com o acolhimento das mulheres vítimas dessa violência. É o que aponta um estudo feito pela Faculdade de Serviço Social da Uern, coordenado pela profª. Drª. Fernanda Marques.

    O estudo “Serviço de Prevenção e Combate à violência contra a mulher em Mossoró na área de Saúde: Limites e possibilidades” foi uma pesquisa do PIBIC realizada no período de 2020 e 2021, que objetivou realizar um mapeamento analítico das unidades de saúde a nível municipal e estadual, em busca de entender que serviços existem para essa categoria e como os profissionais atuam nos atendimentos dessas mulheres em situação de violência doméstica.

    Participaram da pesquisa quatro estudantes dos cursos de Serviço Social e Pedagogia da Uern. Os colaboradores realizaram entrevistas semiestruturadas com profissionais que trabalham nos serviços mapeados, bem como com questionários eletrônicos. No total, sete instituições participaram da pesquisa, sendo estas: Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró, Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), Unidades de Pronto atendimento (UPAs), Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP), Unidade Básica de Saúde (UBS), Centro Clínico Professor Vingt-un Rosado (PAM) e o Centro de Referência para Atendimento de Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Sexual (Projeto Flor de Lótus).

    É comum que as pessoas compreendam a violência doméstica como uma violência física, mas ela se desdobra em muitos outros crimes: na violência psicológica, sexual, patrimonial, moral e institucional (quando a vítima é mal atendida e desacreditada em uma instituição onde procura ajuda).

    Segundo Fernanda Marques, os profissionais das unidades mapeadas têm uma característica em comum: a ausência de uma escuta qualificada para atender as vítimas que chegavam aos consultórios.

    “Existe uma dificuldade grande dos profissionais ao atenderem essas mulheres, falta capacitação. Se chegar uma mulher em situação de violência, vítima de um tiro ou uma lesão corporal, fora o atendimento geral que ela tem, ela precisa também de uma escuta qualificada, feita por um profissional que entenda que situação essa mulher está passando”, esclarece.

    De acordo com a Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal (Coine), só no Rio Grande do Norte houve um aumento de 44,3% nos casos de violência doméstica no 1° semestre de 2021 em comparação ao ano anterior. Esse dado explicita um crescimento do crime no estado.

    Em Mossoró não há serviços de saúde de referência para o atendimento das vítimas de violência doméstica. Não à toa, o Atlas da Violência de 2021 mostrou que o Rio Grande do Norte foi um dos estados com maiores percentuais de violência contra a mulher, estando em 5º lugar entre os estados mais violentos para as mulheres em todo o país.

    Para Fernanda, o serviço de saúde é uma das portas de entrada para as mulheres em situação de violência. “Além das delegacias, essas mulheres também chegam aos serviços de saúde mental e de emergência com adoecimentos, não só com lesões corporais, bem mais que isso. A violência é um problema de saúde pública, que tem que ser enfrentado e visto como tal”.

    A pesquisa relatou que os profissionais enfrentam dificuldades em identificar a que órgãos devem notificar os crimes que chegam até eles, inclusive por desconhecerem quais serviços compõem a rede de proteção.

    Esses profissionais também fizeram apontamentos. Um deles foi justamente a falta de preparo para atender as vítimas e que por isso acabam buscando por interesse próprio uma capacitação extra para lidar da melhor forma com essas mulheres.

    Uern

    Recentemente o Conselho Diretor da Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Fuern) aprovou a política de prevenção e enfrentamento das violências contra as mulheres no âmbito da Instituição. A ação é uma das formas de combate ao problema estrutural presente na sociedade.

    Uma das ações a serem realizadas é a construção de um painel observatório para dar visibilidade à temática e a criação de uma rede estruturada de apoio e combate nos âmbitos do ensino, pesquisa e extensão.

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    RN perde quatro posições entre destinos de viagens nacionais e é apenas o 15º no país

    Considerando as unidades da federação, o Rio Grande do Norte foi, em 2021, o 15º destino de viagens nacionais. Em 2020, o estado potiguar era o 11º no ranking. O dado é da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Anual 2020-2021 com resultados sobre o turismo.

    Em 2021, o território norte-rio-grandense recebeu 246 mil viagens, o que representou cerca de 2% das viagens com origem e destino dentro do Brasil. Em números absolutos, o total vem caindo desde 2019, quando o estado registrou 398 mil. Depois, em 2020, foram 374 mil viagens. A redução ao longo desses anos também ocorreu nacionalmente.

    Para a pesquisa, viagem é todo deslocamento de uma pessoa a um lugar fora do seu entorno habitual com ida e volta. O conceito congrega todo tipo de viagem, como as profissionais e para tratamento de saúde. No levantamento, as viagens com origem e destino dentro da própria unidade da federação também contam.

    Entre 2019 e 2021, viagens de avião por potiguares caem 60%

    Considerando somente as informações das três viagens mais recentes realizadas no período de referência da pesquisa, o meio de transporte mais usado para viajar em 2021 foi carro particular ou de empresa (107 mil) e ônibus de excursão, fretado, turismo (27 mil). O menos utilizado foi motocicleta (6 mil).

     Desde 2019, os meios de transporte que mais caíram foram o ônibus de excursão (92%) e outros meios (72%) – tendo como exemplo trem, navio, carro alugado, táxi e aplicativo de transporte. O avião foi o terceiro meio que mais diminuiu, enquanto em 2019 foram 43 mil viagens realizadas, em 2021 esse número foi de 17 mil (-60%).  Em 2021, os ônibus de turismo tiveram apenas 2 mil viagens, o segundo menor número em todo o país, atrás apenas do Acre (1 mil).

    O Rio Grande do Norte, em 2021, registrou 186 mil viagens realizadas pelos moradores dos domicílios do estado, divididas em 159 mil de caráter pessoal e 26 mil profissionais.

    Porém, as viagens a trabalho caíram 76% no estado em comparação com o ano anterior (109 mil). E aquelas de finalidade pessoal caíram 55% desde 2019, quando eram 356 mil.

    Casa de parente ou amigo é principal hospedagem de potiguares, mas imóvel por temporada cresce 10 vezes em um ano

    Aproximadamente 129 mil domicílios possuíam pessoas que declararam ter viajado e 1 milhão respondeu que não realizou viagem em 2021. São os menores números desde 2019 em viagens feitas e os maiores em viagens não realizadas nos domicílios potiguares.

    Desde 2019, o motivo mais citado como responsável para não viajar foi “não ter dinheiro” seguido por “não ter necessidade”. Contudo, em 2020 e 2021 o motivo “não ter tempo” foi superado respectivamente por “outro” (não gostar de viajar, por exemplo) e “não ser prioridade”.

    O principal local de hospedagem em 2019 das viagens realizadas pelos moradores dos domicílios do Rio Grande do Norte foi em “casa de amigo/parente” e “outro” (resort/imóvel de temporada ou AirBnB, hostel, camping, albergue).

    Nos anos de 2020 e 2021 a opção de hospedagem AirBnB apresentou a maior alta no estado, saindo de mil para 10 mil viagens realizadas para essa opção. No que diz respeito a alternativa “outro”, que naqueles dois anos incluiu o tipo AirBnB em opção de resposta separada, teve a maior queda, indo de 175 mil para 55 mil.

    Gasto médio em viagens para o RN é o quarto maior do Brasil

    O gasto médio em viagens com destino no Rio Grande do Norte foi de R$ 1.922 por viajante em 2021.Esse valor é o quarto maior do Brasil.

    Na região Nordeste, o estado fica atrás de Pernambuco (R$ 2.265) e Alagoas (R$ 2.123).

    Entre as pessoas com faixa de renda de até meio salário mínimo, o gasto médio foi o segundo menor do país com R$ 272 reais, à frente apenas do Sergipe (R$ 221). Já entre aqueles com renda de quatro ou mais salários mínimos, a média de gastos foi de R$ 2.210, o que significa a segunda menor, superando apenas a Paraíba (R$ 1.554).

    Na situação em que a viagem tem como origem o Rio Grande do Norte, o gasto médio total foi de R$ 987 reais, o terceiro maior entre os estados do Nordeste, atrás de Sergipe (R$ 1.293) e Piauí (R$ 1.028).

    A totalidade de viagens com origem no RN foi de 184 mil, o que significou apenas 1,5% do total do país em 2021. No Nordeste, essa proporção superou Alagoas e Sergipe (ambos com 1,1%). A maior na região ficou por conta da Bahia (8,1%).

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